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Biography or history
O Mosteiro de São Pedro de Folques era masculino, situava-se no termo de Arganil, e depois em Folques, pertencia aos Cónegos Regulares de Santo Agostinho, tendo estado sujeito à jurisdição do bispo de Coimbra até ser unido à Congregação de Santa Cruz de Coimbra.Foi designado por Mosteiro de Arganil (1187), por Mosteiro de São Pedro de Arganil (1199, 1212, 1290), por Mosteiro de Folques (1473, 1543), por Mosteiro de São Pedro de Folques (1421, 1565). Existem referências ao Mosteiro de São Pedro de Arganil desde 1086, data do testamento de Vermudo Pelágio e de Elvira Draíz, sua mulher, que deixaram ao prior de Arganil, D. Goldrofe, e aos seus clérigos religiosos, umas herdades no lugar de Folques. A existência da igreja está documentada para 1155. Entre 1160 e 1164, tornou-se crúzio. Cerca de 1190, o Mosteiro foi transferido para a mata de Folques mas a designação de São Pedro de Arganil permaneceu pelo menos até ao séc. XIV.O padroado da igreja de São João da Covilhã foi doado ao Mosteiro por João Mendes, seu fundador.O número de forais concedidos pelo Mosteiro a pequenas povoações dos arredores, manifesta o dinamismo e a influência que teve no povoamento, desbravamento e cultivo das terras da região. No Catálogo das igrejas, comendas e mosteiros do Reino de 1320-21, surge taxado em 400 libras. Data de 1374, a sentença dada a favor do Mosteiro sobre a jurisdição cível nas aldeias de Faia e de Álvares e no couto de Silvares. Em 1415, entrou no regime de comendas e D. Afonso V retirou-lhe o condado de Arganil para o doar a João Galvão, escrivão da puridade.Em 1497, em Évora, a 16 de Abril, D. Manuel confirmou-lhe as honras, privilégios, liberdades, graças e mercês outorgadas pelos seus antecessores, e de que o Mosteiro gozou até à morte de D. João II O Mosteiro apresentava o prior da igreja de Arega.A confraria do Santíssimo Sacramento foi instituída no Mosteiro pelo bispo de Coimbra, Conde de Arganil, por autoridade concedida à sua Sé, pela bula do papa Paulo III, dada em Roma a 11 de Maio de 1540. Esta concedia as mesmas graças e indulgências em qualquer igreja onde fosse instituída a confraria do Santíssimo Sacramento e aos seus confrades, ficando o Convento e os fregueses com o dever de terem o Santo Sacramento em sacrário seguro e em veneração contínua. Em 1580 era comendatário do Mosteiro, Luís Carneiro, capitão e governador da Ilha do Príncipe. Em 1582, os Mosteiros de São Pedro de Folques, de São Martinho de Caramos, de São Simão da Junqueira, de Santo Estevão de Vilela, de Santa Maria de Vila Nova de Muía, do Salvador de Paderne, de Santa Maria de Vila Boa do Bispo, de Santa Maria de Oliveira e de São Miguel de Vilarinho, pertencentes ao padroado real, foram abrangidos pelo "Contrato dos mosteiros novos", assinado entre o rei e o prior geral da Congregação de Santa Cruz, pelo qual o rei os largava à Congregação recebendo, em contrapartida, uma pensão régia, paga a partir das rendas das respectivas mesas priorais. Em 1594, pela bula "Pro apostolicae servitutis" do papa Clemente VIII, de 19 de Maio, no 3.º ano do seu pontificado, foram unidos à Congregação de Santa Cruz de Coimbra, sendo-lhes confirmados todos os privilégios, graças e indulgências que lhes tinham sido dados e concedendo-lhes os outorgados ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, quer pelos papas, seus antecessores, quer os de que gozava de outras religiões (ordens) por comunicação e autoridade apostólica.Em 1595, com a autorização do papa Clemente VIII, a instâncias do prior geral e cónegos regulares da Congregação de Santa Cruz, foi unido, anexado e incorporado perpetuamente ao Colégio da Sapiência de Santo Agostinho, para sustento dos seus colegiais, em virtude de estar situado em lugar remoto e pouco povoado, com três ou quatro religiosos "sem observância regular", enquanto que ao Colégio não lhe estavam assinadas rendas próprias.As obras na igreja, campanário, torre e claustro foram realizadas nos séculos XV e XVI.Foi abrangido pelo primeiro e segundo Contratos estabelecidos entre a Congregação de Santa Cruz de Coimbra e os reis D. Sebastião e D. Felipe, respectivamente, em 15 de Janeiro de 1578 e em 25 de Janeiro de 1582.Em 1610 o mosteiro de Folques já estava unido ao Colégio de Santo Agostinho da Congregação de Santa Cruz de Coimbra.As visitações eram feitas pelos representantes do bispo e do cabido sede vacante.O cura da igreja, removível "ad nutum", era apresentado pelo reitor e religiosos do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, e confirmado pelo ordinário do bispado.Localização / Freguesia: Folques (Arganil, Coimbra)
Content and structure
Scope and content
Contém documentos relativos à igreja de São João de Manta, situada no colo da Covilhã (carta de doação, direito de padroado, causa em que foram partes os clérigos e paroquianos da igreja e o prior e frades do Mosteiro de São Pedro de Arganil, de que foi delegado apostólico o bispo da Guarda (Egitânia), documento relativo à igreja de Arega, inquirições, confirmação da apresentação do prior, entre outros). Contém também sentença apostólica, sentenças (do bispo de Coimbra), cartas de venda, de doação (de bens à Albergaria de Poiares), de emprazamento, de aforamento, apresentações episcopais de igrejas, testamento, manda, certidão, requerimento, traslados do séc. XVIII de documentos do séc. XIII a XVI, relativos a prazos, a embargo de propriedades, a cartas de compra, a escambo. Contém ainda documentos produzidos no âmbito da administração dos bens do Mosteiro de Folques exercida pelo prior do Colégio de Santo Agostinho da Congregação de Santa Cruz de Coimbra (também designado na documentação por Colégio Novo de Santo Agostinho), o registo de actas de visitação das igrejas de São Pedro de Folques (1633-1668), com as respectivas certidões de publicação feitas pelo cura da igreja, mencionando a Confraria de Nossa Senhora do Rosário, e os livros da igreja onde eram registados os bens obrigados às capelas.A documentação contém informações para a história da comunidade de Folques e das suas relações com o bispo de Coimbra, referindo o arranjo ou manutenção das fábricas e do interior dos espaços sagrados, a forma do acompanhamento do Santíssimo Sacramento, na administração do Divino Sacramento aos enfermos, a que estavam obrigados os confrades, o comportamento e o lugar das mulheres nas procissões, o comportamento dos fregueses durante a missa, o dever de respeitar os Domingos e dias Santos, as dívidas e as obrigações dos irmãos das Confrarias, algumas delas relacionadas com o espaço de culto, a encomendação dos corpos e o acompanhamento dos defuntos à igreja, a forma da sucessão dos mordomos. A documentação menciona as ermidas e Confrarias de São Teotónio do Alqueva e de São Sebastião de Folques, as Confrarias do Santíssimo Sacramento, de Nossa Senhora do Pranto, de Nossa Senhora do Rosário, de São Pedro, de Nossa Senhora de Folques, de São Tiago da Póvoa, do Faião, entre outros.Fundos Eclesiásticos; Cónegos Regulares de Santo Agostinho; Masculino
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