Contém cartas do Médico Manuel Augusto Dias Azevedo, de Ribeirão, Minho, dirigidas ao Dr. Salazar relativas à Beata Alexandrina de Balasar, nascida a 30 de Março de 1904 e falecida a 13 de Outubro de 1955.
Na carta de apresentação ao Presidente do Conselho (datada de 12 de outubro de 1954) o Dr. Manuel Augusto Dias Azevedo diz: "Sou médico há 14 anos de uma doente da freguesia de Balazar (Póvoa do Varzim), entravada há 30 anos. Essa doente apresenta vários fenómenos, que dizem místicos, desde 1934, e a sua abstinência alimentar é absoluta, desde Março de 1942, bebendo simplesmente, uma ou outra vez, umas colheres de água simples, passando dias sem nada beber. Essa inédia foi rigorosamente constatada, numa Casa de Saúde, durante 40 dias, e os médicos, que a registaram, chegaram à conclusão de que a sobrevivência dessa doente não podia, hoje ser naturalmente explicada. Essa doente não tendo chegado a fazer exame de instrução primária, e sem leituras, foi obrigada pelo seu confessor, desde há anos, a ditar os sentimentos da alma dela por obediência. Há vários volumes escritos, e num dos cadernos encontra-se a referência ao Presidente Salazar (...)".
Integra um excerto do ditado da Beata Alexandrina: "Eu não O Vi, nem O senti, a não ser quando foi a dar-me a gota do Seu Divino Sangue. Ouvi a Sua Divina Voz 'Minha filha, coragem! Eu sou o teu Pai! Vem a Mim como filha, vem a mim como esposa amada. Tem coragem! A tua vida é o maior suplício que se pode imaginar (...). Só no Céu se verá o que tens feito por elas. Quantas por ti têm sido salvas. A tua missão é a mais árdua, mas é a mais sublime, a maior de todas as missões, as almas, as almas (...)'. Diz-lhe Jesus: repete - "Jesus está triste, Jesus está todo em sangue. A Minha paixão e morte é sempre renovada! Como o sangue corre! (...). Vigilância à Igreja, à Nação pelo seu Chefe. Quantas traições, quanto veneno a envenenar sem cessar".
Reúne pagelas da Beata Alexandrina de Balazar, por ocasião do seu falecimento - num dia especialmente dedicado a Nossa Senhora do Rosário - incluindo as orações que costumava rezar.
Alexandrina, na sua devoção ao Santíssimo Sacramento, como alma reparadora dos pecadores orava: "Mãezinha do Céu, vinde comigo para os Sacrários do Mundo onde Jesus habita", e nos colóquios íntimos com Jesus recebia esta recomendação: "Não te canses de pedir-me pelos pecadores" e também: "Minha filha não tens pena de Mim? Estou sózinho nos Sacrários e abandonado e tão ofendido; anda consolar-Me, desagravar-Me".