OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Manuel Vieira de Albuquerque e Tovar, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], a informar ter-se incendiado em 1815, a igreja e o hospital da Santa Casa da Misericórdia da vila de Massangano, e sendo informado que nessa ocasião existiram grandes extravios nas alfaias, móveis, pratas e mais bens pertencentes à dita igreja e ao hospital, os quais estavam a cargo do provedor e tesoureiro, que não tinham prestado contas da administração, mandou proceder a um inventário de todos os bens existentes, o qual remete, asseverando que na vila náo há edifício algum que possa substituir o hospital para curativo da tropa e dos moradores; atendendo às circunstâncias e condições do hospital da Santa Casa de Luanda, é de parecer que os bens daquela extinta igreja e hospital de Massangano, se incorporem no da cidade de Luanda, arrendando-se os "Arimos" que ali existem a proveito da mesma Santa Casa, para onde seriam mandados vir os escravos que ali existem; informa que a câmara daquela vila, criada no tempo em que ali existia o governo, quando os holandeses estiveram de posse de Luanda, é hoje um estabelecimento inteiramente inútil, considerando que se devia extinguir a vila, ficando o presídio nas mesmas condições em que se encontram todos os demais.
1820-09-12