OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, José de Oliveira Barbosa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro], sobre a advertência recebida sobre a sua conduta no governo, pela qual vê maculada na presença de S.A.R. a sua reputação, devido à calúnia e intriga de alguns homens, que destituídos de princípios de religião, de moralidade, de educação e até de sincera e perfeita fidelidade ao Trono, podem-lhe ser mais funestas que a malignidade do clima; apresenta uma longa e circunstanciada justificação e defesa sobre os fatos de que é acusado; conclui, afirmando, que com a retirada do juiz de fora e igualmente do físico-mor, cessarão as representações que só existem para fazê-lo odioso na presença de S.A.R. de cuja retidão e justiça, espera que não procederá contra um vassalo fiel e obediente, sem evidentes provas dos seus delitos e se tiver a fortuna de merecer a sua proteção, única que pode ter na Côrte, que como ministro iluminado e justo, não deixará de equilibrar a sua conduta com a do juiz de fora e os seus consócios.
1811-02-10