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Relação dos familiares "Mártires" que serviram no Paço [Real].
A autora, Marquesa de Belas D. Maria, [1769-1832], recomendando segredo, solicita ao Conde da Barca, [Min. da Marinha e do Ultramar e Conselheiro de estado no Brasil], que alcance com a maior brevidade possível a permissão real para que se verifique no seu filho [D. António Maria Castelo Branco Correia e Cunha de Vasconcelos e Sousa], [1785-1834], a vida que possui na tença anual que recebe por ter sido Dama da Rainha [D. Maria I]. Deseja também que o seu filho receba a comenda da Ordem de Avis ou de outra ordem qualquer. Informa que recebeu uma visita de Manuel Luís, o qual lhe comunicou da chegada do destinatário a Santa Cruz.
O autor oferece duas caixas de mangas, conforme atesta o conhecimento incluso. Informa que o tabaco é de grande qualidade e que já está embarcado, mas não pode ir na primeira embarcação devido às fatigantes formalidades da Mesa da Inspeção. Deseja ao Conde da Barca um perfeito restabelecimento.
O autor dirige-se a António de Araújo de Azevedo, [Conde da Barca desde 17 de Dezembro de 1815], em consequência do distinto cargo que ocupa de Ministro da Marinha e Ultramar e considerando "o muito que V. Exa. se interessa pelas artes e sciencias particularmente quando convierem ao bem do Estado e a Utilidade publica", para o avisar das vantagens do emprego do zinco na cobertura, nas chapas e pregos dos navios, conforme são fabricados pela "Dony & Co." em Liége, na Bélgica. Informa que a Real Marinha Mercante local já começou a usá-los e com grande vantagem devido à sua duração e economia quando comparado com o cobre. Refere-se ao tráfico marítimo dinamarquês, onde são utilizados diversos navios a vapor. Oferece ao dest. a interessante obra intitulada "Histoire de Christine Reine de Suéde par J. P. Catteau-Calleville", que acaba de ser impressa.
O autor informa António de Araújo de Azevedo, [Diplomata em licença de serviço], das mudanças que se operam no governo francês, de espírito mais moderado, de reflexão e prudência, as quais são prodigiosamente favoráveis para Portugal. Fala da conversa amigável que manteve com Mr. Le Brun, Cônsul da República [francesa] acerca da nomeação do destinatário para negociador [do Tratado de Paz entre Portugal e a França], de cujo conteúdo informou, também, para Lisboa. Comunica ao destinatário que se desejar ir a Paris incógnito ou como particular, que o avise para poder providenciar os necessários passaportes.
O autor acusa a receção das cartas de 23 de Outubro e de 6 de Dezembro de 1811, manifestando a sua frustração pelo facto do amigo António de Araújo de Azevedo, [Conselheiro de Estado no Brasil], se encontrar doente. Remete uma nova petição a favor de seu sobrinho, o Padre José de Avelar Brotero, visto que S.A.R. já havia feito a mercê do Benefício simples da Colegiada de São Nicolau de Lisboa ao Padre José António de Figueiredo, Cónego da Real Capela da Bemposta. Informa que o seu desejo é retirar o seu sobrinho da Congregação do Oratório, para poder instruí-lo em História Natural, para que o mesmo possa auxiliar o autor a sustentar a família. Queixa-se de ter sido jubilado pela Universidade com um dos ordenados mais pequenos, de nunca ter recebido o canonicato e de não receber ordenado para dirigir o Museu Real e o Jardim Botânico da Ajuda, apesar dos seus antecessores, os Doutores [Domingos] Vandelli e Alexandre [Rodrigues Ferreira], ainda hoje receberem um conto de réis. Informa que recebeu boas notícias de Viana dos irmãos do destinatário, [João António e do Abade de Lóbrigos], a quem remeteu um maço de sementes, e sabe que ambos remeteram ao destinatário um requerimento de João dos Santos Correia, fiel do museu da Universidade. Avelar Brotero refere que já havia enviado um primeiro requerimento do referido Fiel, ao Conde de Aguiar a pedido dos Lentes da faculdade de Filosofia. Refere-se à desordem em que se encontram o Museu e o Jardim, ao "Diccionário Botânico" de Lamarck e na "Species Plantarum" de Mr. Wildenow, onde vêm catalogadas grande número de plantas novas originárias da América Meridional. Censura a "Flora Fluminensis" do Padre Frei José [Mariano da Conceição] Veloso, [1742-1811], advogando que a mesma não deveria ser publicada devido ao grande número de lacunas e de enganos o que causaria um grande descrédito à nação. Remete, pelo Navio Imperador, algumas sementes e plantas vivas para o jardim do destinatário. Informa que a tranquilidade aumentou com a tomada de Badajoz pelos exércitos aliados.
A Condessa d' Oeynhausen, [D. Leonor de Almeida], [1750-1839], [futura Marquesa de Alorna], agradece a carta de [António de Araújo], datada de 20 de Maio, que "respira aquella honra, sencibilidade e amizade que sempre lhe conheci". Lamenta que as suas notícias tivessem agravado o delicado estado de saúde do destinatário. O falecimento da filha [Luísa] faz com que fique insensível aos insultos e perseguições que lhe movem. Pela resposta de Lord Strangford, [Ministro Britânico no Rio de Janeiro], à recomendação dos ministros ingleses Bathurst e Lord Sidmouth, deixou transparecer a ideia de que a autora cometeu algum erro junto do Príncipe. Só uma feroz calúnia a pode acusar de tal e nada a impedirá de se defender de um modo concludente. Pede ao destinatário e "ao nosso amigo S[ilvestre] P[inheiro]" que examinem esta questão, que deve ser mais uma diabrura dos seus perseguidores. Não recebe carta do filho desde Novembro. Pede ao destinatário que interceda junto do Príncipe para que ele seja nomeado para Cavalheiro da Embaixada em Londres junto do conde de Palmela que deverá chegar em breve. O conde do Funchal acaba de anunciar através da publicação de uma "pastoral" a sua nomeação para Ministro de Estado, dizendo que só aceitou com a condição de apenas permanecer no Rio de Janeiro durante dois anos. Estima saber que o excelente médico e amigo Manuel Luís [Alvares de Carvalho] está na companhia do destinatário. Sampaio não lhe escreve há muito tempo. Deseja saber se os documentos que enviou, por Mr. Hamilton, lhe chegaram às mãos. Enviará na primeira ocasião uma obra que mandou imprimir cujo epígrafe é "Carminibus quoro miserarum oblivia rerum". P.s. Pede para ler e entregar a carta inclusa ao seu filho. Só agora é que descobre a finalidade maquiavélica da Concordata que D. D[omingos] a fez assinar.
O autor, Félix de Avelar Brotero, [Botanico], [Director do Museu Real e Jardim Botânico do paço da Ajuda], congratula o amigo António de Araújo de Azevedo pelo título de Conde da Barca, com que S.A.R. decidiu remunerar [em 17 de Dezembro de 1815] os seus serviços, cuja notícia tomou conhecimento pela "Gazeta de Lisboa" em Abril de 1816. Ignora se o destinatário recebeu as plantas e o requerimento [enviados em Abril de 1812]. Envia recomendações para o irmão do destinatário, [João António de Araújo de Azevedo], [que se encontra no Brasil].
A autora, mesmo sabendo que [António de Araújo de Azevedo] receberá uma carta de recomendação a favor do sobrinho João Infante de Lacerda, solicita-lhe que o ajude a alcançar alguma remuneração pelos seus serviços. Refere que se como não bastasse a situação de indigência em que o mesmo se encontra, casou com "huma espese de fera" que se revoltou contra ele e que só o envolve em dramas infernais. Aproveitando o atraso deste paquete, a autora enviará outra carta.
A autora, que está em Colares, juntamente com toda a família e com duas filhas da [irmã] Piedade, para desfrutar do excelente clima e àguas locais, sentindo muito a falta do amigo [António de Araújo de Azevedo], "o rapas de Bellem". Refere-se ao boato da paz geral, considerando que esta seria indispensável para o regresso de S.A.R. a Lisboa, e à opinião do secretário da Legação inglesa em Lisboa, que acha que S.A.R. tomaria a decisão correta se nomeasse Araújo como Governador do Brasil. Pede ao destinatário se acaso lhe apresentarem esta proposta que a recuse e empreenda o regresso a Portugal e quem "fes o mal que o remedeiie". Soube que Lord Strangford, [Ministro da Inglaterra no Rio de Janeiro], partiu para Londres com autorização para tratar do regresso de [D. João], facto que irritou Stuart. Expõe a conversa que manteve com o mesmo Stuart sobre os bens do [2.º] Marquês de Pombal e aconselha o destinatário a não se comprometer "com esta gente". Acaba de chegar o Almirante Martime Casamaior com notícias sobre a tomada da praça de San Sebastian. Se chegarem a tempo, remeterá Gazetas oficiais e algumas cartas particulares sobre este assunto. Agradece as felicitações pela honra que S.A.R. fez à sua tia, mas lamenta que ela não lha transmita pessoalmente. Lamenta, ainda, a distância que os separa, o envelhecimento e as cartas que o destinatário lhe escreve por mãos alheias, as quais lhe dão uma ideia de inação do destinatário. Recomendações de Nicolau, das filhas e de Monsenhor.
Maria da Penha, apesar de já ter escrito das Caldas por este mesmo navio, volta a fazê-lo para agradecer a carta de 13 de Março que António de Araújo de Azevedo lhe escreveu de sua própria mão, prestando-lhe assim uma prova da grande amizade que por ela nutre e aliviando-a em relação ao seu estado de saúde. Apenas lamenta que nada lhe diga sobre o regresso a Portugal. Informa que as cartas endereçadas para as duas "Personagens Britanicas" serão guardadas até que lhe dê ordem para queimá-las visto que ambos já não se encontram em Lisboa. Refere que Casamayor já dá o justo valor a [António de Araújo de Azevedo], após ter conversado com o Almirante Sidney Smith. Aguarda pela indispensável anulação do Tratado [de 1810] assinado por D. Rodrigo de Sousa Coutinho, [na altura Ministro dos Negócios Estrangeiros], esperando que o destinatário o consiga tornar mais vantajoso para a nação, promovendo a reconciliação com os ingleses anulando, assim, as intrigas promovidas pelos Sousas. Remete uma carta do Marechal Teixeira que é vítima de intrigas no Colégio Militar, o qual está cada vez pior. Pede ao destinatário que leia o bilhete incluso do General D' Urban. Comunica a sua partida para Sintra.
A autora diz que muitas vezes escreve-lhe a recomendar indivíduos que talvez não mereçam, mas sabe que o destinatário já a conhece e que sabe quando as suas frase são forçadas. Contudo, não deixa de ser gratificante para si dar-lhe a conhecer pessoas de merecimento e por isso, roga ao amigo [António de Araújo de Azevedo] que proteja o memorial incluso. Informa que existe muita ansiedade pela chegada de notícias [dos despachos do] dia 13 de Maio. Refere-se às virtudes que [a sua filha] Carlota apresenta no Canto. Recomendações de Nicolau e das filhas.
Como se demora o navio, remete carta e cópia do Aviso de Maria José de Saldanha [e Castro], de quem se compadece pela forma como é tratada pelos familiares do marido. Supõe que o seu irmão [Lemos] já tenha chegado [ao Rio de Janeiro] e diz que a segurança deste é estar António de Araújo de Azevedo no Ministério [da Marinha e do Ultramar] porque assim existe um canal seguro para fazer chegar as intrigas que obstam ao bem do Estado. Comenta o destino dado ao [Conde do] Funchal. Lamenta não poder separar da correspondência particular que lhe escreve os seus negócios, e que esta situação só se deve à falta de empenho das parentes que tem no Rio. Solicita ao destinatário que tome partido da sua família e que a ajude a alcançar do Príncipe a mercê das Lezírias das Barrocas da Redinha, que segundo sabe também são pedidas por outras pessoas.
O autor, apesar de já ter escrito ontem, volta a fazê-lo para consultar [António de Araújo de Azevedo] sobre o modo de funcionamento da sua máquina de gelo. Conforme o destinatário lhe diz que a grande diferença no congelamento é o àcido sulfúrico, o autor remete quatro garrafas dele, três delas já usadas, para que o destinatário verifique no seu laboratório [químico] as diferenças com aquele que costuma utilizar. Informa que ainda não conseguiu fazer gelo perfeito em menos de duas horas e que não sabe porque razão gela a àgua, mas não o gelo nem a limonada. Comenta a notícia da chegada de um navio vindo de Gibraltar, de onde saíu uma esquadra de Toulon, que deixou algumas tropas em Espanha e que depois seguiu para a América inglesa.
O autor agradece a carta de [António de Araújo de Azevedo] datada de 9 de Agosto e que ajuda que lhe disponibiliza. Refere, novamente, que espera receber a bomba de vapor em Novembro e que está "regalado" com a máquina de gelo que recebeu no mês passado, apesar de ainda não ter conseguido retirar grande rendimento da mesma. Deseja saber como é que a máquina do destinatário sem tanta despesa faz sorvetes e muito gelo, conforme soube por Luís Paulino. Informa que introduziu novos melhoramentos no seu alambique o que lhe dá esperança de enviar aguardente capaz de temperar os vinhos.
O autor solicita a proteção de [António de Araújo de Azevedo] para o seu amigo o Desembargador João Rodrigues de Brito, que se desloca à Corte em virtude de lhe ter sido recusada uma licença. Refere que o mesmo é um homem íntegro, mas que se irrita facilmente com a injustiça, não fazendo questão de esconder os seus sentimentos, característica que faz com que lhe falte a arte de viver na Corte. Informa que o recomendado foi um dos que mais trabalhou nas "Nova Posturas".
O autor informa que recebeu as cartas de 10 e 22 de Maio com grande prazer e felicita [António de Araújo de Azevedo] por ter sido o único a aprovar o Budget da Câmara, o que por consequência acabou com as imposturas na Relação e no Desembargo do Paço. Ainda não abriu as garrafas destinadas ao jantar dos destiladores, em que Borges é um dos contemplados. Comunica que o mesmo Borges foi desenganado para o seu engenho visto que o projeto da Escola e Sociedade de Agricultura não passou do papel. Remete uma estampa que recebeu de Inglaterra. Compara o seu alambique com o do destinatário e refere os meios que emprega na destilação. Acha que jamais se poderá destilar no Brasil como nas grandes fábricas da Europa. Espera receber, até final do ano, a bomba de vapor, embora receie todos os inconvenientes de que o destinatário lhe faz menção. Repete o pedido da Memórias e Planos do encanamento de Aveiro para poder adaptá-los e utilizá-los em Sergipe d' El-Rei. Elogia os trabalhos da abertura da Estrada de Mucuri e refere-se aos contratempos sentidos na estrada que está a abrir. Remete um caixote de laranjas pelo Comandante do Paquete Pandeira, e pede ao destinatário que as divida com o Conde das Galveias.
O autor informa a [António de Araújo de Azevedo] que recebeu uma notícia vinda do Rio de Janeiro de que o Tenente Coronel Luís Paulino pretende suceder-lhe no cargo e que conta com a proteção do Primeiro-Ministro. Refere que como é pública a proteção que o destinatário dedica ao autore que é bem possível que o negócio esteja a ser concertado em segredo. Preocupado com o seu futuro, manifesta a sua contrariedade em ser nomeado Governador de Angola e expressa os seus únicos desejos: ver terminada a estrada que está a construir ir visitar o destinatário e viver em paz. Informa que a mesma carta referia que a indisposição contra si devia-se à amizde que mantém com o Conde dos Arcos, o qual "de certa epocha em diante ficou excomungado". Seguro de que pode contar com o apoio de [António de Araújo], informa-o de que escreverá ao Conde das Galveias a agradecer por ter retido o despacho do seu sucessor.
O autor participa a [António de Araújo de Azevedo] a chegada da bomba de vapor. Informa que alguns dos seus amigos estão dispostos a encomendar outras se os resultados foram positivos. Considerando ser esta uma tentativa da maior importância, espera que o Conde das Galveias permita a vinda do Marques à Baía, após o Natal, para proceder à montagem da referida máquina. Afirma-se disposto a pagar as despesas da viagem e alojamento e que portanto só é necessário que o Governo ceda uma licença ao referido Marques. Comenta o casamento do Borges com a filha do Brigadeiro Pedro Alexandre. Agradece o envio do Mapa e Memória de [José Theresio] Michelotty e refere que o encanamento de Sergipe é fácil, podendo ser feito sem despesa da Real Fazenda uma vez que os proprietários locais estão dispostos a contribuir. Considera que esta obra poderá facilitar o escoamento das produções dos 300 e muitos engenhos, dos terrenos fertéis e das salinas locais, que têm capacidade para abastecer todo o Brasil. Envia por Luís Paulino duas canas de Oitayli, as quais, juntamente com as fornalhas de bagaço, os alambiques chatos, o acerto da bomba de vapor e o comércio da escravatura, a vigorar por mais alguns anos, poderiam contribuir para um aumento das exportações da capitania. Recebeu notícias de Inglaterra que confirmam a vitória de Blucher e Bernardotte e que desmentem a tomada de Dresde e a perda de 70 mil franceses que haviam sido anunciados pelo Telegrafo Português e outras folhas. Não pergunta pela Sesmaria de Porto Seguro, pelo Engenho de Serrar e pela estrada de Mucuri porque teme que se tenham verificado o que já havia dito. Se tudo correr bem a sua estrada estará acabada em Fevereiro.
O autor, natural da Cidade de Paraíba do Norte, atendendo às circunstâncias que não lhe permitem demorar-se por muito tempo na Corte, solicita ao destinatário que defira por mercê o Requerimento que o autor levou à Real Presença e que foi encaminhado para "V. Exa."
Pede ao Conde da Barca que se informe do seu comportamento junto do General Lecor, a quem serviu na Campanha de 1809, bem como aos oficiais Generais pertencentes à Divisão de Voluntários do Príncipe que o acompanharam, por forma a anular as inimizades que o Marechal tem para com o autor e que fizeram com que o autor voltasse a apresentar na Real Presença os motivos que o levaram ao Conselho de Guerra, ignorando o Real Decreto que justifica a sua inocência e a sua boa conduta no Real serviço. Requer a justificação dos delitos que lhe foram imputados em Conselho de Guerra.
Indicação dos serviços prestados ao exército português por Francisco Inácio Pessoa de Melo como Coronel e Brigadeiro [no ano de 1809].
Tendo já escrito anteriormente para agradecer os bons ofícios para o seu pedido e, em outra ocasião, para felicitá-lo pela nomeação de Ministro de Estado [da Marinha e do Ultramar], facto que lhe proporcionou particular orgulho por auferir da protecção do destinatário, volta a escrever-lhe para pedir protecção para Requerimentos que o autor os seus "companheiros da Restauração" vão apresentar a S.A.R. para verem recompensados os seus serviços.
Solicita a António de Araújo de Azevedo, [testamenteiro do 2.º Marquês de Pombal], que efetue o pagamento do remanescente da conta deste.
O autor, [Secretário dos Negócios Estrangeiros e da Guerra da Regência de Lisboa], [Conde da Feira em 1820], acusa a receção das cartas do amigo António de Araújo de Azevedo datadas de 2 e 12 de Agosto. Informa que Guilherme Cândido já foi admitido na secretaria e que o outro pretendente que o destinatário lhe recomendou terá de aguardar que a sua petição venha da Junta do Arsenal, onde foi submetido a consulta. Recomenda-se a Manuel Luís [Álvares de Carvalho], [Médico da Real Câmara]. Refere-se às calúnias que mancharam a sua reputação.
O autor, [Secretário dos Negócios Estrangeiros e da Guerra da Regência de Lisboa, Conde da Feira em 1820], pede a proteção do amigo António de Araújo de Azevedo, [Conselheiro de Estado no Brasil], para João Infante de Lacerda, vítima da sua própria mulher que solicitou a presença de um Juíz Administrador de bens, quando ela é, talvez, a grande responsável pela desordem existente na administração da casa. O autor reconhece que o dito João Infante não é culpado e que pensa em passar um aviso para lhe restituir a administração, mas sendo a mulher protegida por altas influências é bem possível que não consiga fazer com que ele seja ouvido. Escreverá ao [5.º] Conde das Galveias, [Min. dos Negócios Estrangeiros e da Guerra no Rio de Janeiro], para o requerimento em que João Infante solicita a remuneração dos seus serviços.
O autor, [Secretário dos Negócios Estrangeiros e da Guerra da Regência de Lisboa, Conde da Feira em 1820], recomenda o portador da carta, Francisco Vitorino de Castro. Pede a proteção do amigo António de Araújo de Azevedo para o assunto referente aos crimes cometidos contra o seu cunhado Bernardim Freire [de Andrade], cuja memória não ficou bem ilibada aos olhos do público. Recomenda também à proteção do destinatário, o Abade de Lustosa.
O autor, [Secretário dos Negócios Estrangeiros e da Guerra da Regência de Lisboa, Conde da Feira em 1820], acusa a receção de duas cartas do amigo António de Araújo de Azevedo. Na de 13 de Dezembro em que lhe recomendava os negócios do Abade Correia [da Serra], de quem também recebeu uma carta de Filadélfia, onde o referido abade lhe solicitava proteção para que o procurador pudesse receber as suas pensões da Junta do Comércio e do Cofre da Pólvora. Diz que o Abade não lhe falou das pensões eclesiásticas mas acredita que não haverá grande dificuldade em alcançá-las. Na segunda carta datada de 14 de Janeiro, pode constatar as diligências de António de Araújo no assunto de João Infante de Lacerda. Recomenda novamente este caso visto que haverá quem procure fazer-lhe mal novamente. Recomenda-se ao amigo Manuel Luís [Álvares de Carvalho], [Médico da Real Câmara].
O autor, bacharel em Leis, recorre à proteção do Conde da Barca, [min. da Marinha e do Ultramar e Conselheiro de Estado no Brasil], por ordem de D. Mariana Joaquina [de Arriaga], [prima do destinatário], para obter o despacho nos dois requerimentos que envia em anexo. Refere que é vítima de concorrência desleal há mais de vinte anos e que os seus colegas do Desembargo do Paço nunca se sacrificaram tanto como ele, mas conseguiram lucrar muito mais. Apresenta os trabalhos dos seus antepassados na Magistratura.
O autor, Brigadeiro efectivo Comandante da Legião de Goa?, pede ao Conde da Barca, [entretanto falecido], que proteja o seu requerimento junto de Sua Majestade, [D. João VI]. Diz que foi vítima da malícia de uma pessoa que lhe "furtou o assinado" pedindo a reforma para o autor quando este ainda estava em condições para desempenhar o real serviço.
Relação de uma encomenda de vários artigos.
Rol da dívida referente aos produtos fornecidos no Rio de Janeiro, pelo mercador Manuel Rodrigues dos Santos e Faria ao Marquês de Pombal, entre 29 de Dezembro de 1808 e 22 de Junho de 1811.
Possui um apontamento e assinatura autógrafa de Sebastião Francisco de Melo e Póvoas: "A divada do mercador he de Oitosentos e trinta e nove mil oito sentos e Vinte Reis//".
Pede a António de Araújo de Azevedo que concorra para que à vista do Alvará de criação da Real Junta da Fazenda da Marinha nomeie o seu irmão, Carlos May, Capitão de Mar e Guerra, para Inspector do Arsenal em Lisboa, Deputado da mesma Junta e Inspector interino da mesma. Refere que de todos os oficiais existentes nos Arsenais do Rio de Janeiro e Lisboa, o seu irmão, é o mais graduado à excepção do Patrão-mor Francisco Laranja. Os senhores da Casa de Tancos, o Vice-Almirante Quintela e o Comendador e Conselheiro José Joaquim da Silva Freitas poderão reconhecer o justo valor deste oficial.
Informa da sua chegada a Macau, após uma longa e penosa viagem. Lamenta que após dois anos em uma Missão, que "fornecerá gloriozos assumptos para a Historia", e mais vinte anos de serviço Real esteja sem esperanças, conservando apenas incertezas que lhe fazem vacilar entre o merecimento eo descrédito pessoal. Informa que os despachos que promoveu na capital [do Rio de Janeiro] chegaram a tempo de tranquilizar esta colónia, que se vê ameaçada pelos actos dos opressores. Revela que os principais responsáveis por esta situação são os piratas e os governadores, mais precisamente o Ouvidor João Baptista Guimarães Peixoto que com os seus procedimentos colocou em causa a Magistratura e criou grandes dificuldades ao corpo mercantil, descredibilizando-o. Informa que Arriaga foi mais maltratado por Peixoto do que por Lucas José de Alvarenga, sem que para isso existissem motivos, o que fez levantar ódios públicos. Diz que os despachos foram logo postos em execução e Arriaga foi imediatamente nomeado, tendo Peixoto saído como prófugo do Império, mas foi retido em Cantão por um Comandante inglês por não ter pago a passagem. Diz-se que vai para a Índia onde pretende "mendigar" protecção e requerer novamente. Tudo faz acreditar o merecimento de Arriaga e a sinceridade dos que a reclamam, que se pudessem o nomeavam vitaliciamente. isto é o que o povo espera do destinatário. Pelo portador desta carta envia duas chaves que o autor levou por engano e as sementes dos Milindres de Pequim.
O autor, Juiz de Fora da Ilha do Pico, expõe as razões profissionais e pessoais pelas quais pretende ser transferido para o Faial, com o predicamento de Correição Ordinária, assim que terminar o triénio do atual detentor do cargo. Contudo, se se der o desmembramento da Âlfandega do Faial, tornando o lugar insignificante, pede o patrocínio do destinatário para obter o cargo de Juiz de Fora do Funchal ou o de Corregedor de São Miguel, ou na falta destes, um dos três de Angra: Juíz de Fora, Corregedor ou Provedor dos Resíduos, os quais acabam com pouca diferença de tempo do seu mandato. Lembra que todos os seus condiscípulos e colegas que foram, como o autor, requerer ao Rio de Janeiro foram bem despachados.
O autor agradece as provas de bondade e generosidade e relembra as promessas que [António de Araújo de Azevedo] lhe fez antes de sair da Corte. Informa-o de que está na posse do seu lugar [de Juiz de Fora da Ilha do Pico] e participa as suas atuais pretensões. Remete um Memorial onde justifica a sua vontade em mudar de "lugar". Assim, o seu procurador deverá ir ao encontro do destinatário. Agradece as recomendações que [o Desembargador] Manuel José de Arriaga fez ao destinatário em seu favor. O seu pai agradece ao destinatário o patrocínio dispensado.
Solicita a proteção de António de Araújo de Azevedo, [Min. da Marinha e do Ultramar], para o requerimento de José Joaquim Pereira martins, Lente do Real Corpo de Guardas Marinhas, que não seguiu viagem para o Brasil juntamente com o Corpo da Academia de Marinha, conforme ordenava S.A.R., por ter sido vítima de uma injustiça de José Maria Dantas Pereira, chefe da referida Academia.
Acusa o Brigadeiro da vila de ter entregue, em seu nome pessoal, a António de Araújo de Azevedo toda a carga de cal que foi transportada no barco do autor e que na verdade pertencia a este. Refere que tal atitude foi apenas para o referido Brigadeiro ter ocasião de prestar serviços a "V. Exm.ma".
O autor, Capitão da Galera Divina Providencia, acusa o transporte do Faial para o Rio de Janeiro, a mando de José Francisco de Medeiros, de um barril de quatro por pipa de vinho seco e um ancorote de oito por pipa de Andaia, para entregar a António de Araújo de Azevedo, Grã-Cruz da Ordem de Cristo, do Conselho de Estado, e estando este ausente ao Coronel Manuel José da Costa.
O autor agradece a António de Araújo de Azevedo a proteção prestada para a nomeação do seu filho José Francisco de Medeiros, para Juiz de Fora da Ilha do Pico. Oferece um barril de vinho do Pico e outro de licor Andaia, os quais seguem na Galera Divina Providência, conforme o conhecimento incluso. Deseja que o seu filho seja nomeado para Juiz de Fora do Faial, em substituição do Desembargador João Manuel Berquó que está a terminar a sua comissão, visto que esta situação permitir-lhe-ia reduzir as muitas despesas que atualmente tem no Pico. Pede a proteção do destinatário para os requerimentos que o Tenente-coronel Manuel José da Costa ou Manuel Gonçalves Duarte farão em favor da pretensão do seu filho.
Informa o amigo Conde da Barca do estado em que se encontra o negócio, queixa-se que a falta de instruções mais amplas pouco tempo lhe deixa para escrever. Informa da rápida viagem que fez a Paris tendo passado por Frankfurt onde se encontrou com Mr. d'Humboldt e com um conselheiro da legação prussiana. Contudo, não pôde demorar-se em algumas cidades da Alemanha conforme desejava. Fala do seu regresso a Viena e da ansiedade da Arquiduquesa para saber do seu regresso. Defende que esta aliança trará grandes vantagens, mas que a passagem por mar da Arquiduquesa torna dificíl a negociação, tendo Navarro assumido um papel importante nesta negociação e que muito se deve a ele. O imperador desejava que Navarro residisse nesta corte como Ministro português, o que foi recusado pelo próprio, por já estar outra pessoa nomeada. Informa que depois de Navarro, foi o Conselheiro de Estado Hudelist quem mais concorreu para o feliz resultado das negociações, devendo pois receber uma comenda além dos presentes que advêm do Tratado e do Acto de entrega. Sugere uma Grã-Cruz para Metternich e uma troca de de Ordem entre o nosso soberano e o Imperador. Recomenda o envio imediato da Ordem de Santa Isabel à Arquiduquesa, à imperatriz e à Princesa de Metternich. Remete ao Marquês de Aguiar a relação dos presentes que há a fazer aqui no acto de entrega. Acha que consegue fazer em Viena uma festa mais sumptuosa e mais barata do que aquela que fez o Embaixador da Baviera. Refere-se aos preparativos para encontrar casa nova e aos comentários que circulam na Corte austríaca sobre a expedição militar que saíu do Rio de Janeiro para o Rio Grande. Expede hoje o Tratado matrimonial do Príncipe D. Pedro, esperando que agrade ao nosso amo. Pede ao destinatário que intervenha junto de Marquês de Aguiar para que tudo corra bem com os presentes. Refere-se ao negócio de Lebzeltern, que já havia referido em um dos ofícios.
Diz ao amigo Conde da Barca que ele tem razões para estar feliz com o resultado da comissão que foi dada ao autor e a Navarro. Diz que a Arquiduquesa tem todas as qualidades para concorrer para a felicidade do Príncipe e que as vantagens desta aliança são sobejamente conhecidas pelo destinatário que o autor nem as precisa de mencionar. Refere-se às negociações, como algo que tem a ser efectuado com calma para evitar qualquer comprometimento, principalmente da parte da imperatriz. Fala dos motivos que retardão a partir do Conde de Eltz, nomeado Embaixador Extraordinário da Aústria no Brasil. Informa que com ele irão seis ou oito naturalistas, para além das pessoas adidas à Embaixada. Com a arquiduquesa irá o seu bibliotecário e Mineralogista, que vai devidamente prepaprado para o trabalho. Sugere que se receba com distinção o Conde de Bellegarde, camarista do Imperador, encarregue de enviar para a Aústria informações sobre a Infanta D. Isabel. Agradar-lhe-ia que o casamento se realizasse no dia de anos de [D. João]. Lamenta que a ratificação do tratado matrimonial não tenha chegado antes de 13 de Maio. Refere-se à festa que se promoverá. É provável que para além do Mineralogista passe para o Brasil outros sujeitos utéis conforme lhe comunicou o Imperador.
Descrição de três espécies de argila. Comentários sobre a produção de aguardente.
Aproveita a ida de Luís Joaquim da Cruz, que daí trouxe as 2.ª vias dos despachos relativos à Aliança, e que sendo o último a sair foi o primeiro aqui, demosntrando ser cumpridor. Acha que se devia tirar partido dos seus desejos em estar no Real serviço. Queixa-se que ainda não receber nada da administração de Londres, mas que vai colmatando esta lacuna com os fundos que pediu que lhe enviassem de casa e que no fim do corrente mês parte para Viena. Devendo ir desembarcar no Porto de Liorne, de onde a Arquiduquesa partirá para o Brasil. Pergunta ao destinatário se não lhe é permitido fazer uma digressão por Itália depois do embarque estar concluído. Recebeu o Conde de Hogendorp, Ajudante de Ordens de Bonaparte, indicado por Brito, e que pretende ser recomendado às pessoas do brasil e ali passar o fim dos seus dias.
O autor, Cavaleiro Luigi dell'Hoste, na sequência da conversa mantida com o Conde da Barca, sugere Hamburgo como localidade propícia para o recrutamento de imigrantes para o Brasil em troca do envio de produtos originários deste país para a Europa. Sugere que aos colonos fosse dada propriedade suficiente para viver "num dos mais belos países da creação". O pagamento do transporte de trezentos colonos seria efetuado com o envio para Hamburgo de quatro grandes navios, de três em três meses, carregados de produtos como madeiras, tintas, café e açucar. De outro modo o custo do transporte de cada colono seria de mil francos.
O autor, Presidente da Junta do Comércio [de Antuérpia] e da Pilotagem do Rio Scalda, oferece os seus préstimos a António de Araújo de Azevedo, "Ministro do despacho para os Negócios Estrangeiros da Guerra", para o cargo de Cônsul Português em Antuérpia.
O Conde de Hédouville, Par de França, recomenda o músico Mr. Neukomm, Cavaleiro da Ordem de St. Vladimir, nascido em Salzburgo, Aluno de Haydn, que pretende exercer o seu talento no Brasil. Foi mestre de Capela na Rússia e o ano passado compôs a música do serviço fúnebre que o Príncipe de Talleyrand fez celebrar em Viena em memória do infortúnio de Luís XVI. Comenta o estado da França depois das loucuras de Napoleão, defendendo que agora poderá contribuir para restabelecer uma nova ordem política na Europa. Refere-se à sua família, ao seu cargo, e ao exílio de Bonaparte para Santa Helena. O desejo do Conde d' Araújo em regressar a Portugal, à sua paixão pela literatura e artes. Convida o destinatário a fazer uma viagem a Paris.
O autor há dois meses teve a honra de escrever a Araújo a recomendar o músico Neukomm, um dos mais célebres da Alemanha, que parte para o Brasil e sobre quem Madame Dimitri Nariskin muito se interessa. Informa que o músico e tardou a sua partida para, assim, poder viajar com o Duque de Luxemburgo. Recomenda o portador da carta, Mr. D'Arblai de V. Mars que acompanha o Duque na sua Embaixada, por desejo do Duque de Richelieu, Ministro da Presidência do Conselho de Ministros. O portador esteve ao seu serviço quando o autor estava na Legação de São Petersburgo e que depois do regresso daquele a Paris esteve empregado como tradutor nos Negócios Estrangeiros, tendo acopanhado do Príncipe de Talleyrand ao Congresso de Viena. Tece comentários sobre a situação política em França. Em Ps. Diz que solicitou a V. Mars que lhe comunique algumas qualidades de plantas indígenas do Brasil que possam ser cultivadas em França.
Felicita António de Araújo de Azevedo pela sua nomeação para Ministro da Marinha e Domínios Ultramarinos, "sabia escolha de Sua Alteza Real". Pede que o honre com ordens e preceitos para mostrar com a execuçã dos mesmos o profundo respeito e veneração.
O autor, Sebastião Pinto de Araújo Correia, [Marechal de Campo], [Ajudante General Comandante da Divisão de Vanguarda dos Voluntários Reais], acusa a receção da carta de 24 de Janeiro onde constatou que o primo Conde da Barca tem passado sem incómodos. Informa que se mantem nesta Praça onde o General instalou também o seu Quartel General e que tudo passava bem se as forças inimigas não cometessem diariamente horrores com os habitante pacíficos da campanha.
O autor, [Marechal de Campo], [Ajudante General Comandante da Divisão de Vanguarda dos Voluntários reais d'El-Rei], pede ao primo Conde da Barca que beije por si a mão de Sua Majestade e que apresente as suas felicitações pela entrada das tropas portuguesas na Praça de Montevideo no passado dia 20 de Janeiro. Fala na opressão que as populações locais são vítimas e da anexação deste território aos domínios portugueses. Informa que o General Carlos Frederico Lecor, [Tenente-General e Comandante em Chefe da Divisão], escrever-lhe-á mais detalhadamente. Reserva para outra altura o assunto relativo aos arranjos de sua casa.
Informa o Tenente-General Carlos Frederico Lecor dos confrontos registados com o corpo inimigo de Frutuoso Ribeiro no Campo da India Morta, no dia 19 de Novembro de 1816. Possui a relação dos mortos e feridos em combate.
Felicita os companheiros de armas pela vitória na ação de 19 de Novembro de 1816, no Campo da India Morta, frente ao exército inimigo de Frutuoso Ribeiro.
Apesar de já ter escrito em outras ocasiões, recomenda à protecção de António de Araújo o Reverendo Cónego Arcipreste Romualdo de Sousa Coelho que se desloca à Corte [do Rio de Janeiro] para em nome do seu prelado felicitar S.M. pela exltação ao trono. Repete que este capitania atravessa momentos dificéis devido ao governo irregular, cujo poder foi usurpado por um dos membros que o compõe e que tem sido despótico para o povo local. Roga ao destinatário para que seja o protector do povo paranaense e que interceda junto de S.A.R. a fim de ser enviado um General ou menos um Ouvidor, para acabar com o despotismo. Informa que após a sua chegada tentou construir um Bergantim, a que deu o nome de "Conde da Barca", e tendo previsto deitá-lo ao marem Setembro, foram-lhe retirados todos os carpinteiros que ali trabalhavam com o falso pretexto de nem trabalhar para uma Escuna de Sua Majestade que nunca mais tem fim. Caso semelhente a outro em que os empregados públicos só se preocupam em atrasar e destruir tudo. Esta situação contradiz a recomendação de S. M. de construção de vazos e navegação. Pede ao destinatário que como está encarregue da repartição [da Marinha e do Ultramar] envie as suas ordens para acabar com os "despotismos occazionadores do atrazo da nossa navegação e comércio local".
Solicita a António de Araújo de Azevedo informações biográficas para a organização de uma "História dos Conselheiros e Ministros d' Estado de Portugal".
Informa que pelo último paquete que saiu de Falmouth remeteu, juntamente com a sua, uma carta de Joaquim Lobo. Pede ao destinatário que atenda ao seus pedidos. Comenta a nomeação [para a Corte do rio de Janeiro] do Duque do Luxemburgo, portador desta carta. Aguarda ansiosamente pela chegada do próximo paquete vindo do Rio de Janeiro que, certamente, trará ordens para o seu destino. Entretanto vai aumentando a sua colecção de livros e pinturas. Aconselha o governo português a encarregar os Ministros residentes em Paris e em Haia de aproveitarema ocasião para adquirirem excelentes painéis que ultimamente têm sido postos à venda por preços bastante acessivéis e que permitiriam formar uma boa colecção. Aconselha à formação em Portugal de escolas primárias segundo ométodo de Belo e Lancaster, que muito prosperam em Paris. Alegra-se pelas notícias da saúde do destinatário que tem recebido por Manuel Luís. Em P.s. de 29 de Fevereiro, informa que a demora na partida do Duque do Luxemburgo deu lugar à receção de duas notícias vindas da Corte: a lei de 16 de Dezembro e a mercê [do título de Conde da Barca] atribuída ao destinatário Brito escrever-lhe-á a informar sobre a mssão do Duque do Luxemburgo que ao que parece seria a de pedir a mão de D. Maria Teresa em casamento para o Duque de Berry, o que ficou desfeito com a notícia da senhora ser pedida "para o Pay do noivo que lhe querião dar". Apesar de não ter quaisquer informações, presume que Navarro vai para onde deseja.
Recomenda à protecção do destinatário, e a pedido de S.A.S. a Duquesa de Curlandia, o portador da carta Monsieur Neukomm, compositor de música, que se dirige para essa Corte [do Rio de Janeiro].
Teve a maior satisfação em saber do restabelecimento da saúde do destinatário e que já lhe permite ocupar-se no serviço real. Fala no Ofício que enviou ao Marquês de Aguiar, e que assim dá por terminada a negociação. Lamenta ter encontrado obstáculos imprevistos que fizeram com que se tornasse impossível. Pede ao destinatário que leia o mesmo ofício para se inteirar no negócio em que anda incumbido Rodrigo Navarro e que estando próxima nova guerra entre a Rússia e a Turquia, ficará Navarro sem ocupação. Defende que, pelo seu merecimento e préstimo, ele seja empregado em alguma das missões que não estão providas. Informa que em breve parte para Lisboa, via Londres, onde ficará a aguardar por ordens régias. Lamenta, no entanto, ter de deixar a carreira em que o destinatário o lançou sem ter conseguido alcançar os objectivos. remete duas cartas, sendo uma delas do mrechal Conde de Niomernil. Em P.s. envia recomendações de Joaquim Lobo.
Acusa a receção da carta datada de 15 de Junho e informa que soube pela mesma altura da notícia da moléstia do amigo [António de Araújo de Azevedo]. Refere-se à pretensão de alguns artistas franceses em estabelecerem-se no Brasil, conforme foi comunicado ao Marquês de Aguiar pelo Brito. Defende que a época é muito propícia para proceder a uma escolha dos mesmos. No entanto, e enquanto não se sabe da decisão do governo português, acha que se deveria permitir a viagem àqueles que a pudessem fazer com os próprios meios, como é o caso do pintor Taunay, membro do Instituto, e que leva em sua companhia três filhos, sendo um deles boticário e bom químico e outro bom em metalurgia. Lamenta que não exista um representante do governo português presente nos leilões de pinturas, estátuas, vasos antigos e livraris que têm sido realizados em Paris, e onde se podem adquirir excelentes obras que certamente dariam prestígio à Nação. Aguarda pelo restabelecimento da saúde do dest.. Em P.s. recomenda-se a Manuel Luís e ao Freitas. Pede protecção para o portador da carta.
Comenta as divergências existentes na família real francesa devido à nomeação de Touché e talleyrand para o Ministério. Refere-se ao divórcio de Talleyrand. As demais notícias que forem surgindo serão enviadas para a Corte portuguesa através do amigo Brito. Refere-se aos seus Ofícios sobre a Aliança cm A Rússia, para a qual contava com a ajuda ferecida por António de Saldanha [da Gama]. O Conde de Palmela, que está em Paris, aconselhou Joaquim Lobo a se dirigir também para esta capital, onde poderão ocorrer algumas negociações, ficando esta viagem suspensa até que este obtivesse um parecer favorável do autor. Acha que, no entanto, seria precoceJoaquim Lobo empreender a viagem porque não existem garantias de que se efectuarão novas negociações visto que o Príncipe de Metternich nada lhe comunicou neste sentido. Refere-se a Navarro como "hum dos homens mais honrados" que tem encontrado e que está muito stisfeito com a sua companhia. Fala sobre o encontro de apresentação que teve com a família real francesa e do aparecimento do Duque de Ângouleme em Paris, contrariando assim a sua fama de revoltoso. Circulam rumores que Luciano Bonaparte foi preso pelo Rei da Sadenha; que Murat foi preso em França; que Labedoyére será julgado em Conselho de Guerra por ter atraiçoado Luís XVIII. Palmela escreverá a dar parte de um Tratado que se está a aprontar entre algumas potências e a Inglaterra e que tem por objecto o próximo desterro de [Napoleão] Bonaparte.
Acusa a receção da carta de 18 de Maio. Recomenda [Lourenço] Westin [Agente diplomático da Suécia na Corte do Rio de Janeiro], à proteção de "Le Comte d' Araújo", [Min. da Marinha e do Ultramar], visto que o Rei [sueco, Carlos XIII, 1809-1819], atendendo aos bons serviços de westin, deu-lhe permissão para permanecer no Rio de Janeiro. Refere a importância dos conhecimentos de Westin para a estabilização das relações comerciais entre a Suécia e o Brasil.
Informa que fez dez anos no dia 13 de Setembro que António de Araújo e o seu marido partiram. Refere-se à triste situação do seu marido desde que António de Araújo, seu mestre, partiu para o Brasil. Nada sabe dele desde 1810. Pede ao destinatário que fale a Mr. e Madame Pinheiro para que estes deêm novidades à autora acerca da dívida relativa à sua estadia em casa da autora nos anos de 1808 e 1809, quando regressavam de Berlim.
Informa que os herdeiros do desenhador Moreau, ao saberem da partida para essa capital, de alguns artistas julgaram que aí também se achariam pessoas interessadas em comprar a colecção de Desenhos e estampas do mesmo. O autor remete, por isso, a referida notícia e indica os três primeiros artigos da lista como os melhores e mais dignos de figurarem numa livraria real. Apesar dos preços serem exorbitantes é possível que possam sofrer uma ligeira diminuição. Acaba de receber uma carta de Joaquim Lobo, na qual pede-lhe que o recomende ao Conde da Barca.
Acusa a receção da carta de 26 de Abril e pela escrita apercebe-se que o destinatário ainda não está completamente recomposto, o que espera que aconteça em breve para "continuar a empregar-se no serviço do Estado, a que tem sido tão util". Sente muito a infelicidade de Mr. Ovide, que o Conde da Barca lhe comunicou. Comenta a imigração francesa e alemã para o Brasil, sustentando que todos veêm nele um "verdadeiro Eldorado". Não comenta outras notícias, porque disso se encarregará o amigo Brito. Em P.s. de 3 de Julho, acusa a receção dos Despachos que vierão pelo Cruz e diz que das três plantas de jardim, duas já estão tomadas. Informa que enviará por prevenção, o Catálogo das plantas do jardim Botânico de Dresden e de Munieli onde pensa existirem plantas muito raras.
Acusa o Cônsul Britânico de violar a lei, estabelecendo na sua residência uma outra administração dos correios à revelia dos interesses da população da ilha da Madeira.
O autor, pede ao Conde da Barca, "que actualmente Dirige os Negocios Publicos", proteção para o requerimento incluso onde suplica a efetividade do Posto de Coronel de Infantaria do qual já tem graduação há seis anos, embora continue no exercício de Ajudante de Ordens do Governo da Baía.
A Princesa Irene Dolgorouky, escreve a [António de Araújo] para testemunhar a imutabilidade dos seus sentimentos. Não comenta nenhuma novidade política porque presume que o destinatário as conhecerá melhor que ela. Com o governo de um Imperador em Paris, a autora e outros habitantes do norte não fazem mais do que saltitar de um lado para outro até ao momento em que serão obrigados a partir. Esperava rever o destinatário em [São] Petersburgo, mas como é impossível, acredita que a nomeação de Mr. de Sousa foi acertada, porque ele é homem de bom senso e honesto. Despede-se com "Amour est trop tendre, amitié trop banal".
O autor, Coronel de Infantaria, informa o destinatário da desordem em que se encontra a Capitania de Pernambuco devido à Revolução de 6 deste mês e que não sairá da Baía enquanto não se punir os responsáveis ou sossegar os ânimos. Remete, em anexo, três proclamações aos Pernambucanos que muito têm sido aplaudidas; e também uma outra carta que acaba de chegar da Baía.
A firma Dias Santos & Cia., acusa a receção da carta datada de 24 de Dezembro de António de Araújo de Azevedo, através de João Correia de Paiva. Informa que pagaram ao dito Paiva, por conta do destinatário, o valor das encomenda que seguem pelo navio Trafalgar.
Na última página está anotado o endereço de António de Araújo de Azevedo para Rio de Janeiro.
Informa ter recebido a carta com a indicação de que a Ordem do Dia deve ser assinada pelo Ajudante de Divisão Sebastião Pinto. Diz que irá prevenir o redator para não omitir esta formalidade.
O A., Domingos Sousa Coutinho, [1760-1833], [Conde do Funchal em 1808], [e Maqruês em 1833], [Enviado Extraordinário em Turim], agradece ao amigo [António de Araújo de Azevedo], [Enviado Extraordinário em Haia], a carta de 24 de Julho. Lamenta que depois de ter saído da Dinamarca, nunca mais tenha recebido notícias de [Francisco Joaquim Maria de] Brito e receia que as carts que lhe enviou de Dresden, Viena e Veneza, que continham cartas para a Corte, tenham sido extraviadas. refere-se à calúnia do "Moniteur" que envolve o dest. e o cargo que este ocupa. Informa que passará todo o verão em Liorne para tratar dos problemas de saúde que o afectam. pergunta se Portugal está em Guerra com a França.
Preçario da encomenda da manufactura de porcelanas.
Envia um requerimento de um homem honesto que contribuiu para "notre amusement à Lisbonne". Refere que não voltou a receber nenhuma missão depois que saíu de Lisboa devido às intrigas promovidas por Lord Strangford e que está reduzido a viver com uma pensão e com os seus próprios bens.
O A., D. Domingos de Sousa Couttinho, [1760-1833], [Conde do Funchal em 1808], [e 1.º Marquês em 1833], [Embaixador em Londres], acusa a receção do Maço que [António de Araújo de Azevedo], [Enviado Extraordinário em São Petersburgo] lhe enviou via Estocolmo. Informa que remeterá um maço para D. João e dois para o Visconde de Balsemão [Min. dos Estrangeiros e da Guerra].
Informa que recebeu uma carta do Conde de Linhares. Em virtude de não poder ir nesse ano ao Rio Abaité, devido às àguas, fará uma outra viagem, também ordenada por Linhares, ao Rio Doce para examinar o novo vulcão. Recebeu ordem para se recolher ao Rio de Janeiro, após concluir as viagens. Pede a António de Araújo de Azevedo que interceda a seu favor a fim de evitar este seu regresso, visto que prefere prosseguir os seus trabalhos nesta capitania em vez de ir para o Rio de Janeiro ensinar mineralogia a quatro discípulos. Espera que Varnhagen ao estabelecer a Fábrica de Ferro, adopte os planos que o autor já havia principiado. Em Abril do próximo ano termina o contrato com que veio da Alemanha e que a única forma de o demover de regressar à sua Pátria é permanecer nesta capitania e estabelecer um novo estabelecimento, sugerindo as minas de Abaité, que lhe dê honra e a S.A.R. dinheiro. Defende que pode melhorar a mineração do ouro se ficar mais algum tempo, uma vez que existem mineiros e companhias que estão dispostos a trabalhar sob a sua supervisão. A decadência das minas de ouro não se deve à falta do minério mas sim à falta da aplicação de meios montanísticos. Em janeiro pensa em ir à corte para tratar dos minerais que enviou para o gabinete, mas voltará em abril para examinar a mina de Abaité.
Felicita o destinatário pelo título de Conde da Barca "como há anos, os que respeitam a V. Ex.ª, e eu, esperavamos". Aguarda pela chegada do Conde de Palmela para o substituir no cargo e assim poder regressar a Portugal.
Refere que desejava ter seguido a corte portuguesa para a América, mas foi-lhe ordenado o regresso a Londres. Lembra o zelo com que serviu os interesses de Portugal durante a sua missão em Lisboa.
Na última página está anotado o endereço de antónio de Araújo de Azevedo.
Felicita António de Araújo de Azevedo pelo seu restabelecimento. Informa da má conduta do vice-provedor José de Sousa e Melo em relação aos deputados da Companhia [da Agricultura das Vinhas do Alto Douro]. Pede a proteção do destinatário para ser reconduzido no cargo de deputado, vice-provedor ou provedor. Roga para ser nomeado chefe do Tribunal de Comércio no Porto ou outro estabelecimento que S.A.R. venha a criar. Remete um pano de linho em mãos do Capitão do Brigue Athlant.
Correspondendo à solicitação do Conde da Barca, remete-lhe todos os Despachos que já estão prontos para irem pelo Paquete, tanto as primeiras vias como as minutas e as segundas vias que foram pela Paquete anterior. Informa que fará lavrar novo Pleno Poder a Francisco José Maria de Brito para que este possa assinar tratados de acessão ao de Viena de 9 de Junho de 1815. Contudo, informa que o anterior Pleno Poder, expedido em Novembro de 1814, era suficiente para o mesmo negociar com a França qualquer tratado ou convenção. Envia uma minuta em anexo para que o destinatário decida se é necessária outra para novas negociações que Francisco José venha a ser nomeado. Preparará as minutas das Credenciais para subirem à Real assinatura no próximo Sábado.
Restitui ao colega e amigo Manuel Anastácio Xavier de Brito, a pasta com os Ofícios de Portugal que estavam no gabinete de António de Araújo de Azevedo, à excepção de dois ofícios que acompanharam as últimas promoções. Remete os únicos dois livros que possuem sobre a regulação do Comissariado. Pede ao destinatário que solicite a restituição dos mesmos assim que o [Ajudante General] Sebastião Pinto tenha visto o que deseja.
Na última página está anotado o endereço do destinatário
Felicita António de Araújo de Azevedo pela sua nomeação para Secretário de Estado dos negócios Estrangeiros e da Guerra. Apresenta o neto João Carlos, afilhado que muito agradece os obséquios recebidos por seu pai.
O autor, [Ministro da Aústria em Lisboa], exprime a sua profunda dor pela crise que se abateu sobre a Família Real. Diz que após quarenta anos de serviço em Portugal, onde ganhou o respeito e a amizade íntima da família real, a sua vontade seria acompanhá-los [na viagem para o Brasil], mas que tal foi impossível de se concretizar devido às ordens do seu soberano. Pede ao destinatário que expresse os sentimentos do autor a todas as pessoas da família real. Elogia o destinatário pela demonstração de zelo e lealdade a S.A.R., acompanhando-a na viagem.
O autor, [Advogado], informa o parente António de Araújo de Azevedo, que já respondeu à sua carta de 4 de Dezembro. Oferece um caixote de doces cuja guia de remessa vai em anexo.
O autor, Mestre da Sumaca Thalia, atesta que transporta um caixote pregado que recebeu na Baía de Elias Baptista Pereira de Araújo Lasso, para ser entregue a António de Araújo de Azevedo, Fidalgo da casa Real, Conselheiro de Estado e Grã-Cruz da Ordem de Cristo, no Rio de Janeiro.
Anexo à carta de Elias Baptista Pereira de Araújo Lasso - PT/UM/FAM/FAA-AAA/000826
Solicita a António de Araújo de Azevedo que lhe comunique uma parte dos Estatutos das Escolas Menores que ultimamente se ordenaram em França e a opinião de Stocqueler sobre este assunto.
Remete ao amigo e colega António de Araújo de Azevedo os papés que o Visconde de Anadia lhe diirigiu há dois dias.
Tendo tomado conhecimento da feliz chegada de António de Araújo de Azevedo, Min. dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, ao "Imperio do Brazil", só agora lhe é possível enviar as felicitações em virturde de as comunicações com a Inglaterra terem estado interrompidas. Esta foi uma situação que causou também um atraso na receção nas determinações de S.A.R. relativas à admissão de navios e negociantes estrangeiros nos portos do Brasil. Refere-se a seu navio carregado de panos que está retido no Rio Eider e para o qual a Corte da Dinamarca só cede um passaporte em condições inaceitáveis. Refere-se à falta de catorze correios de Espanha e de Portugal. Fala na expectativa em que se encontram perante a possibilidade de abertura de comércio livre com o Brasil, tendo mesmo as Casas Hope & Cia., de Amsterdão, Baring Brothers, de Londres, e outras enviado um agente comercial para o Rio de Janeiro chamado [Gustavo] Kieckhoefer, o qual já declarara bancarrota em Lisboa. Refere-se à concessão do contrato de pau Brasil. Pede ao destinatário que proteja o seu filho Pedro Gabe [de Massarelos] que vai ao Rio de Janeiro para tratar de assuntos de sua casa e solicitar o emprego de Cônsul Geral de Portugal em Hamburgo.
Na última página está anotado o endereço do destinatário no Rio de Janeiro.
O autor, [Advogado], felicita o parente António de Araújo de Azevedo pelo seu estado de saúde e recorda que continua certo da sua protecção conforme o próprio lhe tinha prometido. Espera que o Padre Valongo já tenha enviado os seus documentos, se por acaso ainda não fez, o autor pede ao destinatário que utilize os que enviou em Fevereiro.
O autor, [Cônsul Geral da Grã-Bretanha em Portugal e depois no Rio de Janeiro], agradece a carta recebida. Comenta a política internacional, sobretudo as relações entre Portugal e Inglaterra. Faz recomendações à Duquesa do Cadaval.
Lamenta que não se realize o projeto da abertura da estrada, porque seria de grande utilidade para o Estado, e sendo assim, o destinatário já não utilizará as cópias das latitudes que o autor lhe remeteu o ano passado e que haviam sido feitas pelos jesuítas. Comunica que uma das suas fábricas de ferro já está em pleno trabalho e congratula-se por ter sido o primeiro a consegui-lo nos Estados do Brasil. Informa da quantidade de prata que tem retirado da mina de Abaité, a qual já comunicou ao Conde de Aguiar para que informe a S.A.R.. Pede ao destinatário que lembre este assunto ao referido Conde para que não fique esquecido como a carta petrográfica. Envia recomendações do irmão que tem estado ocupado com os desenhos de plantas, e sua descrição, e outros objectos do Brasil. Em P.s. informa que no dia 1 do próximo mês parte para o sertão do Abaité.
Informa ao destinatário que finalmente chegou a casa e em companhia do irmão que muito se lhe recomenda. Após ter confrontado o mapa desta Capitania com a de Espírito Santo apercebeu-se que tinha comunicado erradamente ao destinatátio os limites da mesma. Disponibiliza-se para copiá-lo. Transcreve as observações das latitudes de todas as localidades da capitania, quer foram feitas pelos Padres da Companhia. Desculpa-se pela pressa com que escreve, mas está neste momento a preparar uma fundição de chumbo que tem recebido de Abaité. Lamenta o ataque que a saúde do destinatário sofreu.
Acusa a receção da carta de 20 de dezembro e estranha o facto de esta não lhe ter sido entregue juntamente com as outras. Agradece os conselhos e reafirma os seus propósitos em manter uma conduta em que ninguém se possa queixar porque todo o seu tempo é empregue nas ciências e no serviço do Estado. Pede a António de Araújo de Azevedo que escreva ao Câmara a respeito do cobalto, visto que aquele já tem todos os meios ao seu dispor para poder achar uma mina com abundância. Tem reservado uma amostra de todos os minerais que tem enviado para o Real Gabinete para mostrar ao destinatário. Recusa-se a ir para o Real Gabinete do Rio de Janeiro, porque acha que nunca mais o deixarão voltar a esta capitania, o que lhe causaria muitos prejuízos económicos e não lhe daria a notoriedade pública que ambiciona. Prefere proceder à abertura da mina de chumbo e prata do Abaité e à de cobre do Inficcionado. Tentará ir incógnito ao Rio. Refere-se às notícias sobre o engenho de serrar e que só o incansável espiríto do destinatário poderá fazer avançar a obra. Pede ao destinatário que tome debaixo da sua proteção o seu irmão que em breve chegará ao Brasil, com o qual gostaria de contar para fazer os desenhos. Acha que o irmão será de extrema importância no futuro para a administração dos bosques junto da mina de chumbo e prata.
O autor, [Advogado], pede a protecção do parente António de Araújo de Azevedo para ser nomeado Escrivão das Capelas, Resíduos e ausentes da Baía, visto que o actual detentor deste Ofício, Simão Mendes Barreto, não deverá sobreviver à grave moléstia tendo sido, inclusivamente, ungido.