Identification
Context
Custodial history
Inicialmente, esta colecção integrou apenas os documentos relativos aos negócios do Reino, entregues, em 1569, ao Guarda-Mor da Torre do Tombo, Damião de Góis, pelo Secretário de Estado e diplomata, Pêro de Alcáçova Carneiro, aquando do seu cessar de funções, constituindo este primeiro conjunto a grande maioria dos documentos da colecção, respeitantes, grosso modo, a finais do século XV e primeira metade do século XVI. Aquando desta primeira incorporação, as cartas régias de 26 de Julho e de 22 de Novembro de 1569, testemunhando o acto referenciado, dão-nos igualmente conta do volume e importância da documentação em causa, a avaliar pela explicitação das ordens referentes a procedimentos, critério a seguir no exame dos papéis e prontidão da sua execução. Assim, e de acordo com as fontes mencionadas, foram, então, incorporadas, cerca de 60 caixas cofres, ordenando-se a Damião de Góis, para conveniência de serviço do Secretário de Estado sucedâneo, Miguel Moura, o exame, a breve prazo, dos documentos entregues, tendo em vista constituição de maços de acordo com separação por matérias e grau de confidencialidade, conforme se depreende dos respectivos textos das cartas régias.Em meados do século XVII, em virtude da provisão de 14 de Julho de 1667, existe uma informação do Guarda-Mor, João Duarte Resende da qual consta que por morte do Procurador da Coroa, Tomé Pinheiro da Veiga, se mandaram recolher ao Real Arquivo vários maços de papéis das suas memórias e assuntos jurídicos, que os seus testamenteiros entregaram. Dada a importância das matérias neles contidas, estes documentos foram agregados ao primitivo conjunto documental, incorporado no século anterior. Já no reinado de D. José, e por Decreto de 18 de Dezembro de 1754 , é possível inferir, de acordo com João Pedro Ribeiro, que tenha ocorrido nova reunião de documentos ao fundo até então criado, dado o decreto mencionado ordenar a recolha de documentos dispersos - ainda que privilegiando documentos eclesiásticos como Bulas e Breves -, por vários serviços, entre os quais, as Secretarias de Estado.Em consequência do terramoto de 1755, os documentos deste fundo sofreram alguma dispersão. Após a mudança de instalações do Real Arquivo do sítio do Castelo de S. Jorge para o Mosteiro de S. Bento da Saúde, Manuel da Maia, à época, Guarda-Mor da Torre do Tombo, fundamentando-se no princípio de que todos os documentos conservados no Real Arquivo têm crédito "ratione loci", e pressionado pelas circunstâncias, optou por ordenar os documentos pela cronologia dos tempos e reinados, constituindo, assim, uma colecção com três partes distintas, designada de Corpo Cronológico. No final do século XVIII, o guarda-mor, João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho, mandou elaborar um inventário do Real Arquivo para facilitar as pesquisas, por um lado, para tomar conhecimento dos seus fundos, por outro. Este inventário foi dividido em seis partes distintas, abarcando todas as colecções e fundos que integravam o Arquivo da Casa da Coroa, cabendo ao Corpo Cronológico a parte IV do dito inventário.Com o advento do Liberalismo, e a consequente transformação do Arquivo Real em Nacional, esta colecção passou a fazer parte do património arquivístico do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, sendo transferida para as actuais instalações no ano de 1990.
Content and structure
Access and use
Associated documentation
Notes