Certidão de Autos findos de justificação que fez D. Madalena de Lencastre Barreto de Sá Almeida e Meneses, citado o Desembargador Procurador da Fazenda Real conforme Provisão do Tribunal do Conselho da Fazenda, para juntar a um requerimento que pendia neste Tribunal, acerca de umas propriedades pertencentes ao Morgado que a dita senhora administrava, querendo justificar em juízo competente "[...] que todos os papéis da Casa de Abrantes se queimaram no incêndio sucessivo ao terramoto do primeiro de novembro de 1755 [...]", "[...] que o Marquês de Abrantes D. Joaquim Francisco de Sá Almeida e Meneses, assistia num quarto da Torre chamada da Casa da Índia, por baixo do Paço, e que na parte inferior do dito quarto tinha a sua Secretaria na qual conservava os papéis, livros e títulos dos bens patrimoniais da sua Casa e de Morgados antigos que possuía, e em que havia servido, digo, e em que havia sucedido por morte do [...] Marquês seu Pai, D. Rodrigo Anes de Sá Almeida Meneses, assim nesta Cidade e seu distrito, como nos distritos da vila d' Abrantes, Santarém e em outras partes". Foi inquiridor Joaquim Pinto e testemunhas inquiridas Filipe José Pinheiro da Câmara, criado grave da Marquesa Justificante, Bento da Silva com celeiro de trigo, que assistia o Marquês, Domingos Francisco da Costa, criado da Casa durante mais de quarenta anos - "[...] que o quarto da Casa da Índia onde assistia o Marquês [...] se queimou inteiramente com todos os bens que nele havia pelo incêndio sucessivo ao terramoto, menos a prata que ele testemunha conduziu, e algum dinheiro, e camafeus, e jóias que tudo salvou, e todos os papéis que se achavam na Secretaria nela se não queimaram, mas sim para a parte para onde os ditos papéis se conduziram para a ponte da Casa da Índia junto ao mar nas suas próprias gavetas com seus números, aí é que se queimaram alguns por se comunicar o fogo da Casa das Obras, e também se queimaram alguns que estavam em uma guarda roupa de Sua Excelência [...]" -, Miguel Ribeiro da Fonseca, criado da Duquesa de Abrantes, seu estribeiro - "[...] que presenciou o queimar-se inteiramente o quarto onde assistia o Marquês com todos os seus bens, e que a maior parte dos papéis da Secretaria se queimaram, e alguns que se puderam tirar ainda desses se desencaminharam muita parte deles pois não apareceram os títulos pertencentes ao Morgado em que o mesmo Marquês tinha sucedido por morte de seu Pai [...] que eram os desta Cidade e seu distrito, e do da vila d' Abrantes, e mais partes [...]". No fim, encontra-se um termo de juntada de procuração de 17 de outubro de 1849.