CARTA do [governador de Benguela], Manuel Cerveira ao rei [D. Filipe II] descrevendo a sua viagem para Benguela, queixando-se do grande número de deserções entre homens que levava consigo, pedindo os 150 homens que faltavam, mais 20 cavalos, dois fundidores, e dois mineiros; que fosse ordenado ao governador e ao ouvidor de Angola que executassem os precatórios e prendessem os fugidos (soldados e gente do mar), mandando-os de volta a Benguela; informando que o governador e capitão-general de Angola Luís Mendes de Vasconcelos e o ouvidor tinham chegado àquele porto de São Filipe de Benguela no dia 20 de Agosto de 1617, mas que se foram logo, sem o receber a bordo nem o informarem de algum recado para ele; sublinhando a importância das minas de cobre e a falta de homens; solicitando provimento de pólvora e outras coisas necessárias, e o envio de um clérigo para assistir naquela cidade, com poderes de administrador para poder dar licença para casamentos. Informa do levantamento de um fidalgo jaga, estabelecido a uma distância de quatro léguas da cidade no sentido de Angola, e que em tempos fora aliado dos portugueses; enviando alguns arráteis de cobre em argolas; queixando-se da falta de gente que o impedia de tomar posse das minas de cobre e assegurando que, apesar disso e de ter com ele o senhor delas que lhe viera pedir ajuda para tomar posse delas, não abandonaria a cidade sem a chegada dos 150 homens que pedira.
1618-07-02