OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, Luís Joaquim Lisboa, ao príncipe regente [D. João] a remeter a cópia de uma carta que pela balandra Dois Amigos, recebeu de Petiquinbe, régulo do rio de São Mexias, junto do Cabo de Lopo Gonçalves, e na qual o dito régulo lhe faz pretextos de amizade com a nação portuguesa, pedindo a continuação do comércio, para se defender do Gulla, Rei de Cabo de Lopo, com quem se acha em guerra, tendo sido obrigado a desalojar o seu antigo Sarame ou povoação; participa que vai dar as providências necessárias, para se abrir o comércio daquele porto, para utilidade e aumento dos Reais Direitos e benefício dos povos; informa que no porto do Quabene, régulo da margem do Norte do rio do Gabão, deu à costa uma embarcação desta ilha com um carregamento valioso, por descuido da sua tripulação que se pôs a dormir, tendo os habitantes daquela região, durante a noite roubado o navio, não lhe deixando nem os pregos do costado.
1805-12-24