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Peça teatral, na qual se colocam em acção os caracteres, costumes ou factos da vida social, que se prestam à crítica, ao gracejo ou ao ridículo. Ficção cénica que tende a instruir, interessar e moralizar. Teve a sua origem na Grécia Antiga, vulgarizando-se mais tarde, por toda a Europa.
A peça Fantástica ou Fantasia é uma representação imaginada por um sujeito num sonho acordado, onde se revelam desejos inconscientes. Dividida em três tempos, parte de uma situação presente para uma experiência passada cuja memória serve de base para uma reflexão sobre o futuro. Usa a mistura entre o espaço real e o onírico, recorrendo a quadros do imaginário comum. O contexto político contemporâneo e as glórias históricas do passado servem de tema - ou de cenário - para textos cómicos e irónicos, carregados de crítica política e sátira social, usando com a mesma facilidade caracterizadores directos e imagens simbólicas.
A Mágica, por vezes dedicada ao teatro para crianças e a temas, personagens e histórias associadas ao imaginário tipicamente infantil, nasce de um ambiente isento de verosimilhança ou lógica, onde predomina a ilusão e o maravilhoso, em composições cénicas grandiosas e surpreendentes com o objectivo de deslumbrar o público. Objectos inanimados, figuras mitológicas ou entidades abstractas ganham vida e voz, em representações dedicadas não só às crianças mas também ao povo na perspectiva - própria o final da centúria de oitocentos - de que o povo, maioritariamente analfabeto e iletrado, vive a infância do crescimento intelectual.
O Bailado é uma acção cénica na qual concorrem unicamente a dança e a mímica que é sempre acompanhada pela música.
Peça religiosa alegórica cuja temática remete para problemas morais e teológicos. A sua origem remonta à Península Ibérica durante a época medieval. O espectáculo era apresentado em carroças e mesclava farsas e danças à história religiosa atraindo o público popular.
O Vaudeville ou “voux de vire”, com origem no séc. XV, começou por ser um espectáculo com canções, monólogos e acrobacias. No início do séc. XVIII Fuzelier, Lesage e Dorneval compõem espectáculos para o teatro de feira carregados de música e dança. Entre 1815 e 1850 com Scribe, e mais tarde com Labiche e Feydeau, o Vaudeville aparece com uma comédia de intriga ligeira sem pretensão intelectual mas com grande vivacidade e um espírito marcadamente cómico e popular.
A Zarzuela é um género lírico dramático espanhol, com alternância de cenas faladas, cantadas e dança.
Na origem da Farsa, os mistérios medievais eram intercalados com momentos de relaxamento e de riso. É geralmente associada a um género cómico, grotesco e bufão, com um estilo considerado pouco refinado, relacionando-se directamente com aspectos do quotidiano e da realidade social. A sua forte teatralidade e atenção voltada para a arte da cena e elaborada técnica corporal exigida do actor estão na base da sua popularidade. Entre os recursos utilizados, destacam-se as personagens típicas, máscaras grotescas, mímicas, trocadilhos, momentos cómicos de situações, gestos e palavras num tom escatológico ou obsceno. Os sentimentos são elementares e a intriga construída sem apuros. Existente desde a antiguidade clássica, apenas na época medieval se constitui como género.
Peça ou fragmento que através da ironia e efeito cómico transforma um texto preexistente. Consiste, para o parodiante e para o espectador, na inversão dos signos: substituição do elevado pelo vulgar, respeito por desrespeito, transposição esta, realizada na maior parte das vezes com o intuito de degradar o texto original. Institui, assim, um jogo de comparações e comentários com a obra parodiada e com a tradição literária ou teatral, constituindo também, um meta-discurso crítico sobre a peça de origem.
Por Drama entende-se um poema ou texto dramático escrito para diferentes papéis de acordo com uma acção conflituosa. Pode compreender diferentes aspectos formais e estilísticos próprios de diferentes contextos geográficos e cronológicos. O Drama Burguês, impulsionado por Diderot, é característico do séc. XVIII e apresenta-se com um intermediário entre a comédia e a tragédia. O Drama Romântico advogado por Victor Hugo, compreende textos em prosa, libertos das regras e unidades habituais, misturando géneros e criando sínteses entre extremos e épocas. Invoca o Drama Shakespeariano que funde o grotesco e o sublime, a tragédia e a comédia. O Drama Poético ou Lírico, que atinge o auge em finais do século XIX com Mallarmé, Réginier, Maeterlinck e Hofmannsthal, provém das formas musicais da ópera, da cantata e do oratório mas desprende-se da influência musical. Apresenta uma acção limitada cuja função é a de explorar a componente lírica da obra.
Entende-se por Instrumentos de Acesso ou Referência o conjunto de documentos criados intencionalmente com o propósito de inventariar uma colecção e facilitar ou permitir o acesso a cada um dos exemplares que a constituem. Integram-se também nesta Secção alguns documentos de carácter pessoal, cuja integração no Fundo se justifica pela relação directa que se estabelece entre o colecionador e a colecção. Disso são exemplo as fotografias dos Senhores José Vitorino Ribeiro e Luís César de Lemos.
O Fado é um estilo musical português, geralmente é cantado por uma só pessoa (fadista) e acompanhado por guitarra clássica (nos meios fadistas denominada viola) e guitarra portuguesa. Cantiga e narrativa popular, muito dolente, ordinariamente acompanhada à guitarra, introduzida em peças populares, principalmente revistas.
A Ópera é um poema lírico ou peça de teatro, dramática ou trágica, escrita em verso e posta em música. Existe, neste género, o recitativo e o canto, acompanhados pela orquestra e por vezes com dança intercalada. Na Ópera é a música que tem um papel preponderante. Teve início em Italia, em Florença, nos últimos anos do seculo XVI, adquirindo impulso em Veneza, de onde se espalhou pela Europa. Em Portugal só apareceu pela primeira vez em 1720, nos paços reais. Em teatro público, só foi ouvida em 1735, na Academia da Trindade.
Sub-género teatral que exerceu grande impacto na sociedade, desde o seu aparecimento em Portugal. Confluência entre música e crítica social, passando “à vista do espectador”, todos os acontecimentos marcantes do ano anterior: revoluções, grandes inventos, modas, acontecimentos artísticos ou literários, espectáculos, crimes, etc., onde a personificação auxilia a entrada em cena de todas as situações possíveis, mesmo as mais abstractas. A sobreposição dos elementos (texto, música, coreografia, cenografia e figurinos) permitiu a popularidade destas representações que, através de certos mecanismos, escapavam à censura, apresentando, ao mesmo tempo, uma centralidade dramática na actualidade política e social, consistindo numa sucessão de números e quadros isolados, interligados através de figuras compére ou commère, cuja figura se encarregava de comentar as cenas, criando assim, um fio condutor ao longo do espectáculo.
Integra esta Secção um conjunto de programas de cinema de entre as décadas de 1920 e 1950, para divulgação das sessões disponíveis ao público em algumas salas de cinema de Lisboa.
Integra esta secção um conjunto de documentos relacionados com a divulgação e realização de Concertos ou Recitais de Música e Poesia, bem como alguns manuais ou 'métodos' para ensino e aprendizagem de música, ou livros de carácter ensaístico sobre determinado género musical.
A Tragédia é um poema dramático, em que se representa uma grande acção entre personagens notáveis, acabando sempre com um final trágico, excitando a compaixão e o terror.
Peça musical ligeira integrada, muitas vezes, em peças de teatro. Pequenas cenas de um único personagem, divididas em coplas, entre cada uma das quais havia declamação.
Ópera cómica de pequena importância. O género é verdadeiramente alegre e diversos compositores têm obtido grande nomeada na opereta. No género opereta podem também incluir-se as óperas burlescas, apesar de algumas deles terem maiores exigências musicais.
Integra esta Secção um conjunto de obras literárias que, não pertencendo a nenhum dos géneros teatrais ou musicais em que se subdivide o Fundo, abordam todas vertentes das actividades de palco e constituem um importante contributo para a colecção, englobando publicações periódicas, monografias e almanaques, e ainda um conjunto de monografias diversas sobre temas marginais ao tema central das artes cénicas.
