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REPRESENTAÇÃO dos negociantes e homens bons da cidade de Luanda, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, Conde da Barca, António de Araújo de Azevedo], a apresentar as justas queixas, a que depois de 4 anos, têm dado causa os iníquos procedimentos do bacharel Francisco Xavier Furtado, residente nesta cidade; faz uma descrição circunstanciada do percurso do suplicado, que veio para Angola degredado por 5 anos, por traição à Pátria, e foi recebido com sua "escandalosa" mulher em casa do "imbecil" e então juiz de fora, Manuel Pinto Ribeiro Pereira de Sampaio, tendo pedido licença para advogar nos auditórios da cidade, daí decorrendo a venda a peso de ouro da sua justiça; este é o resultado de ficar um degredado a governar o Cível e o Crime, o Juízo dos Orfãos e as Fazendas dos Defuntos e Ausentes; com a vinda do atual juiz de fora, Manuel Leite de Faria, houve a expetativa que cessasse o flagelo, mas este deixou-se também seduzir às sedições do suplicado; exemplifica com um caso de um simples despacho sobre uma herança, o qual parece uma sentença arbitrária proferida com escândalo, sem audiência nem defesa dos requerentes; nas atuais circunstãncias, em que por ordens régias se estão conhecendo os crimes do ex-juiz de fora, Manuel Pinto Ribeiro Pereira de Sampaio e em que o suplicado é assaz envolvido, muito mais perigosa se torna a sua residência nesta cidade; concluem, pedindo que o suplicado, Francisco Xavier Furtado, vá concluir o seu degredo num dos presídios de Angola, onde não possa continuar a sua péssima conduta e ser finalmente e devidamente castigado.
1816-02-14
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