CARTA do governador da (praça) de Santos, João da Costa Ferreira de Brito, para o (governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro, Aires de Saldanha de Albuquerque Coutinho Matos e Noronha), informando-o de lhe ter escrito pelo capitão Manuel Lopes Pereira e de outros assuntos. Entre estes, diz que concorda com o observado pelo governador, na sua carta, em como a tomada do patacho francês foi violenta e mal feita, mas fê-lo por excesso de zêlo. E, visto que é, naquela costa, o primeiro oficial graduado no govêrno das suas capitanias, tem de ser cuidadoso e toda a vizinhança de navios estrangeiros lhe é pesada, tanto mais que tem ordens para não consentir estrangeiros a negociar nas suas costas. Sobre o que disseram da sua ida ao navio francês, afirma que é tudo falso. O que realmente, sucedeu, foi ter ido ver entrar a navio, da fortaleza grande da Barra, onde foram ter os dois capitães do patacho, e levantando-se de repente um temporal, se abrigaram todos naquele barco sem fazer diligência alguma nessa altura. Mas mandou-a depois fazer ao juiz de fora que está tratar do inventário, e, encontrando umas ordens secretas do capitão francês, mandou-as juntar aos autos. Por elas se pode ver "o que sabem de nossas casas estes franceses". Espera que quando chegar o novo juiz de fora o envie logo para Santos pois o que aqui está é incompetente para o seu cargo.
1720-07-06