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João Inácio de Araújo Lima, filho de Manuel José de Araújo Lima, alfaiate e natural da freguesia de Santa Maria de Refóios do Lima, e de sua mulher Ana Maria da Conceição Monteiro, doméstica e natural da vila de Ponte de Lima, nasceu numa casa situada na Rua do Cardeal Saraiva, na freguesia e vila de Ponte de Lima, a 28 de Novembro de 1868. Foi batizado na pia da Igreja Paroquial de Santa Maria dos Anjos de Ponte de Lima pelo reverendo coadjutor João Luís Rodrigues de Sousa, ao colo dos padrinhos João Inácio da Cunha e Sousa e D. Júlia Virgínia da Cunha Carvalhais Malheiro, solteiros e proprietários (6 de Dezembro de 1868); estudante; habilitou-se para receber ordens sacras de presbítero por processo de inquirição de genere (17 de Janeiro de 1883); aluno do Curso de Teologia do Seminário de Braga; fundador do Club Recreativo Diogo Bernardes, de Ponte de Lima (1888); presbítero do hábito de S. Pedro (1891); bacharel em Teologia pela Universidade de Coimbra; estabelece residência em Lisboa (1895 – 1935); habilitado com o Curso Superior de Letras, em Lisboa, com o grau de bacharel em Letras; professor liceal (1898 – 1935); professor do Liceu de Camões, em Lisboa; militante do Partido Progressista (1900 – 1910); colaborador do JORNAL DE VIANA; colaborador do semanário O COMÉRCIO DO LIMA (1906); deputado na Câmara dos Deputados da Nação, pelo círculo plurinominal de Viana do Castelo (2 de Outubro de 1906 – 1908); vogal da Comissão Parlamentar da Instrução Primária e Secundária (Outubro de 1906); participa no debate parlamentar acerca dos sucessivos concursos para o caminho-de-ferro do Alto Minho e sobre a linha do Vale do Lima (Novembro de 1906); capelão da Casa Real e d’El-Rei Dom Manuel II; confessor da rainha Dona Amélia; deputado da Nação (8 de Maio de 1908 – 27 de Junho de 1910); secretário da Comissão Parlamentar de Instrução Primária e Secundária (1908 – 1910); vogal da Comissão Parlamentar de Negócios Eclesiásticos (1908 – 1910); vogal da Comissão Parlamentar Especial para analisar os decretos ditatoriais do Governo João Franco (1908 – 1909); vogal da Comissão Interparlamentar de Colonização (1909); secretário da Comissão Parlamentar de Inquérito à Instrução (1909); apresenta um projecto de lei que autoriza a Câmara Municipal de Ponte de Lima aplicar à compra do prédio denominado de São João de Deus, pertencente à Misericórdia da mesma vila, a quantia de 1.444$423 réis, que tem em depósito, podendo ser aplicado às modificações e reparações a fazer no mesmo prédio o saldo que fique da compra (26 de Junho de 1909); apresenta um projecto de lei para o governo ser autorizado a construir e explorar o ramal do caminho-de-ferro da estação de Viana do Castelo, na linha do Minho, até à doca de flutuação do porto daquela cidade, nos mesmos termos e condições que legalmente vigoram para a rede dos caminhos-de-ferro do Estado (1 de Setembro de 1909); secretário da Mesa da Presidência da Câmara dos Deputados (3 de Janeiro de 1910); sócio n.º 3141 da Sociedade de Geografia de Lisboa (1910); colaborador do jornal CARDEAL SARAIVA (1910); cozinheiro e gastrónomo; o seu famoso “bife à padre Araújo Lima” era muito afamado em Lisboa nas décadas passadas (1910 – 1930); muito estimado em Lisboa e figura singular pela sua indumentária, sendo conhecido historicamente como o último indivíduo a usar chapéu alto de cartola e sobrecasaca na capital; colaborador e responsável pela publicação da 2.ª edição do Grande Dicionário Francês-Português e Português-Francês, de Domingos de Azevedo (1918); colaborador do ALMANAQUE DE PONTE DE LIMA (1927); desenvolve uma campanha para que o cadáver do poeta António Feijó, seu particular amigo, fosse trasladado para Ponte de Lima (1930); membro da Comissão Executiva Local Pró-Monumento ao Poeta António Feijó em Ponte de Lima (1932 – 1936); possuía uma valiosa e volumosa colecção de cartas particulares e inéditas de António Feijó, que se extraviaram; professor liceal reformado, por limite de idade (Novembro de 1935); regressa definitivamente a Ponte de Lima (1935); nunca teve paróquia, nem tão-pouco confessou ninguém, mas dizia a missa das 7 horas da manhã em Lisboa e, depois, na Igreja Matriz de Ponte de Lima; proprietário; bibliófilo, sendo os livros marcados com o seu ex-líbris ou com a rúbrica JIALima; legou a sua casa em Ponte de Lima para residência paroquial (1941); legou a sua biblioteca e estantes à Confraria do Divino Espírito Santo de Ponte de Lima (1941). Faleceu a 25 de Outubro de 1941, numa casa da Rua de Vieira Lisboa, na freguesia de Santa Maria dos Anjos, vila de Ponte de Lima, aos 73 anos de idade e foi sepultado no cemitério municipal de Ponte de Lima.