CARTA dos oficiais da Câmara da [cidade da Ribeira Grande] da ilha de Santiago, ao rei [D. José] dando conta da decadência e estado de ruína em que se encontra aquela cidade e ilha, sem administração da justiça, cadeia para prender os criminosos, com as casas da Câmara destruídas e o açougue e as calçadas arruinadas; sobre a impossibilidade da Câmara realizar essas obras pela pobreza em que se acha, por não ter de rendimentos mais do que duas vacas vendidas por cada navio que aportasse àquela ilha para fazer refrescos, não chegando para pagamento dos salários dos oficiais, tendo a Companhia [de Grão Pará e Maranhão], usurpado os direitos de arrecadação dados pelo desembargador sindicante, Custódio Correia de Matos; e pedindo que se lhes dessem metade do rendimento da venda das vacas pertencentes à Fazenda Real para, com o rendimento das duas vacas do Senado, fazer as obras, realizar as festas reais e pagar os oficiais assalariados.
1764-06-23