OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Manuel Vieira de Albuquerque e Tovar, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], a informar que constando-lhe que se fabricava antigamente cal de pedra, telha e tijolo, na Vila de Massangano, mandou concertar os fornos, estando feito tudo o que se precisa para o armazém de Calumbo e brevemente se começerá a exportar pelo rio Cuanza para Luanda, o que será uma grande vantajem para os seus habitantes, pois até agora a telha e o tijolo vinham dos portos do Brasil, ficando muito mais caros e sendo de igual qualidade aos que se fazem em Massangano, animando-se deste modo os moradores a cubrir algumas das suas casas de telha, pois até agora um grande número são cobertas de palha, que é tão prejudicial à saúde como desagradável à vista; o armazém de Calumbo ainda não está pronto, sendo uma das causas as doenças dos comandantes, mas espera que antes das chuvas fique acabado; o estabelecimento das canoas que fez no rio Cuanza e Bengo, já vai produzindo resultados, animando o comércio e utilizando a Fazenda Real; uma das escunas de S.M. vai partir para o rio Cuanza com algumas cargas da Fazenda Real e da praça e voltará carregada de mantimentos para a tropa e com cargas de particulares.
1820-09-18