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Content and structure
Scope and content
Esta colecção é constituída por manuscritos de dois tipos distintos: os que assumem as características de espécies de biblioteca (unidade bibliográfica, contendo texto ou obra, científica ou literária de conteúdo unitário e que constitui uma unidade independente), e os que são claramente documentos de arquivo (produzidos, recebidos e conservados por uma instituição ou pessoa no exercício das suas competências ou funções).Estes manuscritos constituem-se mais frequentemente em: - livros manuscritos (códices que apresentam uma unidade física e intelectual; entendido como produto intelectual de um autor, organizado de forma estruturada, clara e inteligível); - códices factícios (constituídos por conjuntos de documentos originariamente independentes, mas fisicamente reunidos numa mesma encadernação, sendo frequentemente compostos por documentos de arquivo descontextualizados e reunidos numa fase posterior à sua produção, por razões alheias ao seu processo de formação e obedecendo por vezes a critérios de agregação pouco coerentes); - miscelâneas ("códices" constituídos por vários textos, com ou sem ligação temática entre si).O primeiro conjunto é o mais vasto em número de volumes sendo de diversos géneros literários e sobre os mais diversificados assuntos e temas. É importante referir que apesar de isoladamente, unidade a unidade, poderem ser descritas como unidades bibliográficas, são em última análise unidades arquivísticas porque originalmente faziam parte dos processos de requerimento para obtenção de licença para impressão, série integrante do fundo Real Mesa Censória, da qual foram desintegrados. Da mesma proveniência e tendo sofrido as mesmas vicissitudes, são os catálogos de livrarias particulares, quer de indivíduos, quer de instituições religiosas, e as listas de livros proibidos pela Real Mesa Censória.Um número muito significativo são obras de carácter eclesiástico e de vivência religiosa: regras e constituições de ordens religiosas, direito canónico, sermões, orações, vidas de santos, crónicas conventuais, etc. São também muitas as obras de poesia , e peças de teatro (tragédias e comédias), textos apologéticos em a defesa de algo ou de alguém, obras sobre o direito, leis e justiça, e filosofia. Menos frequentes são os textos de carácter técnico e científico, encontrando-se algumas obras de medicina. Em maior número surgem os livros relacionados com o ensino, textos didácticos em especial sobre aritmética, português, ortografia, gramática. Neste âmbito não faltam os dicionários e alguns estudos sobre línguas estrangeiras.A história, a genealogia, a heráldica, as biografias e memórias, e as crónicas, são temas muito frequentes entre estes manuscritos, a par de alguns romances , alguma literatura de viagens, e alguns raros exemplos de autores clássicos gregos e latinos. Já os volumes dedicados à economia, ao comércio e à industria existem em pequena quantidade.O segundo conjunto de dimensão mais reduzida em número de volumes (c. 300 vol.) tem uma descrição sumária, muitos deles intitulados de miscelâneas, sem pormenorização ou informação genérica do conteúdo. Neste conjunto encontra-se muita correspondência de carácter diplomático, sendo possível indicar os nomes de D. Luís da Cunha, José da Cunha Brochado, Diogo de Mendonça Corte Real, D. João de Cosme da Cunha e Távora (Cardeal da Cunha), Marquês de Abrantes (?), Pedro da Costa de Almeida Salema, D. João Xavier Telles de Castro (Conde de Unhão), Marco António de Azevedo Coutinho.Existe também alguma documentação relativa ao governo e administração do reino, como despachos dirigidos ao Conde de Oeiras, ou cartas dos governadores da província do Alentejo a D. João IV, e do período filipino, e sobre a administração de territórios ultramarinos, em especial o volume do Orçamento do Estado da Índia, datado de 1574. Há documentação referente a questões de política interna, como sejam o abandono da regência por parte de D. Catarina, ou a deposição de D. Afonso VI.Em relação aos cartórios conventuais é notória a presença, nesta colecção, de copiadores de correspondência, livros de capítulos gerais, registo de entrada de noviços, inventários de bens, registos de óbitos, de receita e despesa, compromissos e estatutos de confrarias e irmandades.Dos documentos recolhidos, copiados e compilados pelo Visconde de Santarém, é de referir que abrangem um vasto período da história de Portugal, incidindo nas suas relações diplomáticas com as nações europeias, no tocante ao ambiente político-diplomático europeu, e às questões dos territórios ultramarinos. Existem também, da mão do visconde de Santarém, documentos preparatórios das suas obras sobre política, diplomática e direito português.
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