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OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Luís da Mota Feio [e Torres], ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], a informar do aparecimento de 7 chaves falsas, encontradas por acaso num quintal pouco distante das casas da Junta da Fazenda Real e que lhe foram entregues pelo brigadeiro comandante do regimento de linha, tendo-se suspeitado que foram feitas para roubar os Cofres da Junta; informa que se procedeu a exames, tendo-se concluído que as chaves serviam nas diferentes fechaduras da casa dos Reais Cofres, nas portas principais e num Cofre com pequenas reservas, a cargo do Fiel do Tesoureiro Geral; depois de várias diligências e ter-se procedido a um Balanço Geral, felizmente encontrou-se tudo conforme o Livro de Receita e Despesa e mais documentos; participa que ordenou a prisão de todos os ferreiros e serralheiros da cidade e uma rigorosa Devassa, a fim de se descobrirem os autores deste atentado; informa que a maior parte dos ferreiros e serralheiros já foram soltos, porém na cidade acredita-se que só há um serralheiro capaz de obra tão complexa, que é o cabo de esquadra da 7ª companhia do Regimento de Infantaria de linha, Gonçalo António Ferreira, o qual veio cumprir degredo perpétuo, por furtos e arrombamento de cadeia, porém ele será solto e libertado pela justiça, uma vez que não existam as provas que a Lei requer; considera que como governador, não lhe é possível deixar um homem desta qualidade solto e livre e por isso pensa enviá-lo para algum dos presídios da colónia; a presença de de tantos degredados, pôem-no enquanto governador, nas circunstâncias de tomar idênticas decisões, as quais nunca serão contra os meios judiciais, mas com o único fim de pôr em segurança e respeitar os direitos públicos, tanto quanto possível, vendo-se cercado de criminosos de todas as classes; pede instruções.
1818-10-08
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