CONSULTA do Conselho Ultramarino ao príncipe regente D. Pedro sobre as cartas do governador e capitão-general de Angola, Aires de Saldanha de Meneses e Sousa, sobre a chegada de um navio castelhano, vindo de Sevilha, com patacas, prata lavrada, jóias, vinho e azeitonas, e das dúvidas que tivera em deixá-lo entrar, acabando por consentir devido à importância em abrir e continuar o comércio do Rio da Prata e Buenos Aires; explicando as condições do negócio que estabelecera para que estes castelhanos dessem entrada a alguns navios portugueses naquele comércio, vendendo escravos dos moradores [de Luanda], podendo estes cobrar as eventuais perdas ao capitão castelhano Martinho de Albis, ao capitão português Estevão Rafael, e a alguns mercadores de Cádis; remetendo um documento dos oficiais da câmara [de Luanda] acerca das vantagens para a conservação do reino em deixar entrar navios castelhanos naquele porto, o que ajudaria a reduzir o contacto dos negros com outras nações e, consequentemente, diminuiria os riscos de guerra, como era o caso do conde do Sonho.
1678-11-04