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OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, D. Miguel António de Melo, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] D. Rodrigo de Sousa Coutinho, sobre um plano para o estabelecimento de uma companhia portuguesa para o comércio da Ásia e para descobrir qual o caminho que através da capitania de Benguela e dos sertões vizinhos, comunica a costa ocidental de África com a oriental e nomeadamente com os Rios de Sena, pertencentes à capitania de Moçambique; informa que se não se encontra em condições para responder acerca do dito plano, por falta de documentos e de informações fidedignas; quanto à comunicação entre as duas costas de África, dá conta de uma carta dirigida ao conselheiro de estado e cardeal da santa igreja romana, Nuno da Cunha e Ataíde, de uma memória e de uma carta geográfica feita pelo geógrafo, João Batista Bourguignon d'Anville; considera que dobrar o Cabo da Boa Esperança para ir à costa oriental de África buscar as riquezas que lá se encontram, já não constitui empresa temerosa, tornando-se muito mais perigosa a travessia por terra, devido a passar por diversas nações de negros bárbaros; acresce não termos forças militares para isso, sendo mais fácil arranjar marinheiros para as embarcações; torna-se também empresa quase impossível, arranjar colonos para habitar essas paragens, atendendo ao clima maléfico; dificuldade em arranjar tropas para o exército de exploração, etc. ; queixa-se da situação geral da colónia.
1800-03-08
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