Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas
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Identification
Description level
Fonds
Reference code
PT/TT/MSMSC
Title
Mosteiro de Santa Maria de Seiça
Title type
Atribuído
Holding entity
Arquivo Nacional Torre do Tombo
Initial date
1175
Final date
1824
Dimension and support
2 liv., 4 mç.; papel, perg.
Context
Biography or history
O Mosteiro de Santa Maria de Seiça era masculino e pertencia à Ordem de Cister.Teve origem numa pequena comunidade de eremitas ou monges já existente em 1175, ano em que D. Afonso Henriques lhe outorgou carta de couto. Este rei foi o fundador de Seiça, enquanto doador do domínio inicial do mosteiro, mas foi D. Sancho I que mandou construir a abadia e introduziu os monges do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça na comunidade, a partir de 1 de Março de 1195, data da doação do Mosteiro ao abade de Alcobaça, D. Mendo.No "Catálogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros que havia nos reinos de Portugal e Algarves, pelos anos de 1320 e 1321" surge taxado em 550 libras, e pertencendo ao bispado de Coimbra. No início do século XVI, o beneditino D. João Chanones, monge originário de Montserrat e reformador dos cistercienses em Portugal, foi abade comendatário de Seiça. Por ocasião da visita do abade de Claraval, em 1532, havia no mosteiro dezasseis monges e dois conversos pertencentes à comunidade de Seiça e onze monges e cinco conversos de Alcobaça, que tinham sido enviados no início da reforma da sua abadia. Em 1532, Seiça não era uma abadia de costumes decadentes, situação confirmada pelo facto de esta ter sido uma das casas a que os monges aragoneses se dirigiram em busca de apoio para reformar as abadias masculinas consideradas relaxadas. De Seiça os visitadores aragoneses enviaram monges para os Mosteiros de São Cristóvão de Lafões, de Santa Maria de Aguiar e de São Pedro das Águias. Não obstante a regularidade em que a comunidade vivia, a 26 de Maio de 1555, por bula de Paulo VI, o Mosteiro de Seiça foi extinto e os seus rendimentos e dependências aplicados à Ordem de Cristo, que tomou posse dos bens, a 20 de Junho de 1556. Em 1557, com a morte de D. João III e, principalmente, com a bula "Hodie a nobis emanarunt littere" do papa Pio IV, dada em Roma, a 22 de Janeiro de 1560, os abades de Cister, veriam os seus intentos satisfeitos, pois foram anuladas as que extinguiam os Mosteiros de Seiça e de São João de Tarouca, e aplicavam as suas rendas ao Mosteiro de Nossa Senhora da Luz (da Ordem de Cristo) e ao Colégio de São Bernardo de Coimbra. Esta bula confirmava ainda a separação de alguns bens do Mosteiro de Seiça a favor da Ordem de Cristo, e restituía aos abades de Seiça a sua antiga dignidade passando a ser eleitos em capítulo provincial. Em 1564, foi eleito frei Pedro de Rio Maior.Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo. Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.Localização / Freguesia: Paião (Figueira da Foz, Coimbra)
Custodial history
Em 1912, os dois livros do Mosteiro de Santa Maria de Seiça, que se encontravam na Biblioteca Nacional, foram enviados pela Inspecção das Bibliotecas e Arquivos para a Torre do Tombo.Ainda não é conhecida a história custodial de documentação em maços.Parte da documentação esteve integrada na designada Colecção Especial. Entre os anos de 1938 e 1990, sempre que possível e considerando a sua proveniência, a documentação foi reintegrada nos fundos, numa tentativa de reconstituição dos cartórios de origem. Estes documentos foram ordenados cronologicamente, constituídos maços com cerca de 40 documentos, aos quais foi dada uma numeração sequencial.Em Outubro de 1998, foi decidido abandonar a arrumação geográfica por nome das localidades onde se situavam os conventos ou mosteiros, para adoptar a agregação dos fundos por ordens religiosas.
Acquisition information
Em 2020, a 3 de fevereiro, os documentos n.º 2, 3 e 4 do maço 4 foram adquiridos por compra a Mário Rui dos Reis Ferreira, de acordo com a informação DTTDA-I-2020-00016 e DTTDA-I-2020-003425.Em 2020, a 11 de novembro, os documentos n.º 1, 5, 6, 7 do maço 4 foram adquiridos por compra a Mário Rui dos Reis Ferreira, de acordo com a informação DTTDA-I-2020-004351.
Content and structure
Scope and content
Contém os breves dos papas Paulo III e Clemente VIII, as bulas "Religiosam uitam"do papa Honório III, " Non absque dolore" de Gregório IX, "Cum a nobis petitur"de Inocêncio IV, "Cum nuper duxcimus" de Inocêncio IV, "Cum olim felicis" de Alexandre IV, "Et si quibus libet" de Clemente V, "Attenta meditatione pensantes" de Clemente VI, "Religiones zelus" de Sisto IV, "Conquestus est nobis", "Sua nobis" de Alexandre VI, "Ex nunc vobis" de Pio IV, "Hodie a nobis emanarunt littere" e "Sua nobis" de Alexandre VII.. Contém também cartas de admissão (de D. Pedro I na irmandade da Ordem de Cister, em recompensa pelos benefícios concedidos ao Mosteiro de Alcobaça e a toda a Ordem), cartas de aforamento, de arrendamento, de atestação de confirmação, de composições amigáveis (inclui a celebrada com D. Egas sobre as dízimas e décimas, a celebrada com o Mestre da Ordem do Templo, sobre a abertura das águas em Migalhó, a celebrada com o Cabido da Sé de Coimbra sobre as colheitas pertencentes à igreja de Tentúgal, a realizada com os moradores da vila de Terra Nova e Pedro Álvares, procurador do infante D. Duarte, sobre o foral desta vila), cartas de compra e venda, de confirmação (da doação de D. Dinis do padroado da Igreja de Santa Maria de Tentúgal, do escambo dos padroados das igrejas de Santa Maria de Samuel e de Santa Maria de Tentúgal), cartas de couto, de doação, de emprazamento, de escambo, de foral (dado aos habitantes da Vila de Terra Nova, anteriormente chamada vila de Santa Maria), de foro, cédulas, cópias de cartas (de venda, testamento, doação), uma indulgência, um instrumento de agravo e um outro de posse, mandados, mercês, privilégios (protecção régia e isenção de portagem pela barca do transporte de madeiras e linhos de Seiça até Coimbra), procurações, provisões, quitações (inclui a dada pelo Colégio da Câmara Apostólica de Roma), renúncia e emprazamento, sentenças (inclui a sentença apostólica de anexação das igrejas de Pombalinho e Carnide de 1498), o testamento de Maria Boa e seu filho D. Pedro, traslados (de cartas de aforamento, composições amigáveis, privilégios, bulas, vendas), entre outros.A documentação menciona bens situados nos lugares e termos de Abelha, Alcaidaria (Azóia), Alqueidão da Barra, Azambujeira da Roda, Barra e Abitueira (Montemor-o-Velho), Barril, Bezerreiro, Borralha, Campo do Mondego e Anços (Porta da Lezíria), Casal de Figueiró, Coles (Montemor-o-Velho), Corte das Cabras, Costa do Abade, Couto da Barra, Ferretosa (Rabaçal), Foz de Linhares, Gesteira, Igalhó (Vila Nova de Anços), Migalhó, Migalhoa, Milharada, Olival (Montemor-o-Velho), Paião (Figueira da Foz), Painça (Azóia), Palhais, Paul da Calçada, Paul de Arriaga, Pedra da Arca (Azóia), Peralva, Quinta da Amieira (Montemor-o-Velho), Quinta de Montejunto (Cadaval), Quinta de Monsino, Redinha (Rabaçal), Santa Eufémia (Coimbra), Santarém, Tapeus (Rabaçal), Tentúgal, Terra Nova e Velha (Figueira da foz), Vale de Acenha, Verride (Montemor-o-Velho) e Vila Franca (Coimbra).A documentação refere Mendo Gonçalves, Toda Pais, D. Emérico, frei João, frei Pedro de Bovio, D. João de Ornelas, frei Lourenço, frei Aparício, frei Álvaro de Soure, Vasco Porto, Vasco Gil, D. Luís Coutinho, Vasco Martins de Rebelo, D. Manuel de Santo António, Pedro Couceiro, Fernão Vaz de Caminha, D. Jorge de Almeida, frei Simão de Azurara, cardeal D. Henrique, os abades de Alcobaça (D. Mendo), de Antealtaira de Compostela, dos Mosteiros de Santa Maria de Seiça, Santa Maria de Tamares, e de São Paulo (extramuros de Coimbra), o alcaide de Montemor-o-Velho, a Alfândega da Figueira da Foz, o almoxarife do pescado de Lisboa, os alvazis de Montemor-o-Velho, o arcediago da Guarda, os bispos de Coimbra, o chanceler e conselheiro (Álvaro Fernandes). Refere também as cidades, vilas e lugares da Aldeia do Carvalhal, Almeirim, Arruda, Avinhão, Buarcos, Castelgandolfo, Cervieiros, Cister, Coimbra, Évora, Figueiró, Gardie, Guarda, Leão, Leiria, Lisboa, Montemor-o-Velho, Ourém, Penela, Pombal, Rabaçal, Redinha, Roma, Santarém, Santo António, São Martinho de Montemor-o-Velho, Soure, e Valhelhas. A documentação refere ainda, a Comarca da Estremadura, a Confraria do Santíssimo Sacramento, o Conselho da Fazenda, o deão de Lisboa, o deão, capelão e chantre da Sé de Coimbra, a ermida de Santa Maria-a-Velha (da diocese de Coimbra pertencente ao mosteiro de Seiça), a igreja de Gesteira, os juízes de Montemor-o-Velho, dos órfãos de Montemor, de fora de Leiria, D. Afonso I, D. Afonso II, D. Afonso III, D. Afonso V, D. Afonso VI, D. Dinis, D. Fernando, D. Filipe I, D. Filipe III, D. João I, D. João III, D. João V, D. José, D. Manuel I, D. Maria I, D. Pedro I, D. Pedro I, D. Sancho I, D. Sancho II, D. Sebastião, D. Teresa, Infanta D. Filipa, Infanta D. Isabel (duquesa de Coimbra), infante D. Duarte, infante D. Pedro (Duque de Coimbra), os notários apostólicos Gil Velho, Pêro Cinza, Pêro de Torres, Rui Gonçalves, as Ordens Militares do Templo e de Cristo, o ouvidor Sebastião Rodrigues, o ouvidor e prior de Arazede, os papas Honório III, Gregório IX, Inocêncio IV, Alexandre IV, Clemente V, Clemente VI, Paulo III, Sisto IV, Alexandre VI, Pio IV, e Alexandre VII, o patriarca de Jerusalém, os priores dos mosteiros de Seiça, Alcobaça, o prior da Madalena e o de Santa Maria de Penamacor, o secretário do rei Rui Galvão, os tabeliães Afonso Martins, Afonso Vicente, Aires Fernandes, Álvaro Dias, Álvaro Mendes, Álvaro Pires, Álvaro Vides, António Pais, Baltazar Teles Sinel de Cordes, Crisóstomo Dias, Diogo Gonçalves, Diogo Vasques, Domingos Pelais, Domingos Presbítero, Domingos Sacerdote, Duarte Dias, Estêvão Martins, Gaspar Pimentel, Gonçalo Anes, Gonçalo Mendes, Gonçalo Vaz, Jacob Anes, João Álvares, João Domingos, João Galvão, João Rodrigues, Lopo Fernandes, Lopo Gonçalves, Lopo Rodrigues, Lourenço Afonso, Lourenço Anes, Manuel Negrão, Marcos André, Martim André, Martim Esteves, Miguel Árias, Miguel Lourenço, Pedro Feijó (Petrus Fasion), Pêro Amado, Pêro Gonçalves, Rui Dias Dinis, Rui Galvão, Rui Gomes, Rui Gonçalves, Vasco Martins, Vasco Vicente, o tesoureiro da misericórdia de Ourém, o vigário de Santa Maria de Samuel e o vigário geral de Coimbra.Alguns dos documentos contêm sinais rodados, e vestígios de selos pendentes.Fundos Eclesiásticos; Ordem de Cister; Masculino
Arrangement
Ordenação numérica específica para cada tipo de unidade (livros e maços).
Access and use
Other finding aid
ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO - [Base de dados de descrição arquivística]. [Em linha]. Lisboa: ANTT, 2000- . Disponível no Sítio Web e na Sala de Referência da Torre do Tombo. Em actualização permanente.Catálogo dos documentos dos maços 1 a 3 do Mosteiro de Santa Maria de Seiça (C 445 A). Ordenado cronologicamente.Inventário das Corporações Religiosas, desintegrado da antiga Colecção Especial (inclui a tabela de equivalência e a "Nota explicativa" da restituição dos documentos aos cartórios de origem, feita pela conservadora Maria Teresa Geraldes Barbosa Acabado), em 24 de Julho de 1978 (L 208).Inventário dos cartórios recolhidos da Biblioteca Nacional, em 1912 (L 283), f. 157.
Associated documentation
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