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Professor da Faculdade de Medicina, Lisboa.
Contém cartas dirigidas a seu primo José de Arruela, bem como poemas da sua autoria de temática religiosa: - "Menino dos Olhos Violetas! Que hei-de pôr na tua mão? Nasci de pupilas pretas... Tu, não! Menino de olhos violetas Como o céu ao entardecer!... Nasci de pupilas pretas Que o chão negro há-de comer! Menino que me procuras! Que hei-de pôr na tua mão? Amarguras Não possues: Nasceste de olhos azuis... ... E eu, não!
Contém cartas de Pedro Correia Marques, jornalista de «A Voz» dirigidas ao Dr. José de Arruela. Na carta datada de 22 de julho de 1945, refere "um mulato (não me recordo do nome, secretário do Covões, saiu-se, num concurso, com esta quadra admirável de provocação e ironia): - Ó sua descaradona Tire a roupa da janela, Que essa camisa terá dona Lembra-me a dona sem ela." Recorda outra quadra que ouviu no "Mesquita": - Só agora é que eu conheço Todo o mal que ela me fez, Mas se voltasse ao começo Gostava dela outra vez" (f. 114). Em carta datada de 20 de março de 1954, Pedro Correia Marques afirma a idoneidade de caráter de Ferreira do Amaral, militar, mencionando um episódio ocorrido com um polícia que matou um elemento da Legião Vermelha em combate. Foi julgado e condenado, mas Ferreira do Amaral jamais deixou de visitá-lo na cadeia e pagar-lhe o ordenado. Acrescenta que os "Legionários" costumavam ir aos bancos buscar dinheiro. Ferreira do Amaral combatia-os e quando foram à Casa Burnay não levaram nada. Também a Legião Vermelha executou um assistente que estava no funeral no Cemitério dos Prazeres, sem que alguém fosse detido pelo ato terrorista (f. 152-155). Integra a cópia de um telegrama de José de Arruela enviado ao Professor Dr. Oliveira Salazar - que não foi publicado por Correia Marques - cuja mensagem é a seguinte: " Ante as palhacices de lesa Pátria do General Delgado esqueço o mal injusto que Vossa Excelência me fez para só deixar viver no meu coração a lembrança do altíssimo bem que Vossa Excelência tem feito ao nosso querido Portugal reabilitado e glorificado" (f. 188-190).