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Conjunto documental reunido por José Francisco David Ferreira enquanto diretor do Departamento de Biologia Celular e membro da direção do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC). A coleção cobre o período de 1972 a 1993 e acompanha a rede de sociabilidades profissionais do produtor. Entre os assuntos abordados, predominam os que se relacionam com intercâmbios e visitas de cientistas estrangeiros a convite do IGC (mas também da Faculdade de Medicina); intercâmbios de ideias e experiências laboratoriais; colocações de bolseiros; convites diversos, assentes em numerosa correspondência trocada entre o produtor e personalidades como Luiz Carlos Lobo, Eduardo de Robertis, Wilhelm Bernhard, Israel Bonomo, J. Anthony Morris, Gerson Cotta-Pereira, Alex Novikoff, Benjamin Fernandez, Franciszek Kaczmarski, Morris J. Karnovsky, Arvid Maunsbach, Björn Afzelius, Keith Porter, Alan McDermott, Etienne de Harven, Alberto Ralha, António Coimbra, Xavier Morato, Jan de Mey, Marc Moeremans, Ian Varndell, Eni Peinado Viñolo, Martine Perrot-Applanat, Evrik Afrikian, David Albertini, Alberto Ribeiro, Clara Pinto Correia, Sílvio de Almeida Toledo Filho, Luiz Carlos Gomes Simões, Alberto Candeias, Thomas Schuster, Britaldo Rodrigues, Pedro Pinto da Silva, Margaretha Lindroth, Manuela Martins Green, Rolf Kinne, entre outros. Uma parte desta correspondência relaciona-se, assim, com os movimentos de investigadores e universitários estrangeiros, a vinda a Portugal para proferir lições, seminários ou cursilhos especializados no âmbito dos «Estudos Avançados de Oeiras» ou das formações pós-graduadas do IGC. Outra parte relaciona-se com os convites - endereçados ao próprio David Ferreira - para participar em conferências ou seminários, ou para o desempenho de funções como a de Conselheiro Científico do INIC. Frequentes são também as cartas de aceitação e agradecimento por parte de estagiários do IGC, alunos de mestrados ou doutoramentos, as propostas de investigação conjunta ou de outras colaborações (por exemplo, em publicações ou em juris, como o convite para integrar um «banco de avaliadores» da «Comision Interministerial de ciencia y tecnologia» de Espanha, dirigido a David Ferreira). As rotas desenhadas são particularmente intensas com o Brasil mas passam igualmente por outros países como Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Suécia, Finlândia e EUA, envolvendo algumas prestigiadas instituições de investigação como o INSERM de Paris, a Academia Médica de Cracóvia, a Escola Médica de Harvard, bem como as universidades Federal do Rio de Janeiro (curso co-orientado por David Ferreira, em 1983), de Londres, Estocolmo, Lund (Suécia), Turku (Finlândia), Berna, Berlim, Tottori (Yonago, Japão), Tel-Aviv, Mainz, Madrid, Sevilha, Califórnia ou Buenos Aires. São igualmente documentadas algumas viagens de David Ferreira, bem como as relações profissionais ou semi-profissionais que foi mantendo com os seus pares, colegas ou antigos bolseiros que passaram pelo Centro de Biologia, com particular incidência nos anos 70 e 80. Muitos desses contatos realizaram-se ao abrigo de projetos específicos como o da «Fertilização in vitro» (Hospital de Santa Maria, Maternidade Alfredo da Costa), ou de atividades promovidas por entidades externas como o Clube de Biologia e Geologia de São Mamede/Casa de Cultura da Juventude de Portalegre (palestra «O núcleo e a membrana nuclear» no quadro da «Exposição sobre hereditariedade em Portalegre»), a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto ou a Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais. Encontra-se, por último, uma carta dirigida a David Ferreira, por L. M. Tocantins, datada de 1962.
José Francisco David Ferreira foi diretor do Laboratório/Departamento de Biologia Celular do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), «encarregado de apresentar um plano para a formação de um Laboratório de Microscopia Eletrónica», logo em 1961, membro da «Comissão técnica» para a construção do Centro de Biologia do IGC, em 1962, tornando-se, a partir de 1966, membro do Conselho de direção e sub-diretor deste organismo. No presente conjunto documental, os aspetos associados à instalação e apetrechamento, bem como à gestão corrente do IGC (recursos humanos, equipamentos, projetos de investigação), são ilustrados desde a sua génese. Assim, conservam-se as "memórias descritivas" que David Ferreira produziu na planificação do Laboratório de Microscopia Electrónica, com indicações de requisitos técnicos, materiais e humanos, orçamentos, e informações internas relacionadas com o mesmo processo. É igualmente documentada a chegada e a instalação do novo microscópio eletrónico Siemens, em 1965, processo que David Ferreira acompanhou, interrompendo o estágio que vinha efetuando no National Cancer Institute de Bethesda (EUA). Circunstância bem documentada é a inauguração oficial do Centro de Biologia (CB), a 20 de julho de 1967, assinalada nos convites endereçados a diversas personalidades de ciência, nacionais e estrangeiras, na correspondência, nos discursos proferidos bem como na publicação de uma edição comemorativa com conceção gráfica de Sebastião Rodrigues e fotografias de Mário de Oliveira. Inclui, igualmente, as missivas de personalidades como Orlando Ribeiro, Rui Grácio ou Francisco de Paula Leite Pinto (recém-empossado no cargo de administrador do pelouro da ciência da FCG), a par de recortes de imprensa, programas e listas de convidados. Da mesma época, somam-se diversas versões anotadas dos Estatutos, da orgânica e de outros regulamentos internos. Para além da documentação mencionada, a presente unidade de instalação inclui, ainda, a planta do complexo edificado, currículos de membros da equipa do LBC (José Carlos Martins Lemos, Artur Bandeira Geraldes, Zilda Perdigão Henriques da Gama Carvalho, João Manuel de Vasconcelos Costa, Lucinda do Carmo Conceição Rodrigues Maria da Mata), ou de candidatos proponentes a estágios ou estadias no CB, listas de publicações, resumos e planos de investigação, relatórios, apontamentos manuscritos da autoria de David Ferreira ou de Karin Ferreira que fora técnica especializada em microscopia do mesmo laboratório. No seu todo, a documentação permite acompanhar a evolução institucional do IGC, do Centro de Biologia e dos seus laboratórios, as mudanças sofridas no seu modelo de gestão, entre os anos 70 e os anos 90, período que corresponde à permanência de David Ferreira à frente do LBC. Neste ciclo temporal, é possível acompanhar o momento crítico de avaliação externa a que o IGC foi submetido em 1977, bem como a orientação que a FCG entendeu conferir àquela entidade, nomeadamente, com o investimento no ensino pós-graduado.
Documentação relativa às atividades do Instituto Gulbenkian de Ciência ou dos seus orgãos constituintes, como o Centro de Biologia e o Departamento/Laboratório e Grupo de Biologia Celular, ou o Departamento de Microbiologia, incidindo sobre projetos de investigação e cooperação com entidades externas nacionais. As atividades do Centro de Biologia, entre 1970 e 1986, são detalhadas em relatórios bem como em informações internas. A atividade do Grupo de Biologia Celular (GBC) é, em particular, relevada com documentação sobre projetos de investigação desenvolvidos entre 1976 e 1990, incluindo listas de publicações, orçamentos, relatórios, listas de pessoal e de equipamentos. É igualmente documentada a atividade do Departamento de Microbiologia que fora dirigido por N. van Uden, nomeadamente o projeto sobre «culturas microbianas» conduzido por este último departamento, entre 1986 e 1990, cujo co-financiamento por fundos comunitários e por fundos do Programa Mobilizador de Ciência e Tecnologia da JNICT, visara a integração da «Coleção Portuguesa de Cultura de Leveduras» do IGC numa rede de informação europeia. Finalmente, as atividades do Biotério - um dos serviços especializados do Centro de Biologia - estão também documentadas, através de relatórios, guias e outros documentos normativos produzidos no âmbito do controlo sobre a produção e tráfico de animais para experimentação biomédica e farmacológica. Na presente unidade de instalação, são ilustrados outros projetos de cooperação institucional e convénios firmados entre a FCG e/ou o IGC e diversas entidades externas, por exemplo, com o Hospital de Santa Maria (projeto de «Fertilização in vitro» que fora criado em 1984 como «unidade pluridisciplinar» para o referido Hospital/FML); com as Universidades de Coimbra, em 1974; Nova de Lisboa, em 1977; do Porto, em 1981; com o INIA, Instituto Nacional de Investigação Agrária, em 1987; entre outros. À margem desses assuntos, conservam-se alguns documentos relativos a processos de transferência de técnicos de investigação (Christiane Arnold), bem como pareceres relativos a alguns investigadores (Margarida Maria Rodrigues Barroso, Domingos Manuel Pinto Henrique e F. Guerra Rodrigo). Informação relativa à aquisição de equipamentos, bens e produtos necessários à atividade laboratorial, para os anos de 1986 a 1989, está também aqui documentada.
Documentação reunida no âmbito das funções de gestão científica que couberam a David Ferreira enquanto diretor do Laboratório/Departamento de Biologia Celular do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), na qual se destaca a criação de um programa internacional de cursos pós-graduados de curta duração (2 a 4 semanas), os «Estudos Avançados de Oeiras» (EAO) a partir de 1969. Projetados por Nicolau van Uden, em 1965, foram inicialmente organizados segundo um modelo prático e intensivo de «workshop» e envolveram três departamentos do IGC: Biologia Celular, Microbiologia e o Departamento de Ensino encarregado da coordenação e da planificação anual dessas formações avançadas. Os EAO tiveram regulamento próprio, Conselho Escolar (com Luís Archer, A. Pato de Carvalho, J. Contreiras, N. van Uden e David Ferreira), «Comissão de Estágios» (presidida por L. Archer) e, nas suas diversas edições, um corpo docente constituído por especialistas portugueses e estrangeiros convidados. Das formações documentadas salientam-se as de «Metodologia de radioisótopos» e de «Radiobiologia» (1973), orientadas por Eduardo Penna França e Roberto Alcântara Gomes, professores da Universidade Federal de Rio de Janeiro, ou as de Jean André, pela Universidade de Paris, sobre «Mitochondrial biogenesis» (1972). Da mesma época, subsiste um exemplar de «Investigação & Desenvolvimento - Boletim informativo da JNICT» (nº 10, Maio de 1973), que dá destaque às ações do IGC em 1972. Os EAO foram coordenados por van Uden até 1991, tendo sido parte de uma estratégia de consolidação da posição do IGC nas redes nacionais e internacionais de «educação e divulgação da ciência». Antecederam o Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biologia e Medicina, criado ao abrigo de um convénio entre a FCG e as Secretarias de Estado da Ciência e da Tecnologia e do Ensino Superior, em 1993. Todo este ciclo de atividades do IGC é ilustrado em atas, correspondência, relatórios e informações internas («Apontamentos»), recortes de imprensa, bem como através de propostas e programas de atividades, projetos de investigação (de Isabel Palmeirim, 1994), protocolos (com a Universidade de Lund e o Hospital Comunal de Aarhus ou com o Karolinska Institute de Estocolmo, em 1990 e 1992) ou «Cursos Intensivos Internacionais» («Liver specific gene expression...», «Yeast taxonomy...», «Molecular and cytogenetic methods», em 1990). Quanto ao projeto de criação do programa doutoral Gulbenkian em Biologia e Medicina ele é documentado desde 1992 e até 1998. Outra documentação conservada respeita a protocolos de cooperação com entidades externas. A nível internacional, sublinham-se os acordos entre o IGC e organizações como a Academia das Ciências da Arménia (viagem de David Ferreira em 1979 e outros intercâmbios em 1990), ou o Instituto de Biofísica da Universidade Federal de Rio de Janeiro, os acordos de cooperação entre a FCG e países como a França ou a Húngria. A nível nacional, regista-se o convénio estabelecido com a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa para a criação conjunta de cursos «de extensão universitária» e de mestrado em engenharia biológica e em biotecnologia. Outros papéis avulso referem a candidatura do IGC a financiamentos do Programa Ciência, em parceria com o CTQB - Centro de Tecnologia Química e Biológica -, a visita do Centro Nacional de Cultura ao mesmo IGC (1987), a organização de um «Satellite symposium of the 12th ISN Meeting», «Adenosine receptors in the nervous system», em Albufeira, em 1989, a programação de um colóquio «Biologia fundamental em Portugal no fim do século XX: perspectivas e prioridades», bem como a realização de um «International Training Course on selected topics of modern biology» organizado pela Academia Húngara de Ciências, com o patrocínio da Unesco, entre 1986 e 1987. Uma exposição de Hugo Gil Ferreira a José Mariano Gago (1988), ao tempo em que este foi presidente da JNICT, também se encontra entre a documentação conservada.
Contém correspondência datada de 1955 a 1990, que corresponde ao período em que David Ferreira exerceu funções como investigador e assistente do Instituto de Histologia e Embriologia, antes de prosseguir como bolseiro do Instituto de Alta Cultura e depois da FCG, nos EUA. Inclui, portanto, alguma informação relativa ao início da carreira do produtor antes ainda da sua ligação ao futuro IGC, abrangendo o período em que estagiou no Institut de Recherche sur le Cancer Gustave Roussy, em Villejuif, Paris. Entre a documentação mais antiga, destaca-se uma carta de Charles Oberling a Augusto Celestino da Costa, com data de abril de 1955, dando conta da aceitação de David Ferreira como estagiário naquele Instituto francês. A documentação prolonga-se depois num ciclo longo de atividades relacionadas com a gestão e a produção de ciência no Laboratório de Biologia Celular do Centro de Biologia do IGC, que se encerra nos anos 90. A maior parte da documentação (cartas, pareceres, informações internas) ilustra os contatos tidos com as mais diversas personalidades (José de Azeredo Perdigão, Francisco de Paula Leite Pinto, Horácio Menano, António Coimbra, Nicolau van Uden, Arsélio Pato de Carvalho, Vitorino Nemésio...) no âmbito das funções de administração e direção do Laboratório de Biologia Celular do IGC. Entre outros assuntos, são referidos convénios entre o IGC e instituições nacionais e estrangeiras (por exemplo, com o Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil), a aquisição de equipamentos e produtos laboratoriais, os cursos de iniciação à investigação científica, de «Biologia para jovens», de pós-graduação em «ultraestrutura celular», a receção de investigadores e/ou bolseiros estrangeiros, os convites para intercâmbios científicos e a discussão pontual de problemáticas de natureza científica e técnica como a criofratura. Com certa frequência, o produtor reuniu coleções epistolares por destinatário. Na presente unidade de instalação, tal acontece com o conjunto de correspondência de e/ou para Pedro Pinto da Silva, engenheiro português especialista em criofratura ou «freeze etching», ativo no Salk Institute da Califórnia, na década de 70.
Documentação relacionada com o Instituto Nacional de Investigação Científica (INIC), e com as atividades do Conselho Científico das Ciências da Saúde do mesmo Instituto, de que David Ferreira fez parte desde 1979. A documentação refere uma reunião daquele Conselho, realizada em Troia, em 27 e 28 de junho de 1987. Outra documentação incide sobre a criação de um Centro de Biologia Celular do Desenvolvimento de que se conserva o projeto (cópia), datado de 1989. A reforma a que o INIC foi submetido entre 1990 e 1991, com a transferência da tutela do Ministério da Educação para o Ministério do Planeamento e Administração do Território, culminando com a extinção, em 1992 (Decreto Lei n.º188), é igualmente ilustrada com pareceres, relatórios e correspondência de diversos conselhos científicos, incidentes sobre a avaliação dos centros do INIC. Subsiste informação sobre um «Projecto de resolução da comissão científica do senado da Universidade de Lisboa» e sobre a «Conference on university autonomy and scientific research in the universities». Realizada no Fórum Picoas, entre 25 e 26 de janeiro de 1990, esta conferência trouxe a Lisboa um painel de especialistas internacionais para discutir o tema da investigação científica universitária num momento crítico da sua existência. Conservam-se também diversos documentos sobre a gestão da investigação científica, na sequência da integração dos centros do INIC nas respetivas universidades, reforma que conduziu a Comissão Científica do Senado da Universidade de Lisboa a criar um grupo de trabalho - do qual David Ferreira fez parte -, encarregado de estudar «as medidas de integração dos centros do extinto INIC na Universidade de Lisboa». Desta forma, a documentação contempla informação sobre os Institutos de Oceanografia e de Ciências Matemáticas e sobre a Faculdade de Ciências. Igualmente relacionada com o INIC é a documentação relativa ao financiamento recebido por David Ferreira na qualidade de diretor do Instituto de Histologia e Embriologia e responsável de equipa de investigação formada pelos seguintes investigadores: Carlos Plancha, António Cidadão, Maria Helena Miranda, Maria do Carmo Fonseca e Clara Pinto Correia. Datado de entre 1985 e 1990, o projeto teve por título «A organização do núcleo e citoesqueleto dos oócitos de mamíferos e suas modificações após fertilização in vitro». Ainda de 1989 é a «Proposta de contrato de investigação» cujo formulário refere um projeto de investigação do IHE, subordinado ao tema «Cytoskeleton - extracellular matrix interactions in normal and pathologic differentiation of mammalian epithelia» cujo responsável foi Ernst-Dieter Jarasch. É igualmente documentada a estadia de Chen Daohong, doutorando no IHE, no âmbito do mesmo projeto. Ainda de Carlos Plancha conserva-se uma cópia do artigo «Oocyte maturation in mammals: experience from the hamster model» publicado na revista ARTA, em 1995.
Documentação relativa à administração do Laboratório de Biologia Celular (LBC) do Centro de Biologia (CB) do Instituto Gulbenkian de Ciência, entre 1964 e 1990. A maior parte consiste em correspondência - cartas, pareceres, informações internas que ilustram os relacionamentos que o produtor foi estabelecendo com diversas personalidades, no âmbito das funções de gestão do LBC e de promoção de intercâmbios de cientistas, ao abrigo - entre outros - dos cursos de pós-graduação ou «Estudos Avançados de Oeiras». Entre os correspondentes de David Ferreira encontra-se John Anthony Morris que foi, nos anos 70, diretor do departamento de virologia do National Cancer Institute (National Institute of Health, Bethesda, Maryland, EUA), especialista em micropatologia das infeções por vírus lentos (scrapie e outras encefalopatias). Alguma documentação reporta-se à exploração de possibilidades de cooperação entre o LBC o NCI, bem com à estadia de J.A.Morris no laboratório português programada para 1968, no seguimento de outras que o cientista efetuara em 1966 e em 1974. Parte da correspondência reunida incide sobre aspetos técnicos da investigação laboratorial em microscopia eletrónica, em virologia e em micropatologia. Em foco, do mesmo modo, a circulação e o intercâmbio de amostras de culturas entre laboratórios, a realização de eventos como o «Workshop - Symposium on “Slow, latent and temperate vírus infections”» organizado pelo NIH, em Dezembro de 1964, de que subsistem algumas informações. Outro conjunto documental reúne a correspondência trocada entre David Ferreira e Gerson Cotta-Pereira da UEG, Universidade do Estado da Guanabara (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), e outros cientistas brasileiros. Reporta-se à estadia de Cotta-Pereira no LBC, entre maio de 1972 e maio de 1973. O conjunto incide sobre o intercâmbio de informações científicas, técnicas e administrativas. Outros assuntos respeitam ao «Programa de Intercâmbio» do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro com o IGC, ao abrigo do qual se deslocaram a Portugal dois cientistas brasileiros, Eduardo Penna Franca e Roberto Alcântara Gomes, em 1974. Conserva-se igualmente uma versão não datada do artigo científico «Estrutura e função dos componentes fibrosos da matriz intercelular», de Cotta-Pereira e outra documentação relacionada com o «II Congreso ibero-americano de histoquímica y citoquímica/III Congreso Iberoamericano de biologia celular/VI Congreso latino-americano de microscopia eletrónica» que se realizou em Maracaibo, Venezuela, entre 2 e 8 de dezembro de 1984. Dos anos 80, salienta-se a informação relativa ao «NATO Advanced Research Workshop on Plant response to stress - Functional Analysis in Mediterranean Regions», organizado em Sesimbra, no Hotel do Mar, entre 13 e 19 de outubro de 1985 (convite e programa). Finalmente, encontram-se convites endereçados a diversas personalidades (Arvid Maunsbach, Bjorn Afzelius, Jacek Godula, Luís Tamarit, Alberto Ribeiro, Lucinda Mata, entre outros), ou ao próprio David Ferreira, que em março de 1985 foi convidado a visitar a Universidade de Cracóvia, por ocasião da Conferência de Microscopia Eletrónica organizada nesta cidade polaca, aí apresentando em conferência «Cytoskeleton and extracellular matrix organization». Também se encontra documentada a estadia de David Ferreira no Brasil, em 1987, a convite da Fundação Oswaldo Cruz. Encontram-se ainda informações sobre o «Second European Congress on cell biology», organizado em Budapeste, entre 6 e 11 de julho de 1986, sobre o Programa de Intercâmbio de Jovens Cientistas Portugal/Brasil, finalmente, sobre os cursos de «Introdução à imunocitoquímica» e «Morfologia e métodos estereológicos», realizados por Maria do Carmo Fonseca e António Cidadão, ao abrigo do convénio de cooperação entre a Universidade de São Paulo e o IGC, de 1986.
Contém documentação que reporta às décadas de 60 e 70, inclui um importante volume de correspondência recebida de diversas personalidades portuguesas (entre as quais José de Azeredo Perdigão, Nicolau van Uden) e estrangeiras (Guy de Thé, Robert Dalton), versando em parte sobre o planeamento do Centro de Biologia (CB) do Instituto Gulbenkian de Ciências, a partir de 1962. Inclui também informações relevantes sobre o percurso de David Ferreira no estrangeiro, nomeadamente, as perspetivas de colocação em laboratórios internacionais e, por fim, a sua estadia nos EUA, em Bethesda, no National Cancer Institute, até março de 1965. De 1965 a 1969, data outro conjunto documental relativo às atividades do CB, com pedidos de colaboração diversos, desde a receção de estagiários portugueses ou estrangeiros, visitas de estudo ao Centro de Biologia do IGC, ao intercâmbio de microfotografias e/ou de artigos científicos, às obras necessárias à instalação de um microscópio eletrónico, a pedidos de esclarecimento diversos sobre o funcionamento de equipamentos e acessórios de microscopia eletrónica, enfim, sobre trabalhos relacionados com a Sociedade Portuguesa de Microscopia Electrónica. Um terceiro conjunto de documentação relaciona-se com a celebração de acordos e intercâmbios de cooperação institucional entre o IGC e/ou o Laboratório de Biologia Celular do CB, com organismos internacionais, em particular com o Brasil. Inclui, maioritariamente, correspondência de e para David Ferreira, recebida na qualidade de diretor do Laboratório de Biologia Celular do Centro de Biologia do IGC, propostas internas, programas. Parte desta documentação relaciona-se com uma viagem ao Brasil, efetuada no contexto do 25º aniversário do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), celebrado em 1971. No seguimento de contatos entre o IGC e a UFRJ (entre outras), foram avançadas propostas de colaboração no quadro dos «Estudos Avançados de Oeiras», estabelecidas num «Programa de Intercâmbio» para 1972-74. A correspondência conservada envolve personalidades como Gilberto de Oliveira e Castro, Raúl Machado, Roberto Alcântara Gomes, Carlos Chagas, Liberato Di Dio, entre os brasileiros, Horácio Menano, na qualidade de diretor do Centro de Biologia, António Coimbra, do Centro de Microscopia Eletrónica Calouste Gulbenkian da Universidade do Porto. Por fim, conserva-se correspondência alusiva à cooperação entre o IGC e o ICRO - International Cell Research Organization, orgão da UNESCO, para a realização de dois cursos de aperfeiçoamento, em 1970, bem como convites para a participação de David Ferreira na 3ª Reunião da Sociedade Portuguesa de Microscopia Eletrónica (Coimbra, 1968), correspondência e informações internas alusivas à cerimónia de inauguração da sede da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, a 2 e 3 de outubro de 1969, bem como uma coleção de cartas relacionadas com a realização de palestras, visitas de estudo ou intercâmbios de informações científicas, técnicas e bibliográficas (nomeadamente com Bjorn Afzelius, Albert Dalton, Mário Nascimento Ferreira, Roberto Salema, Mário Fernandes, entre outros).
Documentação relacionada com a gestão do Laboratório/Departamento de Biologia Celular do Instituto Gulbenkian de Ciência, nomeadamente no que diz respeito a atos de cooperação institucional com o Brasil, estabelecidos ao abrigo de um convénio assinado em 1987, com o Instituto de Biofísica da Universidade de São Paulo. Este convénio, de que David Ferreira foi signatário na sua qualidade de diretor do Departamento de Biologia Celular, aconteceu na sequência de um «Acordo de Cooperação científica e técnica entre Portugal e o Brasil», assinado em 5 de maio de 1986, por ocasião da visita do presidente da república brasileira, José Sarney, a Portugal. A documentação inclui, para além de correspondência, diversas minutas de protocolos, originais e cópias, programas de ação conjunta, regulamentos (onde se encontra um exemplar da «Lei Orgânica nº5.918 de 18 de outubro de 1960» que institui a FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Da mesma época data o «Protocolo de colaboração entre a Fundação Calouste Gulbenkian e o Estado Português na área científica da biotecnologia» (1986) de que se conserva uma cópia. Este protocolo permitiu estreitar as relações institucionais e científicas do IGC com centros de investigação públicos e enquadrou a criação de uma nova entidade que foi o CTQB - Centro de Tecnologia Química e Biológica. Outro projeto de que susbsistem traços foi o de um protocolo de cooperação entre o IGC ou o Serviço de Ciência da FCG e a Universidade Rockefeller, igualmente reportado ao ano de 1987. Contém, igualmente, documentação avulsa e uma lista de contatos globais de laboratórios, universidades, sociedades científicas e unidades de investigação, nacionais e estrangeiras, na área das biociências, bem como um conjunto de documentos relacionados com Nicolau van Uden, cientista e colaborador do IGC, falecido em 1991. Alguns documentos anteriores relacionam-se com diversos assuntos como o recrutamento de recursos humanos (processo de Macieira Coelho, 1966), a aquisição de utensílios técnicos para o Laboratório de Biologia Celular (1987), a organização de um «Curso de Verão de iniciação à investigação científica» (1981), ou a realização da «IIIrd International School of Electron Microscopy» pelo IGC, entre 14 e 21 de abril de 1973, evento no qual David Ferreira e outros colaboradores do LBC participaram. Relativo a esta «International School» conserva-se o programa das sessões, bem como o discurso de boas vindas a W. Bernhard proferido por David Ferreira. Subsiste, também, um conjunto de cartas de António Coimbra a David Ferreira, bem como convites dirigidos a cientistas nacionais e estrangeiros como Pierre Favard, E. Wisse ou Arvid Maunsbach, entre outros.
Documentação relacionada com a criação e o funcionamento do Instituto Gulbenkian de Ciência e em particular com o Centro de Biologia em cujo apetrechamento David Ferreira participou ativamente, desde 1962. De facto, a partir de dezembro deste último ano, conforme diversas cartas de Nicolau van Uden, de Horácio Menano, de José Ribeiro dos Santos, é formalizada a criação de uma «comissão organizadora do Centro de Biologia», constituída por Flávio Resende, Fernando Peres Gomes, David Ferreira, Horácio Menano e N. van Uden. A atividade desta comissão é documentada sobretudo através de correspondência dirigida a David Ferreira, no período em que foi bolseiro do Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian, no National Cancer Institute em Bethesda, nos EUA, ou seja, entre 1962 e 1965. A colaboração de David Ferreira na equipa encarregada de estudar a construção do Centro de Biologia do IGC foi, pois, em grande parte realizada à distância, donde a importância assumida por esta comunicação epistolar que inclui cartas, alguns telegramas, aerogramas e recibos. Entre os correspondentes principais de David Ferreira estão Horácio Menano, Nicolau van Uden, Fernando Peres Gomes, José Ribeiro dos Santos, primeiro diretor do Serviço de Ciência, Egídio Namorado, diretor adjunto do mesmo serviço. A maior parte dos assuntos respeita aos projetos para a construção do referido Centro de Biologia, processo por vezes ilustrado com esboços de plantas e equipamentos, bem como ao planeamento das instalações técnicas e serviços, funções diversas e necessárias à atividade de investigação científica. Outra correspondência incide ainda sobre os modelos de ocupação e gestão dos diversos laboratórios e departamentos do CB, bem como sobre a conta corrente dos pagamentos auferidos pela bolsa de estudo atribuída a David Ferreira. No seu conjunto, o acervo dá um interessante testemunho da atividade dos vários cientistas empenhados no processo de constituição do mesmo CB, das relações profissionais e também pessoais que os uniram, as posições relativas ao modo como se deveriam conciliar funções tão diferentes quanto a administração e a investigação científica de um instituto com a dimensão do IGC. O segundo conjunto documental abrange o período de pleno funcionamento do Centro de Biologia e do Laboratório de Biologia Celular, entre 1968 e 1988, e concentra uma importante coleção de correspondência entre David Ferreira, Bjorn Afszelius e Arvid Maunsbach trocada no contexto de um curso de ultraestrutura celular no IGC, nos quais os dois cientistas suecos participaram, ou ainda versando sobre a edição de um «atlas de artefactos», entre outros assuntos. A correspondência entre os três homens prolonga-se até finais dos anos 90, após a saída de David Ferreira do IGC. Conserva-se, também, nesta unidade de instalação alguma correspondência mais antiga, dos anos de 1955 a 1959, relacionada ainda com a fase de instalação do Laboratório de Microscopia Eletrónica Calouste Gulbenkian, no Instituto de Histologia e Embriologia da Faculdade de Medicina de Lisboa, na época sob a direção de Xavier Morato e com David Ferreira ainda como assistente do mesmo Instituto.
Contém documentação relativa à administração do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), bem como aos diferentes ciclos de governação por que a instituição foi passando desde a sua inauguração oficial em 1967 e no quadro das atividades estatutárias da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG). A documentação acompanha a história da instituição até aos anos 90, abrangendo a gestão de António Coutinho à frente no Departamento de Ensino do IGC, após a morte de Nicolau van Uden em 1991 e, a partir de 1998, na direção do Instituto. José Francisco David Ferreira manteve-se ligado ao IGC desde os tempos da criação e apetrechamento do Centro de Biologia (CB) - a primeira unidade do referido Instituto a ser instalada -, processos que acompanhou de perto uma vez que foi um dos responsáveis pela seleção de equipamentos para o Laboratório de Biologia Celular do CB e seu diretor, tendo feito parte do Conselho Diretivo, até 1998. A documentação acumulada - essencialmente correspondência e informações internas diversas («Apontamentos», relatórios do CB e do IGC e atas da Comissão Coordenadora do Conselho Científico) -, permite acompanhar as diferentes reformas sofridas na organização e nos objetivos do IGC, bem como os diferentes momentos por que passou a administração dos laboratórios e departamentos, assinalada também em numerosos recortes de imprensa que foram dando corpo às diferentes perspetivas sobre a instituição. De entre essa documentação, salienta-se ainda a que respeita ao «colóquio interno sobre política de investigação e ensino do IGC», realizado em 1976, o qual preparou o terreno para as reformas de gestão do IGC, nomeadamente nos pontos chave da «política de ensino» como do «regime de trabalho», das acumulações de cargos e funções e, finalmente, nos respeitantes à «organização da produção científica». Outra documentação avulsa existente na presente unidade de instalação está relacionada com Nicolau van Uden (necrológio no Boletim da Sociedade Espanhola de Microbiologia e outro artigo de imprensa), ou com processos de aquisição de equipamentos.
Documentação relacionada com a administração do Instituto Gulbenkian de Ciência, nomeadamente com os processos de reorganização de que este foi sendo alvo ao longo das décadas de 80 e 90. Com efeito, remonta a 1978 a constituição de uma primeira Comissão Consultiva de Avaliação (CCA), com o encargo de avaliar o IGC, presidida por Augusto Forti e constituída por Corino de Andrade, José Encarnação, Sam Nilsson (relator), Vernon Ruttan, Franco Ferrarotti e Manuel Rocha. Pouco depois, em 1981, foi nomeada uma nova Comissão «ad hoc» pelo Conselho de Administração da FCG, encarregue de propor novos modelos de gestão para o Instituto. Esta última Comissão foi presidida por Charles P. Whittingham e integrou os seguintes elementos: Horácio Menano, vice-presidente, Luís Archer, J. Vasconcelos Costa, F. Estácio, J. Lourenço, M. Pereira, Nicolau van Uden e David Ferreira, vogais. Em 1986, foi apresentado um novo projeto desta vez visando a transformação do IGC em fundação autónoma, independente administrativa e financeiramente da casa-mãe, a FCG. Já antes, em 1984, fora proposta a passagem daquele orgão a instituto universitário privado «dedicado à biologia e biotecnologia», um prolongamento do que haviam sido os «Estudos Avançados de Oeiras». A documentação relativa a este projeto inclui correspondência de - entre outros - José de Azeredo Perdigão, Joel Serrão, João de Deus Pinheiro, ao tempo, ministro da educação, Augusto Forti. Do ponto de vista interno, a reforma do IGC consubstanciou-se na reorganização dos modelos de funcionamento e direção, tendo como finalidades a «optimização de infra-estruturas», a «consolidação ou melhoria da actividade científica», numa conjuntura de racionalização de recursos dentro da própria FCG, agravada pelas grandes inundações de 1983. No período em apreço, formaram-se novas instâncias internas (Conselho Científico do IGC, Comissão de Promoções do Pessoal Científico, Comissão Consultiva de Avaliação, Comissão de Estágios e Comissão de Pessoal). Outras propostas foram avançadas relativas à gestão das bibliotecas bem como ao redimensionamento das infraestruturas (serviços de computação, oficinas), a criação de um consórcio para a fundação de um Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (IBET) envolvendo o IGC e um centro do INIC, o INIAER - Instituto Nacional de Investigação Agrária e Extensão Rural e, mais tarde, relacionadas com a criação de um «Gulbenkian Institute for Immunology», segundo uma proposta de António Coutinho. A unidade de instalação contém, pois, documentação relevante para o enquadramento das diversas tendências que atravessaram a administração do IGC, incluindo recortes de imprensa, relatórios, atas e extratos de atas dos Conselhos de Administração da FCG, regulamentos e organogramas, informações internas, projetos, ante-projetos, plantas e correspondência. Conserva-se também uma cópia da «Review of the advisory Commitee (CCA) of the Gulbenkian Institute of Science» (1980) que inclui entre os seus anexos, o relatório «Forti/Nilsson» produzido por esta dupla de avaliadores estrangeiros. Entre a documentação mais recente (1998), encontra-se um pequeno conjunto de documentos relacionados com o convite que Victor de Sá Machado - presidente do CA da Fundação -, dirigira a David Ferreira para integrar a Comissão Consultiva nacional do IGC.