Segundo Ana Leal de Faria, D. João de Almeida, 2.º Conde de Assumar, nasceu a 26 de janeiro de 1663. Era filho de D. Pedro de Almeida Portugal, 1.º conde de Assumar, vice rei da Índia (1677) e de D. Margarida André de Noronha, filha dos primeiros condes da Torre, e irmã do 1.º conde de Sarzedas.
Casou com sua prima, D. Isabel de Castro, filha dos primeiros marqueses de Fronteira, que serviu como dama da Rainha e da Infanta, antes de casar (Casa Fronteira e Alorna, n.º 100, doc. 7.8).
Os documentos mencionam também que:
Foi armado cavaleiro da Ordem de Cristo, recebendo o hábito na Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Lisboa, em outubro de 1671 (Casa Fronteira e Alorna, n.º 100, doc. 7.11).
Foi emancipado aos dezoito anos, em setembro de 1680, a seu requerimento, para poder receber e administrar os seus bens.
Foi Vedor da Casa Real, começando a servir o cargo na Casa do Príncipe, em 20 de junho de 1681.
Recebeu o título de conde de Assumar em sua vida em 28 de janeiro de 1694.
Pertenceu ao Conselho do Rei desde 30 de agosto do mesmo ano.
Do Relatório do seu desempenho durante 19 anos (de outubro de 1692 a 19 de Novembro de 1711, Casa Fronteira e Alorna, n.º 100, doc. 7.18.10) se tira:
Entre outras funções públicas que desempenhou como Vedor, por ordem do rei D. Pedro II, foi encarregado da hospedagem de vários embaixadores, das disposições do agasalho da rainha de Inglaterra D. Catarina e do rei Católico Carlos III que durou perto de ano e meio (9 de março de 1704 a julho de 1705).
Deputado da Junta dos Três Estados (de 4 abril de 1702 a julho de 1705, quando embarcou para Barcelona).
Nomeado capitão de cavalos de uma das quatro companhias criadas para a guarda do rei D. Pedro II (em 9 de Maio de 1704).
Encarregado pelo rei D. Pedro II de acompanhar Carlos III na jornada que fez às fronteiras do Reino (13 de maio de 1704), e nomeado em 14 de julho de 1705, Embaixador Extraordinário para o acompanhar na expedição que intentava fazer a Barcelona, onde esteve entre 1705 e 1712. Por falecimento do rei D. Pedro II, mediante carta credencial prosseguiu o seu cargo de embaixador extraordinário junto de Carlos III servindo-o em várias comissões como embaixador e como soldado. A Embaixada terminou em 9 de junho de 1713 (Casa Fronteira e Alorna, n.º 90, doc. 2).
Gentil homem da Câmara.
Mordomo Mor: segundo D. João de Almeida e Portugal, 2.º marquês de Alorna, na sua Casa existia uma colecção de todos os regimentos da Casa Real em dois tomos de folha, feita pelo avô [D. João de Almeida 2.º conde de Assumar] para satisfazer às obrigações de mordomo mor, de que foi encarregado pelo rei D. João V, desde o ano de 22, o da fugida do marquês de Gouveia, até ao de 33 em que morreu. Descreve-o como pessoa de muita exacção, e de muito método, como se via pelas obras que se achavam nos seus manuscritos, sendo muito instruído em tudo o que pertencia à Corte. (Casa Fronteira e Alorna, n.º 128, doc. 23).
Entrou em 1721 na Academia Real de História.
O testamento de D. João de Almeida, 2.º Conde de Assumar refere a mortalha, o lugar da sepultura de família, e a sua numerosa descendência.
Nele declarou ter sido casado com sua prima, a condessa de Assumar, D. Isabel de Castro, filha dos marqueses de Fronteira, de quem teve os seguintes filhos: Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida casado com D. Maria de Lencastre filha dos condes de Vila Nova; D. Diogo Fernandes de Almeida, deputado do Santo Ofício na Inquisição de Lisboa e tesoureiro mor na Sé de Leiria; D. Francisco de Almeida deputado do Santo Ofício na Inquisição de [Lisboa] e arcediago de [?] na Sé de Viseu; D. [António] de Almeida porcionista no Colégio de São Paulo na Universidade de Coimbra e arcediago de Valdigem na Sé de Lamego; D. José de Almeida «ainda pequeno»; D. Madalena Bruna de Castro, condessa dos Arcos casada com o conde D. Tomás de Noronha; Madre Margarida do Espírito Santo religiosa de Santa Teresa no convento de Nossa Senhora dos Cardais da cidade de Lisboa; Madre soror Luísa de São José, que no século se chamou D. Luísa do Pilar, que foi dama da rainha D. Maria Ana de Áustria, recolhida como religiosa no convento da Madre de Deus; Madre soror Maria do Espírito Santo, religiosa domínica no convento do Sacramento de Lisboa - o dote foi pago pela Condessa sua mãe que para isso tinha procuração quando D. João de Almeida estava na Catalunha. O mesmo aconteceu com o dote de suas irmãs.
D. Manuel de Almeida, cavaleiro da Ordem de São João de Jerusalém de Malta, D. Fernando, D. Francisco, D. António, D. Violante, «morreram meninos».
D. João de Almeida decide que em todos os Morgados mencionados no testamento lhe deve suceder o filho mais velho, o conde de Assumar D. Pedro de Almeida (Casa Fronteira e Alorna, N.º 100, doc. 7.12.2).
Morreu em 26 de dezembro de 1733.