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A documentação conservada nesta secção acompanha as atividades académica e científica, ambas centrais na vida de José Francisco David Ferreira. A academia foi o meio em que David Ferreira predominantemente exerceu a sua atividade profissional, tendo sido docente desde que concluiu a licenciatura em Medicina, em 1952, primeiro como «voluntário» e, a partir de 1955, como assistente contratado para o Instituto de Histologia e Embriologia da então designada Faculdade de Medicina de Lisboa. Mais tarde, por inerência da progressão na carreira docente, David Ferreira acabou por assumir cargos de gestão académica na mesma instituição de ensino. Posteriormente - após a reestruturação do Instituto Gulbenkian de Ciência (1993) -, abraçou a carreira universitária a tempo inteiro na mesma Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa onde se diplomara. No que respeita à atividade científica - com um arco temporal de cerca de 60 anos -, recobrindo a segunda metade do século XX, a documentação espelha as atividades de David Ferreira enquanto investigador na área das ciências biomédicas, em particular, da Morfologia, da Biologia Celular e Molecular (antes Histologia e Embriologia), da Virologia, da Microscopia Eletrónica, com especial ênfase para os anos iniciais da sua atividade como bolseiro do Instituto de Alta Cultura e colaborador do Instituto de Histologia e Embriologia, entre 1954 e 1959, e depois entre 1960 e 1961, exercendo funções nesse mesmo Instituto. Neste período, os seus trabalhos no âmbito da virologia e da investigação celular foram reconhecidos, valendo ao seu autor dois prémios Pfizer (em 1957 e 1961). Assumem ainda destaque no seu currículo científico, os períodos em que permaneceu no estrangeiro, também na condição de bolseiro: em Paris, Villejuif, no Institut de Recherche sur le cancer, seguindo-se a permanência nos EUA onde, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, foi investigador convidado no National Heath Institute, Bethesda, entre 1962 e 1965. A documentação ilustra, pois, a carreira universitária do produtor até à data do seu falecimento e permite retratar as diversas facetas em que se empenhou, nomeadamente a organização dos serviços docentes - incluindo a preparação de aulas expositivas, a preparação dos programas de estudos das disciplinas que lhe foram sendo atribuídas, a gestão dos horários letivos e calendários escolares, a criação ou reformulação de programas de estudos, a avaliação dos alunos -, bem como complementarmente, a participação direta e indireta na administração da escola médica e dos seus institutos e laboratórios: direção do Laboratório de Microscopia Eletrónica Calouste Gulbenkian instalado no Instituto de Histologia e Embriologia da Faculdade de Medicina, em 1958, direção do próprio Instituto de Histologia e Embriologia, como mais tarde, do Instituto de Anatomia e, finalmente, entre 1990 e 2001, a direção do CEBIP - Centro de Biologia e Patologia Molecular, antecessor do atual Instituto de Medicina Molecular (IMM). A participação de David Ferreira em todas as vertentes da vida académica incluiu a gestão material e humana desta instituição, considerando o apetrechamento de laboratórios, o planeamento e a realização de obras de beneficiação, a aquisição de equipamentos, a contratação de recursos humanos. Essa participação estreita e intensiva na existência da Faculdade de Medicina teve reflexos na sua colaboração em reformas e projetos de reformas do ensino universitário das ciências médicas na mesma Faculdade. A vice-reitoria da Universidade de Lisboa que David Ferreira assumiu desde 1998 é igualmente documentada. Esta secção proporciona um entendimento do que foi a vida de David Ferreira enquanto investigador, tornando possível rastrear a sua atividade científica, em Portugal e no estrangeiro, ao longo dos anos 50 e 60 e, a partir de 1967, com a inauguração do Centro de Biologia do IGC, acompanhar a sua atividade como diretor do Laboratório de Biologia Celular do mesmo Instituto. Ao longo da sua carreira, David Ferreira reuniu igualmente um corpus de documentação relevante para a história da medicina bem como para a história do ensino médico, em Portugal, documentação igualmente disponibilizada nesta secção.
A presente secção reúne documentação produzida por José Francisco David Ferreira, entre 1950 e 2012, no quadro das atividades e funções que exerceu como promotor, gestor, membro e/ou diretor de diversas organizações de representação e governação das ciências em Portugal. Foram elas, a Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, fundada em 1907, da qual foi sócio efetivo desde 1958, a Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, fundada em 1822, de que foi sócio titular desde 1950 - tendo desempenhado nesta o cargo de presidente da Mesa da Assembleia Geral -, a Sociedade Portuguesa de Biologia de que foi presidente do Conselho de Direção, eleito em 1981, ou a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia. Um papel de destaque, finalmente, tem a Sociedade Portuguesa de Microscopia Eletrónica, criada em 1966 por autonomização da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, agremiação que contou com David Ferreira no elenco de fundadores e depois na presidência da direção em 1972, 1979 e 1988. Esta sociedade foi, a partir de 1990, renomeada como Sociedade Portuguesa de Microscopia e Biologia Celular e mais tarde, a partir de 2005, simplesmente Sociedade Portuguesa de Microscopia. Outra documentação relevante respeita à Federação Portuguesa de Associações e Sociedades Científicas (FEPASC). Ainda nesta secção, também se conserva documentação relativa à participação de David Ferreira em outras associações internacionais como a Federação Mundial dos Trabalhadores Científicos, da qual foi membro correspondente, ou a Associação Panamericana de Anatomia. Inclui-se, igualmente, a documentação sobre o Conselho Nacional de Educação (CNE) e o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), agremiações que, muito embora não tenham o mesmo estatuto legal das associações de cientistas, se considerou equiparável a estas pela sua natureza coletiva de orgãos de aconselhamento. Do mesmo modo, reúne-se nesta secção um conjunto de documentos relativos à ética médica e científica, bem como à ética no âmbito do ensino das ciências biomédicas, nomeadamente, relacionados com a Comissão de Ética do Hospital de Santa Maria/Faculdade de Medicina de Lisboa ou ainda com temas como a interrupção voluntária da gravidez ou a eutanásia.