OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Manuel Vieira de Albuquerque e Tovar, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], a considerar que os recursos que poderão desenvolver Angola, são a agricultura o comércio e as minas, que têm estado em total abandono, pois só se cuidou do comércio da escravatura; remete uma amostra de algodão, que aqui nasce espontâneamente e que poderá ter grandes vantagens, considerando que poderá a ser a principal riqueza de Angola; o anil cresce em grande abundância, mas ninguém tira dele a menor utilidade; refere também o café e a cana do açúcar; remete uma porção de breu a que os negros chamam "Mucocoto", uma tina de petróleo e uma barra de ferro; informa que sendo a mina de ferro muito rica, os negros que lá trabalham são muito ignorantes, no entanto, tendo quem os dirija e com a utilização de máquinas próprias, poder-se-ão remeter centenas de arrobas.
1819-09-16