OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Manuel Vieira de Albuquerque e Tovar, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], a remeter os documentos que provam os grandes crimes e insultos que cometeram 2 navios inimigos, nos portos de Cabinda e Ambriz; o primeiro, de bandeira inglesa, roubou a galera "República", o navio "Gram Penedo" e o navio espanhol "Antilope"; o segundo, com bandeira dos insurgentes espanhóis, queimou no porto de Cabinda a mencionada galera, aprisionou o navio espanhol, que armou e guarneceu, seguindo ambos para o porto de Ambriz, onde queimaram a escuna "Vingança" que vinha de fazer comércio no rio Zaire, e a escuna de São Tomé "O Destino"; informa da chegada de uma lancha de Cabinda, trazendo o embaixador do Vice-Rei daquele porto, que lhe escreveu a carta que remete, tendo-o hospedado e dado alguns presentes; descreve o percurso dos navios inimigos; participa que escreveu ao governador de Benguela e ao comandante de Novo Redondo, para que dessem todas as providências, a fim de se evitar algum insulto ou ataque, que os corsários pretendam fazer naqueles portos; participa que na galera "Santo António Destemido" vão embarcados alguns dos oficiais da galera "Delphina", os quais poderão narrar o que lhes aconteceu no porto de Cabinda; verifica-se mais uma vez, a grande falta de um brigue de guerra armado, para repelir estes insultos.
1820-05-05