Custodial history
Nuno Daupiás d'Alcochete, técnico superior principal do Instituto Português do Património Cultural, fez a Informação n.º 387, datada de Lisboa, 23 de outubro de 1981, com o intuito de rectificar alguns pontos publicados na Imprensa acerca do arquivo da Casa de Abrantes da qual se tira o seguinte: no final de 1971 ou no princípio do ano seguinte, o Marquês de Abrantes vendeu documentação ao professor Doutor António Gonçalves Rodrigues. A venda foi feita por duas vezes: primeiro cerca de 250 caixas, depois cerca de 50 caixas. Em meados de 1972, o Professor Gonçalves Rodrigues, por intermédio da firma Lysia - Editores e Livreiros, S.A.R.L., propôs ao Estado a compra do que restava do arquivo da Casa de Abrantes.O primeira parte do Arquivo da Casa de Abrantes acima mencionado, teve um processo de aquisição iniciado em 5 de julho de 1972. Em posse da citada firma, foi decidido sujeitá-la a exame conforme o Parecer da Junta Nacional de Educação de 19 de março de 1973, homologado por Despacho do Secretário de Estado da Instrução e Cultura de 17 de abril desse ano, para decidir sobre a sua aquisição e valoração. O Prof. Doutor António Cruz e o Padre Avelino de Jesus da Costa, observaram que a documentação sofrera uma redução entre 50% e 75% da sua dimensão inicial, de acordo com a documentação que se encontrava descrita nos inventários conhecidos, sendo o mais antigo de 1837, em resultado da alienação sofrida anos antes. Por Despacho do Secretário de Estado da Instrução e Cultura de 7 de janeiro 1974, homologando o Parecer da Junta Nacional de Educação, em 4 de junho foi constituído um grupo de trabalho para inventariação do Arquivo da Casa de Abrantes, sendo a descrição cometida a dois dos membros da Comissão constituída "para estudar a avaliação ou inventariação do restante do Arquivo da Casa de Abrantes", os licenciados Isabel Cepeda da Biblioteca Nacional de Lisboa e Alcino Manuel da Silva, do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. O inventário começou em 17 de junho de 1974 e terminou em 5 de janeiro de 1976, conforme "Relatório do trabalho de inventariação do Arquivo da Casa de Abrantes", datado de 14 de janeiro, assinado pelos citados técnicos. Decorreu nas instalações da citada Firma. Foram descritos 4840 documentos acondicionados em 246 pastas (designadas na lombada por livros) e 16 maços. As pastas ou livros receberam uma notação constituída por um número e uma letra: de 1A - 24 A, a 1X - 4X, além de 35 pastas de "Manuscritos Avulsos", 22 pastas com códices, uma pasta sem número com o índice. Os manuscritos avulsos foram assim reunidos "[...] por estarem dispersos e amontoados num armário [...] continuando a designá-los por "Livros". Observou-se que o Arquivo estava truncado faltando os "Livros: 27B, 11G, 8R, 9R, 4T, 5U, 6U, 10U, 11U"; "várias capilhas com sumários de documentos não contidos nas mesmas", assim como os documentos n.º 1408 e 1410. Observou-se ainda "[...] uma certa divergência entre os títulos das pastas e as espécies contidas nas mesmas, estado esse que não foi alterado." Os documentos receberam um número de ordem escrito a tinta vermelha, constando em mecha inserta em cada um deles, bem como nas fichas de inventário (feito em cerca de 5000 verbetes). Estes foram entregues ao Inspector Dr. Fernando Alberto Ricca Bandeira Ferreira em 7 de janeiro de 1976. O ficheiro do Arquivo da Casa de Abrantes foi recebido no ANTT, em 2 de junho de 1977, a documentação estava conferida em 29 de julho desse ano pelo segundo conservador, licenciado Alcino Manuel da Silva, não se verificando qualquer falta. O ficheiro deu origem ao inventário dactilografado em 1734 folhas, actual instrumento de descrição L266 (1 a 7), disponível no Serviço de Referência da Torre do Tombo, com excepção do L266 (3) que se encontra em falta. A documentação da Casa de Abrantes constituída por 246 pastas e 16 maços, num total de 262 unidades de instalação, com 4.840 documentos foi comprada à firma Lysia - Editores e Livreiros, S.A.R.L., em 1977, pela Direcção Geral do Património Cultural, pelo Fundo de Fomento Cultural, já se encontrando no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em 29 de julho desse ano. Em 2018, mantendo-se a ausência do Instrumento de descrição L266 (3), foi decidido superiormente, inserir a descrição dos documentos por ele abrangidos na base de dados em uso na DGLAB, a partir da consulta dos documentos. Foram descritos 27 maços intitulados Livros, 559 documentos compostos e 168 documentos simples, num total de 755 registos descritivos. No âmbito do tratamento arquivístico realizado em 2018, confirmou-se a ausência do Livro 11-G, e verificou-se a falta dos documentos 1822, 1835, 1836, 1837, 1838.