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Escritura de testamento, realizada na Rua de Espinheiro, na morada de Maria Rosa de Oliveira, viúva. Sendo interveniente a dita Maria Rosa de Oliveira Vidal, viúva de João Francisco Grilo e filha de Cristóvão Ferreira e de Micaela Rosa de Oliveira. A dita outorgante encontrando-se doente de cama disse que era de sua própria e livre vontade que fazia o seu testamento da seguinte forma: quer que o seu enterro seja feito conforme uso e costume da sua terra e pessoas de sua qualidade, quer que lhe façam ofício de corpo presente, que no dia da sua morte ou seguinte todos os clérigos desta freguesia digam missa por sua alma, podendo ser de esmola cada missa de 240 réis. Deixa 28 800 réis para serem repartidos pelos pobres desta freguesia. Deixa para se mandarem dizer 6 trintários de missas, sendo 2 por alma dela, 2 por alma de seu filho padre José, 1 por alma dos pais dela testadora e filha desta, 1 por intenção das pessoas com quem ela testadora e seu filho tiveram negócios e que sairam prejudicados. Tudo isto cumprido no espaço de 1 ano após a sua morte. Como não tem herdeiros necessários pode dispor dos seus bens como quiser, por isso deixa a João Francisco Ferreira, casado, filho de Francisco Ferreira Barbeiro e de Maria de São José, pela quantia de 150 000 réis; deixa à sua afilhada Maria Rosa de Jesus, casada com José Nunes Rafeiro das Ribas, a quantia de 28 800 réis; deixa à sua afilhada Maria Gaurina, filha de António Ferreira Gordo, o gaurina, da Chousa Velha, a quantia de 4 800 réis; deixa a Antónia Caloa, mulher de Domingos André Senos, o semeoa, a quantia de 10 000 réis e toda a sua roupa de vestir em recompensa dos bons serviços que lhe tem prestado; deixou a suas sobrinhas Joana, Luísa e Maria e mais que haja, filhos de Ramísio Ferreira, morador que foi desta vila, a quantia de 9 600 réis a cada uma. O resto dos seus bens móveis e semimóveis, diretos e ações os deixa a seu testamenteiro José Nunes Rafeiro, casado, de Ribas, e que institui por seu único e universal herdeiro. Foram testemunhas presentes José Leopoldino da Silva, casado, artista, desta vila, António Francisco Marieiro, José Rodrigues Lourenço, Francisco Batista, casados, lavradores do Corgo Comum e [Ribas?], Manuel de Castro Damaso, casado, vive de sua agência e José Joaquim Marques de Melo, solteiro, negociante, desta vila.