OFÍCIO do comandante e capitão-de-mar-e-guerra, D. frei Luís [Caetano] de Castro [de Vasconcelos], ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, Francisco Xavier de Mendonça Furtado], relatando a sua expedição para Bissau, no seguimento da viagem que fez num comboio de sete embarcações, sendo duas destinadas a Mazagão e cinco para a ilha de Santiago, referindo o avistamento das ilhas de Sal, Boa Vista e Maio, tendo dado fundo na vila da Praia, ilha de Santiago, reiterando que dali partiram com mantimentos para Bissau, onde foram recebidos com salvas pelos navios franceses e ingleses; queixando-se que em Bissau o navio Cabo deu salvas e enviado um escaler a terra, tendo mandado o capitão tenente João da Costa averiguar a situação, o que levou a prisão do capitão que deu as salvas; salientando padres [de Bissau], inclusive frei Manuel de Vinhais insistiram junto do rei de Bissau para que autorizasse o desembarque de uma quantidade de homens; sobre as obras da fortaleza, e o levantamento e a indisciplina dos homens, tendo sempre presente os episódios de doença, de que ele também fora vítima; informando que o destinatário fora mal informado acerca do trabalho dos negros oriundos de Cabo Verde, advertindo que eram maus trabalhadores; e solicitando determinação sobre quem deveria ficar com o governo da fortaleza, dado que não consentia que a dita fortaleza ficasse na posse do capitão-mor de Bissau, aconselhando que Sebastião da Cunha, homem rico e destemido, continuasse a governar a fortaleza.
1766-01-14