OFÍCIO do [governador e capitão-general de Angola] D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Martinho de Melo e Castro sugerindo a introdução na fábrica do ferro de alguns casais de escravos muito moços para eles e seus filhos aprenderem todos os ofícios da mesma fábrica e constituírem uma povoação de trabalhadores úteis e próprios ao desenvolvimento deste estabelecimento, trabalhando as mulheres na terra para o sustento do casal e atribuindo aos maridos um ou dois dias de jorna para o vestuário; referindo as vantagens económicas dessa proposta; informando que pretendera deixar na fábrica 200 casais de escravos moços nas condições atrás referidas, antes de seu regresso para o Reino, mas por constituir um pesado encargo, a Junta da Fazenda Real sugeriu que se devia esperar por ordens régias e seguir-se conforme as instruções anexas do Intendente da fábrica; sugerindo a contratação de negros forros para os períodos de maior actividade da fábrica, em que se precisava de mais fundidores, ferreiros, malhadores, carpinteiros e pedreiros; sobre a forma pelo qual deveriam ser pagos, alertando para a vantagem do recrutamento dos casais de escravos em relação à dos negros forros.
1772-02-05