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Relação dos familiares "Mártires" que serviram no Paço [Real].
A autora, Marquesa de Belas D. Maria, [1769-1832], recomendando segredo, solicita ao Conde da Barca, [Min. da Marinha e do Ultramar e Conselheiro de estado no Brasil], que alcance com a maior brevidade possível a permissão real para que se verifique no seu filho [D. António Maria Castelo Branco Correia e Cunha de Vasconcelos e Sousa], [1785-1834], a vida que possui na tença anual que recebe por ter sido Dama da Rainha [D. Maria I]. Deseja também que o seu filho receba a comenda da Ordem de Avis ou de outra ordem qualquer. Informa que recebeu uma visita de Manuel Luís, o qual lhe comunicou da chegada do destinatário a Santa Cruz.
O autor oferece duas caixas de mangas, conforme atesta o conhecimento incluso. Informa que o tabaco é de grande qualidade e que já está embarcado, mas não pode ir na primeira embarcação devido às fatigantes formalidades da Mesa da Inspeção. Deseja ao Conde da Barca um perfeito restabelecimento.
O autor dirige-se a António de Araújo de Azevedo, [Conde da Barca desde 17 de Dezembro de 1815], em consequência do distinto cargo que ocupa de Ministro da Marinha e Ultramar e considerando "o muito que V. Exa. se interessa pelas artes e sciencias particularmente quando convierem ao bem do Estado e a Utilidade publica", para o avisar das vantagens do emprego do zinco na cobertura, nas chapas e pregos dos navios, conforme são fabricados pela "Dony & Co." em Liége, na Bélgica. Informa que a Real Marinha Mercante local já começou a usá-los e com grande vantagem devido à sua duração e economia quando comparado com o cobre. Refere-se ao tráfico marítimo dinamarquês, onde são utilizados diversos navios a vapor. Oferece ao dest. a interessante obra intitulada "Histoire de Christine Reine de Suéde par J. P. Catteau-Calleville", que acaba de ser impressa.
O autor informa António de Araújo de Azevedo, [Diplomata em licença de serviço], das mudanças que se operam no governo francês, de espírito mais moderado, de reflexão e prudência, as quais são prodigiosamente favoráveis para Portugal. Fala da conversa amigável que manteve com Mr. Le Brun, Cônsul da República [francesa] acerca da nomeação do destinatário para negociador [do Tratado de Paz entre Portugal e a França], de cujo conteúdo informou, também, para Lisboa. Comunica ao destinatário que se desejar ir a Paris incógnito ou como particular, que o avise para poder providenciar os necessários passaportes.
O autor acusa a receção das cartas de 23 de Outubro e de 6 de Dezembro de 1811, manifestando a sua frustração pelo facto do amigo António de Araújo de Azevedo, [Conselheiro de Estado no Brasil], se encontrar doente. Remete uma nova petição a favor de seu sobrinho, o Padre José de Avelar Brotero, visto que S.A.R. já havia feito a mercê do Benefício simples da Colegiada de São Nicolau de Lisboa ao Padre José António de Figueiredo, Cónego da Real Capela da Bemposta. Informa que o seu desejo é retirar o seu sobrinho da Congregação do Oratório, para poder instruí-lo em História Natural, para que o mesmo possa auxiliar o autor a sustentar a família. Queixa-se de ter sido jubilado pela Universidade com um dos ordenados mais pequenos, de nunca ter recebido o canonicato e de não receber ordenado para dirigir o Museu Real e o Jardim Botânico da Ajuda, apesar dos seus antecessores, os Doutores [Domingos] Vandelli e Alexandre [Rodrigues Ferreira], ainda hoje receberem um conto de réis. Informa que recebeu boas notícias de Viana dos irmãos do destinatário, [João António e do Abade de Lóbrigos], a quem remeteu um maço de sementes, e sabe que ambos remeteram ao destinatário um requerimento de João dos Santos Correia, fiel do museu da Universidade. Avelar Brotero refere que já havia enviado um primeiro requerimento do referido Fiel, ao Conde de Aguiar a pedido dos Lentes da faculdade de Filosofia. Refere-se à desordem em que se encontram o Museu e o Jardim, ao "Diccionário Botânico" de Lamarck e na "Species Plantarum" de Mr. Wildenow, onde vêm catalogadas grande número de plantas novas originárias da América Meridional. Censura a "Flora Fluminensis" do Padre Frei José [Mariano da Conceição] Veloso, [1742-1811], advogando que a mesma não deveria ser publicada devido ao grande número de lacunas e de enganos o que causaria um grande descrédito à nação. Remete, pelo Navio Imperador, algumas sementes e plantas vivas para o jardim do destinatário. Informa que a tranquilidade aumentou com a tomada de Badajoz pelos exércitos aliados.
B. D'Urban, relata à amiga [Maria da] Penha [de França Pereira de Lacerda], [baronesa de Beduído em 1818], as ocorrências na Batalha de ?Sacé?. Pensa que, com os felizes acontecimentos da guerra do norte, talvez esteja para breve o advento da tranquilidade permanente para a Europa. Participa que António encontra-se bem e que o próprio autor o recomendou a um oficial do seu Estado Maior. Breves comentários sobre o país em que se encontra. Em P.s. recomenda-se a Madame de Lemos [Maria da Luz Willoughby da Silveira, futura Viscondessa de Juromenha] e ao amigo Nicolau [Xavier de Figueiredo Bulhões Catelo Branco], [marido da destinatária].
A Condessa d' Oeynhausen, [D. Leonor de Almeida], [1750-1839], [futura Marquesa de Alorna], agradece a carta de [António de Araújo], datada de 20 de Maio, que "respira aquella honra, sencibilidade e amizade que sempre lhe conheci". Lamenta que as suas notícias tivessem agravado o delicado estado de saúde do destinatário. O falecimento da filha [Luísa] faz com que fique insensível aos insultos e perseguições que lhe movem. Pela resposta de Lord Strangford, [Ministro Britânico no Rio de Janeiro], à recomendação dos ministros ingleses Bathurst e Lord Sidmouth, deixou transparecer a ideia de que a autora cometeu algum erro junto do Príncipe. Só uma feroz calúnia a pode acusar de tal e nada a impedirá de se defender de um modo concludente. Pede ao destinatário e "ao nosso amigo S[ilvestre] P[inheiro]" que examinem esta questão, que deve ser mais uma diabrura dos seus perseguidores. Não recebe carta do filho desde Novembro. Pede ao destinatário que interceda junto do Príncipe para que ele seja nomeado para Cavalheiro da Embaixada em Londres junto do conde de Palmela que deverá chegar em breve. O conde do Funchal acaba de anunciar através da publicação de uma "pastoral" a sua nomeação para Ministro de Estado, dizendo que só aceitou com a condição de apenas permanecer no Rio de Janeiro durante dois anos. Estima saber que o excelente médico e amigo Manuel Luís [Alvares de Carvalho] está na companhia do destinatário. Sampaio não lhe escreve há muito tempo. Deseja saber se os documentos que enviou, por Mr. Hamilton, lhe chegaram às mãos. Enviará na primeira ocasião uma obra que mandou imprimir cujo epígrafe é "Carminibus quoro miserarum oblivia rerum". P.s. Pede para ler e entregar a carta inclusa ao seu filho. Só agora é que descobre a finalidade maquiavélica da Concordata que D. D[omingos] a fez assinar.
O autor, Félix de Avelar Brotero, [Botanico], [Director do Museu Real e Jardim Botânico do paço da Ajuda], congratula o amigo António de Araújo de Azevedo pelo título de Conde da Barca, com que S.A.R. decidiu remunerar [em 17 de Dezembro de 1815] os seus serviços, cuja notícia tomou conhecimento pela "Gazeta de Lisboa" em Abril de 1816. Ignora se o destinatário recebeu as plantas e o requerimento [enviados em Abril de 1812]. Envia recomendações para o irmão do destinatário, [João António de Araújo de Azevedo], [que se encontra no Brasil].
A autora, mesmo sabendo que [António de Araújo de Azevedo] receberá uma carta de recomendação a favor do sobrinho João Infante de Lacerda, solicita-lhe que o ajude a alcançar alguma remuneração pelos seus serviços. Refere que se como não bastasse a situação de indigência em que o mesmo se encontra, casou com "huma espese de fera" que se revoltou contra ele e que só o envolve em dramas infernais. Aproveitando o atraso deste paquete, a autora enviará outra carta.
A autora, que está em Colares, juntamente com toda a família e com duas filhas da [irmã] Piedade, para desfrutar do excelente clima e àguas locais, sentindo muito a falta do amigo [António de Araújo de Azevedo], "o rapas de Bellem". Refere-se ao boato da paz geral, considerando que esta seria indispensável para o regresso de S.A.R. a Lisboa, e à opinião do secretário da Legação inglesa em Lisboa, que acha que S.A.R. tomaria a decisão correta se nomeasse Araújo como Governador do Brasil. Pede ao destinatário se acaso lhe apresentarem esta proposta que a recuse e empreenda o regresso a Portugal e quem "fes o mal que o remedeiie". Soube que Lord Strangford, [Ministro da Inglaterra no Rio de Janeiro], partiu para Londres com autorização para tratar do regresso de [D. João], facto que irritou Stuart. Expõe a conversa que manteve com o mesmo Stuart sobre os bens do [2.º] Marquês de Pombal e aconselha o destinatário a não se comprometer "com esta gente". Acaba de chegar o Almirante Martime Casamaior com notícias sobre a tomada da praça de San Sebastian. Se chegarem a tempo, remeterá Gazetas oficiais e algumas cartas particulares sobre este assunto. Agradece as felicitações pela honra que S.A.R. fez à sua tia, mas lamenta que ela não lha transmita pessoalmente. Lamenta, ainda, a distância que os separa, o envelhecimento e as cartas que o destinatário lhe escreve por mãos alheias, as quais lhe dão uma ideia de inação do destinatário. Recomendações de Nicolau, das filhas e de Monsenhor.
Informações sobre o desaparecimento de um escravo.
A autora, Maria da Penha, agradece a carta de 2 de Julho exprime a sua felicidade pelo facto do amigo António de Araújo de Azevedo já se encontra melhor do seus olhos. Pede-lhe que deixe de fazer o papel de "Procurador dos desgrasados" e que concretize a sua intenção de se recolher a outro local durante o verão, afastando-se do Rio de Janeiro. Informa que o "imbecil" do filho da amiga Pessanha, após ter desertado, foi escoltado até ao seu Regimento e que de nada valeu as súplicas da mãe junto do Marechal [Beresford]. Refere-se ao recado que o destinatário enviou ao seu marido [Nicolau Xavier Bulhões de Castelo Branco]. Tem sido procurada por muita gente que lhe questiona se o destinatário tem assumido todas as pastas [Ministeriais] que estão a vagar por morte dos seus titulares. Espera que tal não aconteça porque seria impossível para [António de Araújo] conseguir alterar as circunstâncias actuais. Comenta a substituição do Conde do Funchal, [Embaixador em Londres], por Freire; fala da sua ida a Sintra onde se encontrou com Navarro, da convalescença do Marechal-general e do excelente trabalho que tem feito no exército português; refere-se a Manuel Luís; e aos dotes vocais de Carlota, [filha da autora]. Remete dois requerimentos, um de João de Lemos e o outro de pessoa não identificada.
Maria da Penha, apesar de já ter escrito das Caldas por este mesmo navio, volta a fazê-lo para agradecer a carta de 13 de Março que António de Araújo de Azevedo lhe escreveu de sua própria mão, prestando-lhe assim uma prova da grande amizade que por ela nutre e aliviando-a em relação ao seu estado de saúde. Apenas lamenta que nada lhe diga sobre o regresso a Portugal. Informa que as cartas endereçadas para as duas "Personagens Britanicas" serão guardadas até que lhe dê ordem para queimá-las visto que ambos já não se encontram em Lisboa. Refere que Casamayor já dá o justo valor a [António de Araújo de Azevedo], após ter conversado com o Almirante Sidney Smith. Aguarda pela indispensável anulação do Tratado [de 1810] assinado por D. Rodrigo de Sousa Coutinho, [na altura Ministro dos Negócios Estrangeiros], esperando que o destinatário o consiga tornar mais vantajoso para a nação, promovendo a reconciliação com os ingleses anulando, assim, as intrigas promovidas pelos Sousas. Remete uma carta do Marechal Teixeira que é vítima de intrigas no Colégio Militar, o qual está cada vez pior. Pede ao destinatário que leia o bilhete incluso do General D' Urban. Comunica a sua partida para Sintra.
A autora diz que muitas vezes escreve-lhe a recomendar indivíduos que talvez não mereçam, mas sabe que o destinatário já a conhece e que sabe quando as suas frase são forçadas. Contudo, não deixa de ser gratificante para si dar-lhe a conhecer pessoas de merecimento e por isso, roga ao amigo [António de Araújo de Azevedo] que proteja o memorial incluso. Informa que existe muita ansiedade pela chegada de notícias [dos despachos do] dia 13 de Maio. Refere-se às virtudes que [a sua filha] Carlota apresenta no Canto. Recomendações de Nicolau e das filhas.
Como se demora o navio, remete carta e cópia do Aviso de Maria José de Saldanha [e Castro], de quem se compadece pela forma como é tratada pelos familiares do marido. Supõe que o seu irmão [Lemos] já tenha chegado [ao Rio de Janeiro] e diz que a segurança deste é estar António de Araújo de Azevedo no Ministério [da Marinha e do Ultramar] porque assim existe um canal seguro para fazer chegar as intrigas que obstam ao bem do Estado. Comenta o destino dado ao [Conde do] Funchal. Lamenta não poder separar da correspondência particular que lhe escreve os seus negócios, e que esta situação só se deve à falta de empenho das parentes que tem no Rio. Solicita ao destinatário que tome partido da sua família e que a ajude a alcançar do Príncipe a mercê das Lezírias das Barrocas da Redinha, que segundo sabe também são pedidas por outras pessoas.
O autor, apesar de já ter escrito ontem, volta a fazê-lo para consultar [António de Araújo de Azevedo] sobre o modo de funcionamento da sua máquina de gelo. Conforme o destinatário lhe diz que a grande diferença no congelamento é o àcido sulfúrico, o autor remete quatro garrafas dele, três delas já usadas, para que o destinatário verifique no seu laboratório [químico] as diferenças com aquele que costuma utilizar. Informa que ainda não conseguiu fazer gelo perfeito em menos de duas horas e que não sabe porque razão gela a àgua, mas não o gelo nem a limonada. Comenta a notícia da chegada de um navio vindo de Gibraltar, de onde saíu uma esquadra de Toulon, que deixou algumas tropas em Espanha e que depois seguiu para a América inglesa.
O autor agradece a carta de [António de Araújo de Azevedo] datada de 9 de Agosto e que ajuda que lhe disponibiliza. Refere, novamente, que espera receber a bomba de vapor em Novembro e que está "regalado" com a máquina de gelo que recebeu no mês passado, apesar de ainda não ter conseguido retirar grande rendimento da mesma. Deseja saber como é que a máquina do destinatário sem tanta despesa faz sorvetes e muito gelo, conforme soube por Luís Paulino. Informa que introduziu novos melhoramentos no seu alambique o que lhe dá esperança de enviar aguardente capaz de temperar os vinhos.
O autor solicita a proteção de [António de Araújo de Azevedo] para o seu amigo o Desembargador João Rodrigues de Brito, que se desloca à Corte em virtude de lhe ter sido recusada uma licença. Refere que o mesmo é um homem íntegro, mas que se irrita facilmente com a injustiça, não fazendo questão de esconder os seus sentimentos, característica que faz com que lhe falte a arte de viver na Corte. Informa que o recomendado foi um dos que mais trabalhou nas "Nova Posturas".
O A., Felisberto Cald[ei]ra Brant, agradece a Carta que [António de Araújo de Azevedo] lhe dirigiu em 18 de Dezembro felicitando-o pela Comenda que lhe foí atribuída em 17 do referido mês e reconhece que sem a protecção do dest. provavelmente não a teria recebido. Confessa que não esperava tal distinção e que a alteração para duas vidas, em detrimento das três solicitadas, acaba por ficar compensada pelo encarte imediato e ainda antes da estrada estar concluída. Informa que já recebeu o Decreto para Alcaide-Mor da Vila de Jaguaripe e de Donatário da primeira vila que se criar na nova estrada, a qual espera concluir em dois anos. Alerta o dest. para a necessidade de alcançar a ordem de pagamento da [Nau] Medusa, ainda antes da emissão do papel moeda. Remete amostras de Manganésio, Chumbo e Chita. Solicita informações sobre a contribuição dada pelos habitantes de Aveiro para o melhoramento da Barra e qual o engenheiro que desempenhou tal comissão, por forma a poder empregar na Barra de sergipe os mesmos meios. Solicita o envio do desenho do Alambique escocês e a confirmação de que ele é capaz de fazer 480 destilações em 24 horas, conforme ouviu dizer.Refere-se à encomenda que fez para Inglaterra de um alambique e informa que o caixote para o dest. vai em mãos de Burlamaqui, ex-governador do Piáui.
O A., Felisberto Caldeira Brant, acusa a receção da carta de [António de Araújo de Azevedo] datada de 18 de Fevereiro. Alerta o dest. para as dficuldades que tem sentido para concluir a estrada que está a construir, o que o faz recear que a que está projectada de Mucuri para Minas Gerais venha a sofrer os mesmos inconvenientes e que por isso não seja concluída. Aconselha o dest. em investir nos engenhos de Espirito Santo em detrimento do engenho de 16 serras em Porto Seguro. Diz que após várias conversas com o Borges, não sossega sem conhecer o Marques e que está disposto a oferecer-lhe as condições necessárias para que venha no final do ano montar a bomba de vapor, que mandou vir de Inglaterra. Refere-se aos benefícios que implementou no seu alambique e que a fábrica está quase completa. Remete um caixote com laranjas para [António de araújo de Azevedo] e outro para o Conde das Galveias. Não percebe porque razão Galveias está mal consigo e pede ao dest. que interceda junto dele para lhe alcançar a graduação de Marechal. Á vista dos serviços prestados não compreende porque razão outros foram promovidos em detrimento de si. Envia cumprimentos do seu general. Oferece duas garrafas de aguardente do seu alambique e pede ao dest. que lhe envie duas das suas para poder confrontá-las.
O autor informa que recebeu as cartas de 10 e 22 de Maio com grande prazer e felicita [António de Araújo de Azevedo] por ter sido o único a aprovar o Budget da Câmara, o que por consequência acabou com as imposturas na Relação e no Desembargo do Paço. Ainda não abriu as garrafas destinadas ao jantar dos destiladores, em que Borges é um dos contemplados. Comunica que o mesmo Borges foi desenganado para o seu engenho visto que o projeto da Escola e Sociedade de Agricultura não passou do papel. Remete uma estampa que recebeu de Inglaterra. Compara o seu alambique com o do destinatário e refere os meios que emprega na destilação. Acha que jamais se poderá destilar no Brasil como nas grandes fábricas da Europa. Espera receber, até final do ano, a bomba de vapor, embora receie todos os inconvenientes de que o destinatário lhe faz menção. Repete o pedido da Memórias e Planos do encanamento de Aveiro para poder adaptá-los e utilizá-los em Sergipe d' El-Rei. Elogia os trabalhos da abertura da Estrada de Mucuri e refere-se aos contratempos sentidos na estrada que está a abrir. Remete um caixote de laranjas pelo Comandante do Paquete Pandeira, e pede ao destinatário que as divida com o Conde das Galveias.
O autor informa a [António de Araújo de Azevedo] que recebeu uma notícia vinda do Rio de Janeiro de que o Tenente Coronel Luís Paulino pretende suceder-lhe no cargo e que conta com a proteção do Primeiro-Ministro. Refere que como é pública a proteção que o destinatário dedica ao autore que é bem possível que o negócio esteja a ser concertado em segredo. Preocupado com o seu futuro, manifesta a sua contrariedade em ser nomeado Governador de Angola e expressa os seus únicos desejos: ver terminada a estrada que está a construir ir visitar o destinatário e viver em paz. Informa que a mesma carta referia que a indisposição contra si devia-se à amizde que mantém com o Conde dos Arcos, o qual "de certa epocha em diante ficou excomungado". Seguro de que pode contar com o apoio de [António de Araújo], informa-o de que escreverá ao Conde das Galveias a agradecer por ter retido o despacho do seu sucessor.
O autor participa a [António de Araújo de Azevedo] a chegada da bomba de vapor. Informa que alguns dos seus amigos estão dispostos a encomendar outras se os resultados foram positivos. Considerando ser esta uma tentativa da maior importância, espera que o Conde das Galveias permita a vinda do Marques à Baía, após o Natal, para proceder à montagem da referida máquina. Afirma-se disposto a pagar as despesas da viagem e alojamento e que portanto só é necessário que o Governo ceda uma licença ao referido Marques. Comenta o casamento do Borges com a filha do Brigadeiro Pedro Alexandre. Agradece o envio do Mapa e Memória de [José Theresio] Michelotty e refere que o encanamento de Sergipe é fácil, podendo ser feito sem despesa da Real Fazenda uma vez que os proprietários locais estão dispostos a contribuir. Considera que esta obra poderá facilitar o escoamento das produções dos 300 e muitos engenhos, dos terrenos fertéis e das salinas locais, que têm capacidade para abastecer todo o Brasil. Envia por Luís Paulino duas canas de Oitayli, as quais, juntamente com as fornalhas de bagaço, os alambiques chatos, o acerto da bomba de vapor e o comércio da escravatura, a vigorar por mais alguns anos, poderiam contribuir para um aumento das exportações da capitania. Recebeu notícias de Inglaterra que confirmam a vitória de Blucher e Bernardotte e que desmentem a tomada de Dresde e a perda de 70 mil franceses que haviam sido anunciados pelo Telegrafo Português e outras folhas. Não pergunta pela Sesmaria de Porto Seguro, pelo Engenho de Serrar e pela estrada de Mucuri porque teme que se tenham verificado o que já havia dito. Se tudo correr bem a sua estrada estará acabada em Fevereiro.
Processo de Justificação do Tenente General Gomes Freire de Andrade.
O autor, natural da Cidade de Paraíba do Norte, atendendo às circunstâncias que não lhe permitem demorar-se por muito tempo na Corte, solicita ao destinatário que defira por mercê o Requerimento que o autor levou à Real Presença e que foi encaminhado para "V. Exa."
Pede ao Conde da Barca que se informe do seu comportamento junto do General Lecor, a quem serviu na Campanha de 1809, bem como aos oficiais Generais pertencentes à Divisão de Voluntários do Príncipe que o acompanharam, por forma a anular as inimizades que o Marechal tem para com o autor e que fizeram com que o autor voltasse a apresentar na Real Presença os motivos que o levaram ao Conselho de Guerra, ignorando o Real Decreto que justifica a sua inocência e a sua boa conduta no Real serviço. Requer a justificação dos delitos que lhe foram imputados em Conselho de Guerra.
Indicação dos serviços prestados ao exército português por Francisco Inácio Pessoa de Melo como Coronel e Brigadeiro [no ano de 1809].
Tendo já escrito anteriormente para agradecer os bons ofícios para o seu pedido e, em outra ocasião, para felicitá-lo pela nomeação de Ministro de Estado [da Marinha e do Ultramar], facto que lhe proporcionou particular orgulho por auferir da protecção do destinatário, volta a escrever-lhe para pedir protecção para Requerimentos que o autor os seus "companheiros da Restauração" vão apresentar a S.A.R. para verem recompensados os seus serviços.
A autora, D. Maria Leonor, informa que recebeu a carta em que este lhe comunicava o falecimento do seu pai [o 2.º Marquês de Pombal], e manifesta asua intenção em aceitar a proteção de António de Araújo "o maior amigo de meu pai". Refere a sua impossibilidade em cumprir as disposições do testamento devido ao grande peso das Pensões e, por isso, remete uma procuração em que se declara herdeira a benefício do inventário "como V. Exa. me diz", e também os plenos poderes para o destinatário poder agir em benefício da autora como lhe parecer mais acertado. Lembra que um despacho pecuniário poderia ser o mais útli visto o estado em que se encontra. Diz que o destinatário pode dispor conforma entender dos móveis da casa de seu pai, podendo vendê-los ou remeter alguns para a autora. Pede para si a imagem do Santo Cristo e o retrato do seu avô, que está no Rio de Janeiro pois acha que o que está em Lisboa ficará para o Tio Redinha. Informa que está em convalescença, depois do "mau sucesso a trez de julho", mas que esta má notícia tem atrasado a melhora e agora acha-se com cinco tumores. O marido, "Governador", também está doente. Em P.s. acusa a receção das 1.ª e 2.ª via das cartas e aprova tudo o que o destinatário faz.
O autor, "como cabessa de minha molher" D. Maria Leonor de Carvalho e Mello, única herdeira do seu falecido pai, concede a António de Araújo de Azevedo plenos poderes para tratar de todos os bens que lhe cabem pela herança do Marquês de Pombal.
Assinatura autógrafa da co-autora, D. Maria Leonor de Carvalho e Mello.
Possui o reconhecimento das assinaturas pelo tabelião José Teotónio de Oliveira em Cidade do Natal, 16 de Agosto de 1812.
Possui o reconhecimento no sinal do tabelião José Teotónio de Oliveira, pelo Desembargador da Baía, Manuel José Baptista Filgueiras em 14 de Agosto de 1812.
O autor, "como cabessa de minha molher" D. Maria Leonor de Carvalho e Mello, única herdeira do seu falecido pai, concede ao Conselheiro de Estado António de Araújo de Azevedo plenos poderes para tratar de todos os bens que lhe cabem pela herança do Marquês de Pombal.
Assinatura autógrafa da co-autora, D. Maria Leonor de Carvalho e Mello.
Possui o reconhecimento das assinaturas pelo Tabelião José Teotónio de Oliveira em Cidade do Natal, 16 de Agosto de 1812.
Possui o reconhecimento no asinal do tabelião José Teotónio de Oliveira, pelo Desembargador da Baía, Manuel José Baptista Filgueiras em 14 de Agosto de 1812.
Solicita a António de Araújo de Azevedo, [testamenteiro do 2.º Marquês de Pombal], que efetue o pagamento do remanescente da conta deste.
O autor, Sargento-Mor, pede a proteção do Conde da Barca para o requerimento que dirige a Sua Majestade onde requer a graduação de Tenete-Coronel para o primeiro Regimento de Infantaria de Goa.
O autor, [Secretário dos Negócios Estrangeiros e da Guerra da Regência de Lisboa], [Conde da Feira em 1820], acusa a receção das cartas do amigo António de Araújo de Azevedo datadas de 2 e 12 de Agosto. Informa que Guilherme Cândido já foi admitido na secretaria e que o outro pretendente que o destinatário lhe recomendou terá de aguardar que a sua petição venha da Junta do Arsenal, onde foi submetido a consulta. Recomenda-se a Manuel Luís [Álvares de Carvalho], [Médico da Real Câmara]. Refere-se às calúnias que mancharam a sua reputação.
O autor, [Secretário dos Negócios Estrangeiros e da Guerra da Regência de Lisboa, Conde da Feira em 1820], pede a proteção do amigo António de Araújo de Azevedo, [Conselheiro de Estado no Brasil], para João Infante de Lacerda, vítima da sua própria mulher que solicitou a presença de um Juíz Administrador de bens, quando ela é, talvez, a grande responsável pela desordem existente na administração da casa. O autor reconhece que o dito João Infante não é culpado e que pensa em passar um aviso para lhe restituir a administração, mas sendo a mulher protegida por altas influências é bem possível que não consiga fazer com que ele seja ouvido. Escreverá ao [5.º] Conde das Galveias, [Min. dos Negócios Estrangeiros e da Guerra no Rio de Janeiro], para o requerimento em que João Infante solicita a remuneração dos seus serviços.
O autor, [Secretário dos Negócios Estrangeiros e da Guerra da Regência de Lisboa, Conde da Feira em 1820], recomenda o portador da carta, Francisco Vitorino de Castro. Pede a proteção do amigo António de Araújo de Azevedo para o assunto referente aos crimes cometidos contra o seu cunhado Bernardim Freire [de Andrade], cuja memória não ficou bem ilibada aos olhos do público. Recomenda também à proteção do destinatário, o Abade de Lustosa.
O autor, [Secretário dos Negócios Estrangeiros e da Guerra da Regência de Lisboa, Conde da Feira em 1820], acusa a receção de duas cartas do amigo António de Araújo de Azevedo. Na de 13 de Dezembro em que lhe recomendava os negócios do Abade Correia [da Serra], de quem também recebeu uma carta de Filadélfia, onde o referido abade lhe solicitava proteção para que o procurador pudesse receber as suas pensões da Junta do Comércio e do Cofre da Pólvora. Diz que o Abade não lhe falou das pensões eclesiásticas mas acredita que não haverá grande dificuldade em alcançá-las. Na segunda carta datada de 14 de Janeiro, pode constatar as diligências de António de Araújo no assunto de João Infante de Lacerda. Recomenda novamente este caso visto que haverá quem procure fazer-lhe mal novamente. Recomenda-se ao amigo Manuel Luís [Álvares de Carvalho], [Médico da Real Câmara].
Refere-se às cartas que expediu em 18 de Outubro e pede a graça de perpétuo silêncio na causa movida há 37 anos por inimigos contra o seu padastro, João de Saldanha Lobo, de quem é herdeiro beneficiado. Deseja morrer descansado e deixar os seus descendentes livres de trabalhos. Pede a remuneração dos seus 52 anos de serviços. Oferece umas manufaturas da China.
O autor, bacharel em Leis, recorre à proteção do Conde da Barca, [min. da Marinha e do Ultramar e Conselheiro de Estado no Brasil], por ordem de D. Mariana Joaquina [de Arriaga], [prima do destinatário], para obter o despacho nos dois requerimentos que envia em anexo. Refere que é vítima de concorrência desleal há mais de vinte anos e que os seus colegas do Desembargo do Paço nunca se sacrificaram tanto como ele, mas conseguiram lucrar muito mais. Apresenta os trabalhos dos seus antepassados na Magistratura.
O autor, Brigadeiro efectivo Comandante da Legião de Goa?, pede ao Conde da Barca, [entretanto falecido], que proteja o seu requerimento junto de Sua Majestade, [D. João VI]. Diz que foi vítima da malícia de uma pessoa que lhe "furtou o assinado" pedindo a reforma para o autor quando este ainda estava em condições para desempenhar o real serviço.
Relação de uma encomenda de vários artigos.
Rol da dívida referente aos produtos fornecidos no Rio de Janeiro, pelo mercador Manuel Rodrigues dos Santos e Faria ao Marquês de Pombal, entre 29 de Dezembro de 1808 e 22 de Junho de 1811.
Possui um apontamento e assinatura autógrafa de Sebastião Francisco de Melo e Póvoas: "A divada do mercador he de Oitosentos e trinta e nove mil oito sentos e Vinte Reis//".
Informam António de Araújo de Azevedo que na data de hoje passavam uma procuração ao Tenente Coronel Antonio Marques da Costa Soares, negociante da Praça de Pernambuco, para receber de "Va. Exa." a herança que lhes deixou o Marquês de Pombal e para poderem pagar ao dito senhor a quantia de 1.648$ 754 reis que lhe deviam. Passavam também uma carta de Ordens ao dito Tenete-Coronel para ele poder apurar a dita herança e remeter aos autores o saldo da quanti acima referida e os movéis declarados na mesma carta. Pedem ao destinatário que faça a dita entrega ou pelo menos que efectue o pagamento da referida quantia.
Recibo da importância paga pela Casa do falecido Marquês de Pombal a Brás Martins Costa Passos.
Pede a António de Araújo de Azevedo que concorra para que à vista do Alvará de criação da Real Junta da Fazenda da Marinha nomeie o seu irmão, Carlos May, Capitão de Mar e Guerra, para Inspector do Arsenal em Lisboa, Deputado da mesma Junta e Inspector interino da mesma. Refere que de todos os oficiais existentes nos Arsenais do Rio de Janeiro e Lisboa, o seu irmão, é o mais graduado à excepção do Patrão-mor Francisco Laranja. Os senhores da Casa de Tancos, o Vice-Almirante Quintela e o Comendador e Conselheiro José Joaquim da Silva Freitas poderão reconhecer o justo valor deste oficial.
O autor, Consul geral no Havre participa a António de Araújo de Azevedo que Napoleão entrou no dia 21 em Paris, tendo sido aclamado pelas tropas. Luís XVIII já havia retirado na noite de 19 para 20. Continuará a desempenhar funções, para as quais foi nomeado em 23 de Julho de 1804, até que S.A.R. determine o contrário, tanto mais que Caumont, Agente provisório dos portugueses nomeado por Francisco José Maria de Brito, partiu como voluntário com um destacamento para Rouen, deixando vago o seu cargo. Recomenda-se à protecção do destinatário.
Por várias vezes tem procurado agradecer a [António de Araújo de Azevedo] pelo seu despacho, tentando também recolher informações sobre a Fábrica do Sabão. Roga ao destinatário que se compadeça dele porque há um ano que está em São Tomé cheio de despesas e prejuízos nas ?armações? de escravos, devido às apreensões feitas pelos ingleses e à Escuna que tem preparada para partir há dois meses. Roga ao destinatário que despache os requerimentos do A., sendo que no 1.º requeria 3 ou 4 varas de terras para montar a sua fábrica; no 2.º para poder servir de Procurador da Real Fazenda e Feitor da Alfândega na ausência do Coronel Graduado Raimundo José da Cunha Matos; o 3.º para mandar dar posse do regimento que foi promovido; o 4.º para poder circular dentro do arquipélago; e o 5.º, com documentos comprovativos da doença que o contagiou neste local, e que lhe permita passar para qualquer porto do Brasil com a sua famíla caso não melhore.
Informa da sua chegada a Macau, após uma longa e penosa viagem. Lamenta que após dois anos em uma Missão, que "fornecerá gloriozos assumptos para a Historia", e mais vinte anos de serviço Real esteja sem esperanças, conservando apenas incertezas que lhe fazem vacilar entre o merecimento eo descrédito pessoal. Informa que os despachos que promoveu na capital [do Rio de Janeiro] chegaram a tempo de tranquilizar esta colónia, que se vê ameaçada pelos actos dos opressores. Revela que os principais responsáveis por esta situação são os piratas e os governadores, mais precisamente o Ouvidor João Baptista Guimarães Peixoto que com os seus procedimentos colocou em causa a Magistratura e criou grandes dificuldades ao corpo mercantil, descredibilizando-o. Informa que Arriaga foi mais maltratado por Peixoto do que por Lucas José de Alvarenga, sem que para isso existissem motivos, o que fez levantar ódios públicos. Diz que os despachos foram logo postos em execução e Arriaga foi imediatamente nomeado, tendo Peixoto saído como prófugo do Império, mas foi retido em Cantão por um Comandante inglês por não ter pago a passagem. Diz-se que vai para a Índia onde pretende "mendigar" protecção e requerer novamente. Tudo faz acreditar o merecimento de Arriaga e a sinceridade dos que a reclamam, que se pudessem o nomeavam vitaliciamente. isto é o que o povo espera do destinatário. Pelo portador desta carta envia duas chaves que o autor levou por engano e as sementes dos Milindres de Pequim.
O autor, Juiz de Fora da Ilha do Pico, expõe as razões profissionais e pessoais pelas quais pretende ser transferido para o Faial, com o predicamento de Correição Ordinária, assim que terminar o triénio do atual detentor do cargo. Contudo, se se der o desmembramento da Âlfandega do Faial, tornando o lugar insignificante, pede o patrocínio do destinatário para obter o cargo de Juiz de Fora do Funchal ou o de Corregedor de São Miguel, ou na falta destes, um dos três de Angra: Juíz de Fora, Corregedor ou Provedor dos Resíduos, os quais acabam com pouca diferença de tempo do seu mandato. Lembra que todos os seus condiscípulos e colegas que foram, como o autor, requerer ao Rio de Janeiro foram bem despachados.
O autor agradece as provas de bondade e generosidade e relembra as promessas que [António de Araújo de Azevedo] lhe fez antes de sair da Corte. Informa-o de que está na posse do seu lugar [de Juiz de Fora da Ilha do Pico] e participa as suas atuais pretensões. Remete um Memorial onde justifica a sua vontade em mudar de "lugar". Assim, o seu procurador deverá ir ao encontro do destinatário. Agradece as recomendações que [o Desembargador] Manuel José de Arriaga fez ao destinatário em seu favor. O seu pai agradece ao destinatário o patrocínio dispensado.
Já tinha participado a António de Araújo de Azevedo o seu regresso ao Porto do Havre da Graça onde esperava ficar confirmado no exercício do Consulado [português], mas que com a Revolução de Março passado foi obrigado a retirar segunda vez daquele reino. Informa que uma vez que tudo voltou ao seu estado normal, prepara-se para regressar ao Havre e continuar a operar na sua casa de comércio. Suplica pela clemência de S.A.R. para lhe ser restituído o emprego de Cônsul Geral que entretanto havia sido atribuído a outra pessoa [Joaquim Barroso Pereira], e roga a António de Araújo que o proteja nesta pretensão.
O autor agradece as provas de bondade e generosidade e relembra as promessas que António de Araújo de Azevedo lhe fez antes do autor sair da Corte. Informa-o de que está na posse do seu lugar [de Juiz de Fora da Ilha do Pico] e participa as suas atuais pretensões. Remete um Memorial onde justifica a sua vontade em mudar de "lugar". Assim, o seu procurador deverá ir ao encontro do destinatário. Agradece as recomendações que [o Desembargador] Manuel José de Arriaga fez ao destinatário em seu favor. O seu pai agradece ao destinatário o patrocínio dispensado.
Solicita a proteção de António de Araújo de Azevedo, [Min. da Marinha e do Ultramar], para o requerimento de José Joaquim Pereira martins, Lente do Real Corpo de Guardas Marinhas, que não seguiu viagem para o Brasil juntamente com o Corpo da Academia de Marinha, conforme ordenava S.A.R., por ter sido vítima de uma injustiça de José Maria Dantas Pereira, chefe da referida Academia.
Em resposta à carta que António de Araújo lhe dirigiu no dia anterior, informa-o que não encontrou na Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda, os pareceres da Junta do Comércio sobre a fábrica de lanifícios que se pretende erguer na Vila de Moncorvo.
Acusa o Brigadeiro da vila de ter entregue, em seu nome pessoal, a António de Araújo de Azevedo toda a carga de cal que foi transportada no barco do autor e que na verdade pertencia a este. Refere que tal atitude foi apenas para o referido Brigadeiro ter ocasião de prestar serviços a "V. Exm.ma".
O autor, Capitão da Galera Divina Providencia, acusa o transporte do Faial para o Rio de Janeiro, a mando de José Francisco de Medeiros, de um barril de quatro por pipa de vinho seco e um ancorote de oito por pipa de Andaia, para entregar a António de Araújo de Azevedo, Grã-Cruz da Ordem de Cristo, do Conselho de Estado, e estando este ausente ao Coronel Manuel José da Costa.
O autor agradece a António de Araújo de Azevedo a proteção prestada para a nomeação do seu filho José Francisco de Medeiros, para Juiz de Fora da Ilha do Pico. Oferece um barril de vinho do Pico e outro de licor Andaia, os quais seguem na Galera Divina Providência, conforme o conhecimento incluso. Deseja que o seu filho seja nomeado para Juiz de Fora do Faial, em substituição do Desembargador João Manuel Berquó que está a terminar a sua comissão, visto que esta situação permitir-lhe-ia reduzir as muitas despesas que atualmente tem no Pico. Pede a proteção do destinatário para os requerimentos que o Tenente-coronel Manuel José da Costa ou Manuel Gonçalves Duarte farão em favor da pretensão do seu filho.
Recomenda à benevolência do destinatário Mr. Potter, um dos mais hábeis lapidários de Paris que pretende estabelecer-se nessa capital [do Rio de Janeiro].
Informa o amigo Conde da Barca do estado em que se encontra o negócio, queixa-se que a falta de instruções mais amplas pouco tempo lhe deixa para escrever. Informa da rápida viagem que fez a Paris tendo passado por Frankfurt onde se encontrou com Mr. d'Humboldt e com um conselheiro da legação prussiana. Contudo, não pôde demorar-se em algumas cidades da Alemanha conforme desejava. Fala do seu regresso a Viena e da ansiedade da Arquiduquesa para saber do seu regresso. Defende que esta aliança trará grandes vantagens, mas que a passagem por mar da Arquiduquesa torna dificíl a negociação, tendo Navarro assumido um papel importante nesta negociação e que muito se deve a ele. O imperador desejava que Navarro residisse nesta corte como Ministro português, o que foi recusado pelo próprio, por já estar outra pessoa nomeada. Informa que depois de Navarro, foi o Conselheiro de Estado Hudelist quem mais concorreu para o feliz resultado das negociações, devendo pois receber uma comenda além dos presentes que advêm do Tratado e do Acto de entrega. Sugere uma Grã-Cruz para Metternich e uma troca de de Ordem entre o nosso soberano e o Imperador. Recomenda o envio imediato da Ordem de Santa Isabel à Arquiduquesa, à imperatriz e à Princesa de Metternich. Remete ao Marquês de Aguiar a relação dos presentes que há a fazer aqui no acto de entrega. Acha que consegue fazer em Viena uma festa mais sumptuosa e mais barata do que aquela que fez o Embaixador da Baviera. Refere-se aos preparativos para encontrar casa nova e aos comentários que circulam na Corte austríaca sobre a expedição militar que saíu do Rio de Janeiro para o Rio Grande. Expede hoje o Tratado matrimonial do Príncipe D. Pedro, esperando que agrade ao nosso amo. Pede ao destinatário que intervenha junto de Marquês de Aguiar para que tudo corra bem com os presentes. Refere-se ao negócio de Lebzeltern, que já havia referido em um dos ofícios.
Diz ao amigo Conde da Barca que ele tem razões para estar feliz com o resultado da comissão que foi dada ao autor e a Navarro. Diz que a Arquiduquesa tem todas as qualidades para concorrer para a felicidade do Príncipe e que as vantagens desta aliança são sobejamente conhecidas pelo destinatário que o autor nem as precisa de mencionar. Refere-se às negociações, como algo que tem a ser efectuado com calma para evitar qualquer comprometimento, principalmente da parte da imperatriz. Fala dos motivos que retardão a partir do Conde de Eltz, nomeado Embaixador Extraordinário da Aústria no Brasil. Informa que com ele irão seis ou oito naturalistas, para além das pessoas adidas à Embaixada. Com a arquiduquesa irá o seu bibliotecário e Mineralogista, que vai devidamente prepaprado para o trabalho. Sugere que se receba com distinção o Conde de Bellegarde, camarista do Imperador, encarregue de enviar para a Aústria informações sobre a Infanta D. Isabel. Agradar-lhe-ia que o casamento se realizasse no dia de anos de [D. João]. Lamenta que a ratificação do tratado matrimonial não tenha chegado antes de 13 de Maio. Refere-se à festa que se promoverá. É provável que para além do Mineralogista passe para o Brasil outros sujeitos utéis conforme lhe comunicou o Imperador.
Descrição de três espécies de argila. Comentários sobre a produção de aguardente.
Recomenda à protecção [do Conde da Barca] o portador da carta, Monsieur Carré.
Aproveita a ida de Luís Joaquim da Cruz, que daí trouxe as 2.ª vias dos despachos relativos à Aliança, e que sendo o último a sair foi o primeiro aqui, demosntrando ser cumpridor. Acha que se devia tirar partido dos seus desejos em estar no Real serviço. Queixa-se que ainda não receber nada da administração de Londres, mas que vai colmatando esta lacuna com os fundos que pediu que lhe enviassem de casa e que no fim do corrente mês parte para Viena. Devendo ir desembarcar no Porto de Liorne, de onde a Arquiduquesa partirá para o Brasil. Pergunta ao destinatário se não lhe é permitido fazer uma digressão por Itália depois do embarque estar concluído. Recebeu o Conde de Hogendorp, Ajudante de Ordens de Bonaparte, indicado por Brito, e que pretende ser recomendado às pessoas do brasil e ali passar o fim dos seus dias.
O autor, Estribeiro Mor, recomenda á protecção do Conde da Barca o Conde de Hogendorp, "que V. Exa. conheceo em St. Petersbourg", que não tem utra pretensão senão viver em perfeita tranquilidade. O autor, diz que apesar do recomendado ter servido durante muito tempo a Bonaparte recearia não ser bem recebido, mas que a franqueza do seu carácer será suficiente para ser bem visto na Corte. Aconselha os conhecimentos de Hogendorp ao nível da Administração colonial, apesar de ele não ter quaisquer pretensões a não ser viver em perfeita tranquilidade.
O autor, Cavaleiro Luigi dell'Hoste, na sequência da conversa mantida com o Conde da Barca, sugere Hamburgo como localidade propícia para o recrutamento de imigrantes para o Brasil em troca do envio de produtos originários deste país para a Europa. Sugere que aos colonos fosse dada propriedade suficiente para viver "num dos mais belos países da creação". O pagamento do transporte de trezentos colonos seria efetuado com o envio para Hamburgo de quatro grandes navios, de três em três meses, carregados de produtos como madeiras, tintas, café e açucar. De outro modo o custo do transporte de cada colono seria de mil francos.
O autor, Presidente da Junta do Comércio [de Antuérpia] e da Pilotagem do Rio Scalda, oferece os seus préstimos a António de Araújo de Azevedo, "Ministro do despacho para os Negócios Estrangeiros da Guerra", para o cargo de Cônsul Português em Antuérpia.
O Conde de Hédouville, Par de França, recomenda o músico Mr. Neukomm, Cavaleiro da Ordem de St. Vladimir, nascido em Salzburgo, Aluno de Haydn, que pretende exercer o seu talento no Brasil. Foi mestre de Capela na Rússia e o ano passado compôs a música do serviço fúnebre que o Príncipe de Talleyrand fez celebrar em Viena em memória do infortúnio de Luís XVI. Comenta o estado da França depois das loucuras de Napoleão, defendendo que agora poderá contribuir para restabelecer uma nova ordem política na Europa. Refere-se à sua família, ao seu cargo, e ao exílio de Bonaparte para Santa Helena. O desejo do Conde d' Araújo em regressar a Portugal, à sua paixão pela literatura e artes. Convida o destinatário a fazer uma viagem a Paris.
O autor há dois meses teve a honra de escrever a Araújo a recomendar o músico Neukomm, um dos mais célebres da Alemanha, que parte para o Brasil e sobre quem Madame Dimitri Nariskin muito se interessa. Informa que o músico e tardou a sua partida para, assim, poder viajar com o Duque de Luxemburgo. Recomenda o portador da carta, Mr. D'Arblai de V. Mars que acompanha o Duque na sua Embaixada, por desejo do Duque de Richelieu, Ministro da Presidência do Conselho de Ministros. O portador esteve ao seu serviço quando o autor estava na Legação de São Petersburgo e que depois do regresso daquele a Paris esteve empregado como tradutor nos Negócios Estrangeiros, tendo acopanhado do Príncipe de Talleyrand ao Congresso de Viena. Tece comentários sobre a situação política em França. Em Ps. Diz que solicitou a V. Mars que lhe comunique algumas qualidades de plantas indígenas do Brasil que possam ser cultivadas em França.
Felicita António de Araújo de Azevedo pela sua nomeação para Ministro da Marinha e Domínios Ultramarinos, "sabia escolha de Sua Alteza Real". Pede que o honre com ordens e preceitos para mostrar com a execuçã dos mesmos o profundo respeito e veneração.
O autor, Sebastião Pinto de Araújo Correia, [Marechal de Campo], [Ajudante General Comandante da Divisão de Vanguarda dos Voluntários Reais], acusa a receção da carta de 24 de Janeiro onde constatou que o primo Conde da Barca tem passado sem incómodos. Informa que se mantem nesta Praça onde o General instalou também o seu Quartel General e que tudo passava bem se as forças inimigas não cometessem diariamente horrores com os habitante pacíficos da campanha.
O autor, [Marechal de Campo], [Ajudante General Comandante da Divisão de Vanguarda dos Voluntários reais d'El-Rei], pede ao primo Conde da Barca que beije por si a mão de Sua Majestade e que apresente as suas felicitações pela entrada das tropas portuguesas na Praça de Montevideo no passado dia 20 de Janeiro. Fala na opressão que as populações locais são vítimas e da anexação deste território aos domínios portugueses. Informa que o General Carlos Frederico Lecor, [Tenente-General e Comandante em Chefe da Divisão], escrever-lhe-á mais detalhadamente. Reserva para outra altura o assunto relativo aos arranjos de sua casa.
Informa o Tenente-General Carlos Frederico Lecor dos confrontos registados com o corpo inimigo de Frutuoso Ribeiro no Campo da India Morta, no dia 19 de Novembro de 1816. Possui a relação dos mortos e feridos em combate.
Felicita os companheiros de armas pela vitória na ação de 19 de Novembro de 1816, no Campo da India Morta, frente ao exército inimigo de Frutuoso Ribeiro.
Apesar de já ter escrito em outras ocasiões, recomenda à protecção de António de Araújo o Reverendo Cónego Arcipreste Romualdo de Sousa Coelho que se desloca à Corte [do Rio de Janeiro] para em nome do seu prelado felicitar S.M. pela exltação ao trono. Repete que este capitania atravessa momentos dificéis devido ao governo irregular, cujo poder foi usurpado por um dos membros que o compõe e que tem sido despótico para o povo local. Roga ao destinatário para que seja o protector do povo paranaense e que interceda junto de S.A.R. a fim de ser enviado um General ou menos um Ouvidor, para acabar com o despotismo. Informa que após a sua chegada tentou construir um Bergantim, a que deu o nome de "Conde da Barca", e tendo previsto deitá-lo ao marem Setembro, foram-lhe retirados todos os carpinteiros que ali trabalhavam com o falso pretexto de nem trabalhar para uma Escuna de Sua Majestade que nunca mais tem fim. Caso semelhente a outro em que os empregados públicos só se preocupam em atrasar e destruir tudo. Esta situação contradiz a recomendação de S. M. de construção de vazos e navegação. Pede ao destinatário que como está encarregue da repartição [da Marinha e do Ultramar] envie as suas ordens para acabar com os "despotismos occazionadores do atrazo da nossa navegação e comércio local".
Solicita a António de Araújo de Azevedo informações biográficas para a organização de uma "História dos Conselheiros e Ministros d' Estado de Portugal".
Informa que pelo último paquete que saiu de Falmouth remeteu, juntamente com a sua, uma carta de Joaquim Lobo. Pede ao destinatário que atenda ao seus pedidos. Comenta a nomeação [para a Corte do rio de Janeiro] do Duque do Luxemburgo, portador desta carta. Aguarda ansiosamente pela chegada do próximo paquete vindo do Rio de Janeiro que, certamente, trará ordens para o seu destino. Entretanto vai aumentando a sua colecção de livros e pinturas. Aconselha o governo português a encarregar os Ministros residentes em Paris e em Haia de aproveitarema ocasião para adquirirem excelentes painéis que ultimamente têm sido postos à venda por preços bastante acessivéis e que permitiriam formar uma boa colecção. Aconselha à formação em Portugal de escolas primárias segundo ométodo de Belo e Lancaster, que muito prosperam em Paris. Alegra-se pelas notícias da saúde do destinatário que tem recebido por Manuel Luís. Em P.s. de 29 de Fevereiro, informa que a demora na partida do Duque do Luxemburgo deu lugar à receção de duas notícias vindas da Corte: a lei de 16 de Dezembro e a mercê [do título de Conde da Barca] atribuída ao destinatário Brito escrever-lhe-á a informar sobre a mssão do Duque do Luxemburgo que ao que parece seria a de pedir a mão de D. Maria Teresa em casamento para o Duque de Berry, o que ficou desfeito com a notícia da senhora ser pedida "para o Pay do noivo que lhe querião dar". Apesar de não ter quaisquer informações, presume que Navarro vai para onde deseja.
Recomenda à protecção do destinatário o portador da carta, Monsieur de Saint Lambert, hábil mineralogista, que passará a esses estados em companhia do Duque do Luxemburgo, e que pretende desempenhar as suas funções nesse país "ainda tão pouco explorado". Para tal, deseja um Patrono que o auxilie nas suas indagações.
Recomenda à protecção do destinatário, e a pedido de S.A.S. a Duquesa de Curlandia, o portador da carta Monsieur Neukomm, compositor de música, que se dirige para essa Corte [do Rio de Janeiro].
Teve a maior satisfação em saber do restabelecimento da saúde do destinatário e que já lhe permite ocupar-se no serviço real. Fala no Ofício que enviou ao Marquês de Aguiar, e que assim dá por terminada a negociação. Lamenta ter encontrado obstáculos imprevistos que fizeram com que se tornasse impossível. Pede ao destinatário que leia o mesmo ofício para se inteirar no negócio em que anda incumbido Rodrigo Navarro e que estando próxima nova guerra entre a Rússia e a Turquia, ficará Navarro sem ocupação. Defende que, pelo seu merecimento e préstimo, ele seja empregado em alguma das missões que não estão providas. Informa que em breve parte para Lisboa, via Londres, onde ficará a aguardar por ordens régias. Lamenta, no entanto, ter de deixar a carreira em que o destinatário o lançou sem ter conseguido alcançar os objectivos. remete duas cartas, sendo uma delas do mrechal Conde de Niomernil. Em P.s. envia recomendações de Joaquim Lobo.
Acusa a receção da carta datada de 15 de Junho e informa que soube pela mesma altura da notícia da moléstia do amigo [António de Araújo de Azevedo]. Refere-se à pretensão de alguns artistas franceses em estabelecerem-se no Brasil, conforme foi comunicado ao Marquês de Aguiar pelo Brito. Defende que a época é muito propícia para proceder a uma escolha dos mesmos. No entanto, e enquanto não se sabe da decisão do governo português, acha que se deveria permitir a viagem àqueles que a pudessem fazer com os próprios meios, como é o caso do pintor Taunay, membro do Instituto, e que leva em sua companhia três filhos, sendo um deles boticário e bom químico e outro bom em metalurgia. Lamenta que não exista um representante do governo português presente nos leilões de pinturas, estátuas, vasos antigos e livraris que têm sido realizados em Paris, e onde se podem adquirir excelentes obras que certamente dariam prestígio à Nação. Aguarda pelo restabelecimento da saúde do dest.. Em P.s. recomenda-se a Manuel Luís e ao Freitas. Pede protecção para o portador da carta.
Soube pelo Secretário do Conde de Palmela que Luís Rafael Soyé partirá em breve para essa Corte e por isso recomenda-o à protecção do destinatário. Solicita-lhe que interceda a favor de Rodrigo Navarro de Andrade para que ele seja nomeado para a Missão de São Petersburgo, de onde António de Saldanha da Gama está prestes a partir, ou para as da Sardenha ou Nápoles, onde o mesmo é muito bem considerado. Marialva diz que, estando as negociações do Tratado de Comércio e Navegação com a ?Porta? emperrados e com o fim anunciado do Congresso de Viena, não quererá "V. Exa. [...] tanto seu amigo, tendo-o lançado na Carreira [diplomática], não dezejará que elle vá passar os seus dias nas terras do Emputados". Aguarda por notícias do restabelecimento do destinatário.
O autor, Estribeiro Mor, antes de deixar Viena, quer informar [António de Araújo de Azevedo] da chegada do "bom amigo Brito" no dia 21, após pequenos contratempos. Diz que a sua aparição era necessária não só para "desvanecer alguma poeira" mas também para recolher informação para poder conduzir melhor a sua missão junto de Luís XVIII. Comenta a prestação da delegação portuguesa no Congresso, que estando em circunstâncias dificéis tem tirado o melhor partido em favor do soberano português. A sua demora em partir para o Quartel General deve-se ao facto do Ministério austríaco se recusar em dar passaportes sem antes saber a localização definitiva do mesmo Quartel. No entanto, partirá para Estugarda e dali para onde estiverem reunidos os três soberanos. Comenta o brilhante princípio da Campanha e espera ver brevemente os exércitos aliados, pela segunda vez, em Paris. Envia, neste momento, um Ofício ao Marquês de Aguiar.
Comenta as divergências existentes na família real francesa devido à nomeação de Touché e talleyrand para o Ministério. Refere-se ao divórcio de Talleyrand. As demais notícias que forem surgindo serão enviadas para a Corte portuguesa através do amigo Brito. Refere-se aos seus Ofícios sobre a Aliança cm A Rússia, para a qual contava com a ajuda ferecida por António de Saldanha [da Gama]. O Conde de Palmela, que está em Paris, aconselhou Joaquim Lobo a se dirigir também para esta capital, onde poderão ocorrer algumas negociações, ficando esta viagem suspensa até que este obtivesse um parecer favorável do autor. Acha que, no entanto, seria precoceJoaquim Lobo empreender a viagem porque não existem garantias de que se efectuarão novas negociações visto que o Príncipe de Metternich nada lhe comunicou neste sentido. Refere-se a Navarro como "hum dos homens mais honrados" que tem encontrado e que está muito stisfeito com a sua companhia. Fala sobre o encontro de apresentação que teve com a família real francesa e do aparecimento do Duque de Ângouleme em Paris, contrariando assim a sua fama de revoltoso. Circulam rumores que Luciano Bonaparte foi preso pelo Rei da Sadenha; que Murat foi preso em França; que Labedoyére será julgado em Conselho de Guerra por ter atraiçoado Luís XVIII. Palmela escreverá a dar parte de um Tratado que se está a aprontar entre algumas potências e a Inglaterra e que tem por objecto o próximo desterro de [Napoleão] Bonaparte.
Acusa a receção da carta de 18 de Maio. Recomenda [Lourenço] Westin [Agente diplomático da Suécia na Corte do Rio de Janeiro], à proteção de "Le Comte d' Araújo", [Min. da Marinha e do Ultramar], visto que o Rei [sueco, Carlos XIII, 1809-1819], atendendo aos bons serviços de westin, deu-lhe permissão para permanecer no Rio de Janeiro. Refere a importância dos conhecimentos de Westin para a estabilização das relações comerciais entre a Suécia e o Brasil.
Demonstra a sua preocupação com o estado de saúde do destinatário depois do "violento" ataque de moléstia. Recorda o tempo em que viveu e dirigiu a casa do destinatário durante os quatro anos de Haia e que até o seu filho único lá nasceu. Recorre ao destinatário, benfeitor de muitos, para que proteja o seu marido, antigo servidor do destinatário, que se encontra em Lisboa. Depois que o mesmo partiu daqui em 1802 para a Rússia, a autora nunca mais o viu. Desejava que ele tivesse acompanhado o destinatário para o Brasil em vez de ter permanecido em Portugal, de onde nunca mais conseguiu remeter qualquer soma de dinheiro. Não tem meios para acorrer as necessidades do seu filho de 17 anos. Todos os seus meios diminuiram depois da presença dos franceses.
Comunica ao tio [António de Araújo de Azevedo], [Enviado Extraordinário nos Países Baixos], que já ajustou o casamento da sua filha única e herdeira maria Angelina com o primo Damião Pereira, filho de Gonçalo Pereira e de D. Inês Correia de Lencastre.
Agradece as provas de amizade e bondade prestadas. Apresenta os motivos que presidem à renúncia do seu ofício. Pretende juntar-se à mulher e ao filho depois de tanto tempo de separação.
Informa que fez dez anos no dia 13 de Setembro que António de Araújo e o seu marido partiram. Refere-se à triste situação do seu marido desde que António de Araújo, seu mestre, partiu para o Brasil. Nada sabe dele desde 1810. Pede ao destinatário que fale a Mr. e Madame Pinheiro para que estes deêm novidades à autora acerca da dívida relativa à sua estadia em casa da autora nos anos de 1808 e 1809, quando regressavam de Berlim.
Informa que os herdeiros do desenhador Moreau, ao saberem da partida para essa capital, de alguns artistas julgaram que aí também se achariam pessoas interessadas em comprar a colecção de Desenhos e estampas do mesmo. O autor remete, por isso, a referida notícia e indica os três primeiros artigos da lista como os melhores e mais dignos de figurarem numa livraria real. Apesar dos preços serem exorbitantes é possível que possam sofrer uma ligeira diminuição. Acaba de receber uma carta de Joaquim Lobo, na qual pede-lhe que o recomende ao Conde da Barca.
Acusa a receção da carta de 26 de Abril e pela escrita apercebe-se que o destinatário ainda não está completamente recomposto, o que espera que aconteça em breve para "continuar a empregar-se no serviço do Estado, a que tem sido tão util". Sente muito a infelicidade de Mr. Ovide, que o Conde da Barca lhe comunicou. Comenta a imigração francesa e alemã para o Brasil, sustentando que todos veêm nele um "verdadeiro Eldorado". Não comenta outras notícias, porque disso se encarregará o amigo Brito. Em P.s. de 3 de Julho, acusa a receção dos Despachos que vierão pelo Cruz e diz que das três plantas de jardim, duas já estão tomadas. Informa que enviará por prevenção, o Catálogo das plantas do jardim Botânico de Dresden e de Munieli onde pensa existirem plantas muito raras.
Acusa o Cônsul Britânico de violar a lei, estabelecendo na sua residência uma outra administração dos correios à revelia dos interesses da população da ilha da Madeira.
O autor, pede ao Conde da Barca, "que actualmente Dirige os Negocios Publicos", proteção para o requerimento incluso onde suplica a efetividade do Posto de Coronel de Infantaria do qual já tem graduação há seis anos, embora continue no exercício de Ajudante de Ordens do Governo da Baía.
A Princesa Irene Dolgorouky, escreve a [António de Araújo] para testemunhar a imutabilidade dos seus sentimentos. Não comenta nenhuma novidade política porque presume que o destinatário as conhecerá melhor que ela. Com o governo de um Imperador em Paris, a autora e outros habitantes do norte não fazem mais do que saltitar de um lado para outro até ao momento em que serão obrigados a partir. Esperava rever o destinatário em [São] Petersburgo, mas como é impossível, acredita que a nomeação de Mr. de Sousa foi acertada, porque ele é homem de bom senso e honesto. Despede-se com "Amour est trop tendre, amitié trop banal".