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OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Francisco José Teixeira Carneiro, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Martinho de Melo e Castro, a informar dos procedimentos que tem praticado na ilha de Santiago, em todo o tempo que a governa, de que nasceram as fermentações de um partido contrário ao sossego público e subordinação dos habitantes, a saber: maus tratos ao escrivão da câmara, praticados pelo alferes, Manuel Pinto de Gouveia e pelo coronel, José de Évora Macedo; este último e o cirurgião, Manuel Nunes da Costa, patrocinaram a Damião Freire de Andrade, que se acha culpado pelo arrombamento da cadeia e seduziram o juiz ouvidor, para que fosse riscado dos rol dos culpados; queixas do coronel, João Freire de Andrade e do sargento-mor, João de Spínola Veiga, respeitantes ao vínculo da Ribeira da Barca; tendo sido notificado o sargento-mor, João de Spínola, pela ouvidoria, a requerimento do provedor da Santa Casa da Misericórdia, pela quantia de setecentos mil réis de juros, que há quase 20 anos deve a Santa Casa, este injuriou os oficiais da dita diligência; falecimento no convento dos franciscanos, do doutor, Domingos Vidal de Barbosa, que tinha vindo degredado, ficando os seus bens em poder de Frei Bonifácio de Santa Rosa; morte dum frade, que não alinhou nos roubos praticados; abertura do pelouro, para novos oficiais da Câmara da vila da Prais, o que foi boicotado; mais intrigas; pede ajuda de Sua Majestade, porque se sente completamente isolado e atacado pelo partido formado.
1794-03-22
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