OFÍCIO do juiz de fora interino de Benguela, Jerónimo Caetano de Barros Araújo e Beça, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Martinho de Melo e Castro, sobre as notícias que já dera do mau comportamento e ganância do governador de Benguela, Francisco Paim [da Câmara e Ornelas], e os documentos acerca da ofensa que aquele lhe fez por meio de um bilhete, pedindo desagravo; dando conta da redução do contrabando naquele presídio desde que chegara; referindo o número de escravos e navios saídos de Benguela em 1794 para a América e o marfim que entrara na Real Feitoria; dando conta da chegada de um navio espanhol, vindo de Liverpool, com objectivo de carregar escravos nos portos de Ambriz, Cabinda e Mulembo, tendo indo pessoalmente fazer-lhe ronda para evitar o contrabando e mandado um escaler fazer rondas por mar, por não estar ali a fragata guarda-costa Luanda, procedendo de forma idêntica com um navio inglês; rogando para sair daquele presídio e ir servir em Portugal, alegando as moléstias e perigos de vida que ali corria.
1795-02-06