Ofício do governador, João Gonçalves da Câmara, queixando-se do desleixo das autoridades da Madeira no cumprimento dos seus deveres e na falta de auxilio e cooperação que neles encontrava. Especializando, refere-se ao procedimento do desembargador, João Xavier Teles de Sousa, quando um corsário americano, que perseguia os navios ingleses que transportavam alimentos para a Ilha, pediu para meter água, o que por aquele motivo lhe foi negado. Mostra ainda a necessidade de povoar a ilha Deserta, o Paul da Serra, na Madeira, que sendo uma planície de uma légua de extensão era o melhor e o mais produtivo terreno da Ilha.
1778-02-28
Carta do governador, João Gonçalves da Câmara, dirigida a rainha, participando as queixas e a prisão abusiva e arbitrária do advogado António Xavier Pimentel, a que se refere o requerimento e vários outros documentos que lhe estão juntos. Requerimento de António Xavier Pimentel, advogado na Comarca do Funchal, pedindo intervenção do governador, para se opor ao abuso de jurisdição praticada pelo juízo eclesiástico e protestando pela sua prisão no Aljube eclesiástico, a ordem do vigário geral do Bispado, violentamente efetuada contra as leis do reino. Ofício do governador, João Gonçalves da Câmara, para o bispo D. Gaspar protestando contra a prisão pelo juiz eclesiástico do advogado dr. António Xavier Pimentel e pedindo a sua soltura. Ofício do bispo D. Gaspar, para o governador, João Gonçalves da Câmara, afirmando não haver abuso de autoridade na prisão do dr. António Xavier Pimentel nem ter sido violado por este facto as leis do reino. Ofício do governador, João Gonçalves da Câmara para o bispo do Funchal, insistindo na ilegalidade e abuso do poder, cometido pelo vigário geral do Bispado, conservando preso no Aljube eclesiástico o dr. António Xavier Pimentel e exigindo, em cumprimento das leis do reino, a sua soltura. Ofício do bispo D. Gaspar, para o governador, João Gonçalves da Câmara, mantendo a resposta que dera no seu ofício de 07 de Maio. Requerimento do dr. António Xavier Pimentel, acerca da sua prisão e da mudança de cárcere, pois se pretendia encerra-lo no da Torre dos sinos da Sé, para ficar incomunicável.
1778-05-11