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REPRESENTAÇÃO dos oficiais da Câmara da ilha de São Tomé ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, visconde de Anadia, D. João Rodrigues de Sá e Melo] a informar que a agricultura se encontra extinta e a navegação do comércio aos portos do Gabão parada, com perigo de as ilhas ficarem inabitáveis, devido ao absoluto despotismo do ex-governador, Gabriel António Franco, tendo os moradores, uns fugido para Lisboa, outros para navios estrangeiros e alguns degradados para Ajudá, Angola e para as freguesias do interior da ilha, servindo-se do pretexto do zelo da Fazenda Real, para encobrir os seus próprios interesses; o atual governador, Luís Joaquim lisboa, vendo a pobreza das ilhas, não deixa de concorrer para sua continuação, por consentir a compra de escravos aos seus moradores, tencionando fazer dois carregamentos numa embarcação, para os transportar; indica como exemplos, os ex-governadores, D. José Souto Maior e João Baptista e Silva, que desenvolveram a lavoura e o comércio da navegação, tendo o último introduzido as culturas do café e do algodão, abrindo correspondência com os príncipes do Gabão, tendo obtido a sua licença para negociar; atualmente tudo se acabou e os ditos príncipes não querem admitir as embarcações das ilhas, devido a uma desordem acontecida com o mestre da embarcação do negociante de Lisboa, José António Pereira; assim, pedem providências para corrigir estas desordens e para voltar a promover a agricultura e navegação do comércio nos ditos portos.
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