OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Luís da Mota Feio [e Torres], ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], a informar que recebeu uma representação do Cabido da Diocese, sobre o estado de ruína da Igreja Catedral e que o impedia de ali continuar as funções do seu Sagrado Ministério, requerendo um novo exame à Catedral, e lhe facultasse outra igreja onde pudesse desempenhar as suas funções, enquanto S.M. não desse as necessárias providências para a reedificação da arruinada Catedral; foi feito um novo exame, tendo ouvido o parecer do vigário geral e atual ouvidor interino sobre a escolha da igreja, tendo sido escolhida a igreja da Santa Casa da Misericórdia, porém o Cabido não concordou, propondo a igreja do convento de São José; participa que no dia 11, teve lugar a procissão da transladação do Santíssimo Sacramento e da Imagem de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Angola, cuja procissão acompanhou, juntamente com o Senado da Câmara e as pessoas principais da terra, tendo sido feito com toda a pompa e aparato possíveis e deu ao Cabido todo o apoio necessário para a mudança de todas as alfaias pertencentes à Catedral; sobre a reedificação da Catedral, as circunstâncias atuais do Cofre da Fazenda Real, não permitem, pelos muitos saques que tem sofrido do Real Erário, uma tão avultada despesa.
1818-05-16