OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, D. Fernando António de Noronha, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Visconde de Anadia [João Rodrigues de Sá e Melo], a informar da existência de um Quilombo de escravos fugidos a 8 léguas da cidade e que ameaça a tranquilidade pública; assim, resolveu atacar o referido Quilombo, dando ordens ao major do regimento António Gomes Cortesão e ao capitão de ordenança, regente de Golungo, José Diogo Rodrigues, tendo ambos lá chegado no mesmo dia; participa que foi presa uma parte dos escravos, tendo alguns fugido, mas esperando que voltem, pois fez publicar um perdão, a fim de que todo aquele que se apresentar voluntáriamente, fique livre de castigo e seja entregue ao seu senhor; o major comandante comunicou-lhe ter encontrado no Quilombo mantimentos e plantações para 2 anos e 44 casas construídas segundo os métodos locais, tendo sido tudo queimado e arrasado.
1803-11-08