OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, João Maria Xavier de Brito, ao secretário de estado da Marinha e Ultramar, Joaquim José Monteiro Torres, a remeter dois requerimentos do coronel das ordenanças da ilha de São Tomé, André Teixeira de Sousa e Aragão; informa que a este oficial, S. M. mandou dar-lhe baixa do posto de tenente coronel de Milícias e escusar do real serviço, por ordem de 5 de Setembro de 1804, tendo sido posteriormente nomeado pelo seu antecessor, o coronel, João Baptista e Silva de Lagos, coronel do corpo das ordenanças, nomeação, de que se apressou logo a requerer em Lisboa, a confirmação régia do tempo chamado constitucional, tendo-a obtido de forma sub reptícia; este homem não merece ser empregado e muito menos condecorado como requer, depois de ter sido o chefe ou corifeu das três sanguinárias revoluções que promoveu na ilha de São Tomé e que a cobriram de luto, no infausto tempo da chamada constituição; mais, usurpou os bens dos cidadãos, exercendo o seu despotismo e astúcia, tendo conseguido inspirar terror aos mesmos e por pouco, não reduziu a ilha de São Tomé ao deplorável estado em que se encontra a ilha de Ano Bom, que ficou só com um regente, sendo o resto dos habitantes, seus escravos.
1825-12-08
OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, João Maria xavier de Brito, ao ministro e secretário de estado dos Negócios Ultramarinos e da Marinha, Joaquim José Monteiro Torres, a informar que por falta de meios, não pôde cumprir a ordem de S. M., que ordenava que procedesse ao corte de madeiras de construção naval, a fim de serem remetidas ao Arsenal Real da Marinha, porque só possui 120 escravos, a maior parte velhos e estropiados ou mulheres e crianças, não chegando as rendas das ilhas para as despesas ordinárias e para o pagamento dos empregados públicos, só lhe restando o recurso de obrigar com violência os moradores a fazer gratuitamente este serviço tão pesado, o que entende ser contra as intenções de S. M.; considera empregar no dito serviço alguns homens assalariados, por 2 ou 3 meses; participa que no próximo mês de Fevereiro, tenciona passar à ilha de São Tomé com o 1º tenente da Armada Real, Joaquim de Sousa Braga, para aproveitar a estação própria, a fim de se fazer o corte das madeiras, as quais serão remetidas para Lisboa na 1ª charrua ou embarcação que tocar naquela ilha, do mês de Julho por diante, com a conta legalizada da despesa que se fizer.
1825-12-20
See more