OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Caetano Procópio Godinho de Vasconcelos, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], António Manuel de Noronha, sobre: necessidade do envio da escuna de guerra Conceição ao porto de Cacheu, para transportar um destacamento de tropa de linha, a fim de render o que ali estava e também para conduzir os géneros necessários para o fornecimento daquele presídio, no corrente ano; também, para transportar a pólvora destinada às despesas do corte das madeiras para construção naval, devendo a mesma escuna, quando concluir a sua missão, voltar a esta ilha com escala em Bissau, para dali transportar o desembargador ouvidor-geral e o coronel, Joaquim António de Matos, ex-governador da mesma praça, no caso de não terem vindo na charrua Orestes; a falta da escuna Conceição, priva a província de importantes serviços, tais como, a facilidade de comunicação das ilhas entre si e delas com a Guiné e o transporte de objectos do Real Serviço, prejudicando também o comércio; propõe o envio de uma escuna ou iate desarmado, comandado por oficial que não vença comedorias, e tripulada sómente com as indispensáveis praças de marinhagem para a sua navegação; pede que a dita embarcação seja veleira e vantajosa em bolina, porque assim o exige a navegação de cabotagem a que se destina; mais uma vez, informa do estado de absoluta penúria em que se encontra o Cofre da Fazenda Pública, da província; a escuna Conceição, deverá fazer escala na ilha da Boavista, a fim de lá receber uma retranca nova; a mesma escuna transporta para Lisboa, 14 indivíduos que concluíram o seu degredo nestas ilhas.
1827-05-03