OFÍCIO do governo interino de São Tomé e Príncipe, formado pelo coronel das ordenanças e ouvidor interino da comarca, José Ferreira Gomes e o sargento-mor, José António Pinheiro de Queirós, ao conde da Barca [António de Araújo de Azevedo] a informar que o comandante da Companhia de Artilharia da fortaleza da Ponta da Mina, 2º tenente Manuel de Oliveira Pais, acostumou-se a deixar a guarda da mesma todas as noites, para vir à cidade meter-se com uma mulher casada de nome Maria Landolphe, a qual estava presa à ordem do ouvidor-geral interino na cadeia pública, devido a desordens do mesmo tenente com o seu marido, culminando num divórcio; apesar das repreensões, continuou na depravação de fazer pernoitar na fortaleza, mulheres públicas, como Antónia Rapoza Soares, que residia na mesma; foi dada ordem de prisão a esta mulher, à qual se opôs violentamente o dito tenente, que foi preso na fortaleza; este voltou ao mesmo comportamento, fugindo da guarda da fortaleza durante a noite, para ir a bordo de um navio que tinha fundeado e que ainda não tinha sido reconhecido nem visitado pela alfândega; concluindo, este tenente viveu na ilha como incorrigível e sem temer as leis, tendo por fim sido remetido para o serviço da fortaleza de São Sebastião.
1818-01-08