OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, José de Oliveira Barbosa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro], a informar que os moradores e negociantes do Presídio do Novo Redondo, têm gravíssimos prejuízos no seu comércio, por falta de embarcações que transportem os escravos que resgataram, isto seria resolvido, caso as embarcações que saíssem de Benguela para Luanda fossem obrigadas a fazer escala no porto do Novo Redondo, não só para conduzirem até aqui escravos e marfim, mas também, para a comunicação das notícias e se requererem as providências necessárias; participa que escreveu ao governador de Benguela, para que fosse imposto aos mestres das embarcações a obrigação de passarem pelo dito presídio, a fim de receberem a carga que lá houvesse, tendo cessado o prejuízo dos negociantes, depois de implementada esta providência; informa que o referido presídio está pacificado, depois que ali chegou para o comandar, o sargento-mor graduado, João de Alvelos Leiria, que conseguiu que os Sobas queiram agora estabelecer a sua habitação mais próxima do presídio, sendo isto da conveniência dos moradores; um dos Sobas mais insubordinado, de nome "Quicombo Calumbi", tomou o carimbo real e prestou juramento de fidelidade, o qual assinou com os seus "Macotas" ou "Fidalgos", tendo o mesmo acontecido com um Soba de Benguela Velha e outro Soba de Luinda, o que será muito útil para a segurança dos caminhos que vão ter à Feira do Dondo; tem recomendado aos capitães-mores e regentes de todos os presídios e distritos, a maior moderação e suavidade no tratamento dos pretos "avassalados".
1811-03-04