OFÍCIO do governador de Benguela António José Pimentel Castro de Mesquita ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Martinho de Melo e Castro sobre a execução de medidas tendentes a evitar demoras dos navios; referindo que a regulação de saída dos mesmos por ordem de chegada seria prejudicaria os comerciantes, devido a falta de fazendas e a demora que levavam a negociar a compra de escravos, atrasando; mencionando a precariedade do negócio, os cabedais nas mãos dos pombeiros, as dificuldades da venda das fazendas aos gentios, entre outras; alertando para o seu estado de saúde e as limitações no desempenho das suas funções; referindo o estado do governo de Benguela: a impreparação da tropa, a preferência em se recrutar gentios, em vez de degredados, uma vez que estes morriam à chegada ou fugiam para o sertão; a rebeldia dos sobas; a sua forma de actuação para com os mesmos e a acusação de ser brando; informando da chegada ao presídio de 4 sertanejos ricos provenientes do sertão em busca de segurança; alertando para a recusa da Junta de Angola em pagar-lhe a renda de aposentadora, apesar da autorização constante da provisão do Conselho Ultramarino, por último recordando os anos de serviço e solicitando o seu regresso.
1781-11-01