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OFÍCIO do governador de Cabo Verde, D. António Coutinho de Lencastre, ao [secretário do Governo da Regência do Reino nos Negócios da Marinha, Estrangeiros e da Guerra] D. Miguel Pereira Forjaz Coutinho, sobre a chegada da fragata Pérola, de que é comandante o capitão de fragata, José Maria Monteiro, e ter recebido os ofícios, entre os quais o de 6-09-1815 relativo à deposição que os moradores de Cacheu fizeram do seu comandante, Joaquim José Rebelo de Figueiredo e Góis, ter recebido dos mesmos moradores idêntica representação, designado-se de regentes interinos em triunvirato; acha desnecessário o auxílio da fragata para aniquilar qualquer espírito de partido e desobediência à autoridade constituída, visto que não têm ainda informação do oficial que enviou a Cacheu para tomar o comando do presídio, impossibilitado o comandante pela sua loucura e frenesim; que na volta da mesma embarcação fosse remetido o dito comandante à sua presença para se verificar a sua loucura e mania, e assim sendo aplicar-se-lhe os remédios prescritos pelo cirurgião-mor, e não tendo notícias do dito oficial sabe, por Goré, que foi bem recebido e o presídio em tranquilidade; perguntado o ouvidor-geral de Cabo Verde, que tinha a Cacheu em diligência, disse que pelas acções do comandante se não estava louco não estaria longe de o ser, ou fingindo para outro fim tanto que saiu para a praça de São José de Bissau e com estranho diploma fez entrega do presídio ao sargento-mor João Pereira Barreto.
1815-10-07
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