Biography or history
O título moderno de Condes de Linhares (o antigo pertenceu à família Noronha e continuou em Espanha) foi concedido pelo Príncipe Regente D. João, por Decreto de 17 de Dezembro de 1808, a D. Rodrigo de Sousa Coutinho (1745-1812), filho de D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, governador de Angola e embaixador de Portugal em Madrid, e de D. Ana Luísa Joaquina Teixeira de Andrade Barbosa. Além de D. Rodrigo, D. Francisco Inocêncio, teve outros filhos que se destacaram na política e na diplomacia da época, D. José António e D. Domingos António, além de D. Maria Balbina, que casou com D. Francisco Xavier da Costa e Noronha, senhor de Pancas, e D. Francisco Maurício, cavaleiro da Ordem de Malta, almirante da Armada Real e governador da capitania do Grão Pará, e, ainda, D. Mariana, D. Luísa Margarida e D. Fernando que faleceram jovens ou não tiveram descendência. D. Rodrigo de Sousa Coutinho, 1º Conde de Linhares, Ministro da Corte em Turim, onde esteve até 1795, Secretário de Estado da Marinha, Ministro de Estado (1796-1802), Presidente do Real Erário (nomeado por Decreto de 6 de Janeiro de 1801), Ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros. Foi casado com D. Gabriela Asinari di San Marsan, dama de honor da rainha D. Carlota Joaquina.D. José António de Meneses e Sousa Coutinho, foi Principal da Santa Igreja de Lisboa (nomeado em 17-12-1798), o Principal Sousa, governador do Reino durante a ausência da Corte no Brasil.D. Domingos António de Sousa Coutinho (1760-1833), formado em Leis, seguiu a carreira diplomática, tendo ocupado os cargos de enviado na Dinamarca (1790-1795), representante de Portugal em Turim (1796-1803) embaixador em Londres (1803-1814) e em Roma (1814-1828). Em 1810 foi governador do Reino de Portugal. Foi-lhe concedido o título de Conde do Funchal em 17 de Dezembro de 1808, tendo sido elevado a Marquês em Junho de 1833 pouco tempo antes do seu falecimento. Foi autor de numerosos escritos políticos e diplomáticos.Foi 2º conde de Linhares D. Vitório Maria Francisco de Sousa Coutinho (1790-1857), filho de D. Rodrigo de Sousa Coutinho e de D. Gabriela Asinari di San Marsan. Oficial do Exército, participou na campanha do Rio da Prata, foi ministro plenipotenciário em Turim, par do Reino, ministro da Marinha, presidente do Conselho de Ministros. Foi 3º conde de Linhares D. Rodrigo de Sousa Coutinho Teixeira de Andrade (1823-1894), casado com D. Ana Carlota de Mendonça, filha dos 1os Duques de Loulé. Serviu na Marinha de Guerra, tendo atingido o posto de vice-almirante engenheiro construtor naval. Foi 4º conde de Linhares D. Fernando de Sousa Coutinho (1847-1897), par do Reino e oficial-mor da Casa Real. Faleceu sem geração, pelo que o título passou para seu irmão D. Nuno de Sousa Coutinho (1854-1929), que foi 5º conde, oficial-mor da Casa Real, casado com D. Maria Constança Simões Lisboa, filha de António Lisboa, ministro plenipotenciário do Imperador do Brasil em Viena de Áustria. Foi 6º conde de Linhares D.Carlos de Sousa Coutinho, grande oficial da Ordem de Avis, que faleceu sem geração. O título passou para seu sobrinho D. Nuno de Sousa Coutinho, que não teve descendentes directos.
Scope and content
O fundo é constituído por documentação de carácter familiar e pessoal, quer de âmbito privado, quer resultante dos cargos e funções em que vários membros da família foram investidos. Entre a de carácter familiar conta-se a instituição e administração de morgados, escrituras de compra, títulos de propriedade (relativos a Póvoa e Meadas, Quinta de Lagoalva, Patacão e Souto Alves, Quintas de Calde Morela e Quintinha, na freguesia do Monte da Caparica, casais de Vale Flores e palácio da Calçada de Arroios), aforamentos, comendas, mercês, atribuição de cargos, escrituras de casamento, testamentos, partilhas, heranças, procurações, certidões, requerimentos, entre outros documentos. Boa parte da documentação assume carácter pessoal (correspondência recebida, por exemplo), ou ilustra a actividade social (convites, jantares, menus, bailes). De referir ainda o "Catalogo dos livros da biblioteca dos Exmos. Srs. Condes de Linhares", apontamentos de carácter histórico e genealógico, e uma relação de pratas de Inocêncio de Sousa Coutinho. Existem ainda "Miscelâneas" e documentos de cariz histórico, político, económico, financeiro, comercial, estatístico e agrícola.O fundo integra, ainda, documentação relativa à Guiné, Brasil, Índia e Macau e ao governo de Angola por Manual de Almeida e Vasconcelos, por António de Vasconcelos (1758-1764) e por D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho. Entre os membros da família a que se reporta a documentação, contam-se:1. D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, capitão general de Angola, embaixador de Portugal em Madrid (correspondência particular e oficial recebida e expedida, incluindo copiador de correspondência enviada ao rei entre 1764 e 1767), e documentação relativa ao seu governo em Angola (decretos, ordens, ofícios, regimentos, petições, provimentos de ofícios, planos, certidões, entre outra, de 1759 a 1786). Entre os correspondentes contam-se Francisco Xavier de Mendonça Furtado, Domingos Furtado de Mendonça, Marquês do Lavradio, Conde de Lippe, Morgado de Mateus, D. Luís de Sousa Botelho, Paulo de Carvalho e Mendonça, Bispo de Olinda, Sebastião José de Carvalho e Melo (conde de Oeiras e marquês de Pombal), Conde de Povolide, Principal de Souza, D. José I, Conde de Soure, Marquês de Tancos, Arcebispo de Tessalónica, Conde de Valadares, Conde de Vila Verde, Conde dos Arcos, Martinho de Melo e Castro.2. D. Rodrigo de Sousa Coutinho, 1º Conde de Linhares, Ministro da Corte em Turim, onde esteve até 1795, Secretário de Estado da Marinha, Ministro de Estado (1796-1802), Presidente do Real Erário, nomeado por decreto de 6 de Janeiro de 1801. Entre os "Papeis de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, conde de Linhares", figuram documentos respeitantes a cálculos e contas de administração (minutas autógrafas), a contas do Erário (1796-1802), à reforma das pautas da Alfândega (decreto de 1782), a rendimentos de Alfândegas (do Rio de Janeiro e do Porto em 1795), a contas e balanços da Junta Geral da Fazenda (1800), contas do Arsenal da Marinha (1802), produção das fábricas do Reino em 1801, um oficio da Junta do Comércio, propondo a amoedação da prata (1798), planos para estabelecer a lotaria, uma minuta da carta de lei criando o Crédito Público, orçamento do Estado em 1798. Refira-se também o a minuta autógrafa (D. R. de S. C) do ofício sobre o estado do Erário Régio, apresentado ao Príncipe Regente em 1801.Entre a correspondência recebida e expedida pelo 1º Conde de Linhares (1777-1809), encontram-se cartas de Luís Pinto de Sousa, do Rei da Sardenha, cartas para o Conde de Florida Branca, para José Seabra da Silva, entre muitas outras. De D. Gabriela Asinari di San Marsan, sua mulher há igualmente numerosa correspondência particular (1789-1820).3. D. Domingos António de Sousa Coutinho, marquês do Funchal, governador do Reino de Portugal - 1810 (correspondência particular - 1799; 1808-1809; 1812; 1832); correspondência de funções, recebida e expedida - Ofícios, Informações, Notas (1803-1804); relações diplomáticas; notícias secretas acerca da política europeia, sobretudo relativas a Portugal (1832-1833); cartas que lhe foram dirigidas por F. J. Rodrigues, Jorge Husson, Stattmiller, Vassall Holland, G. Munders, H. Hamilton, M. Gonçalves Miranda, Luís A. d'Abreu e Lima, Mendizabal, A. Bacon, J. Simpson, J. P. Migueis de Carvalho, F. P. Sousa Villasboas, José Ferreira Borges, Prince de Metternich, Agostinho J. Freire, Francisco d'Almeida (Conde do Lavradio), C. F. Muller (maestro), B. Daupias, F. de Paula e Sousa, Th. Collins, Alvaro da Camara Leme, Conde do Funchal, José Correia da Serra (1812-1813; 1832).4. D. José António de Meneses e Sousa Coutinho, Principal da Santa Igreja de Lisboa (nomeado em 17-12-1798), o Principal Sousa, governador do Reino. Entre a documentação que lhe diz respeito contam-se numerosas cartas de e para familiares como seu irmão, o 1º Conde de Linhares, sua cunhada, a 1ª Condessa de Linhares, seu irmão o primeiro Marquês do Funchal, D. Domingos António de Sousa Coutinho, seu irmão D. Francisco Maurício de Sousa Coutinho, seu sobrinho o 2º Conde de Linhares, seu tio D. Vicente de Sousa Coutinho, o Marquês do Louriçal, seu sobrinho o Marquês de Maceió, D. Francisco de Sousa Coutinho, o Morgado de Mateus; bem como correspondência de e para Francisco Furtado de Mendonça, D. Miguel Pereira Forjaz, D. Pedro de Sousa Holstein, duque de Palmela, Lord Wellington, o Balio Duarte de Sousa Coutinho, Saliente-se o "Copiador secretissimo das cartas que a Sua Alteza Real tem escripto o Emo. e Revmo. Sr. Principal de Souza desde o dia 9 de Agosto de 1810 em que principiou a exercitar o logar de Governador do Reino de Portugal" (prolonga-se até 7 de Agosto de 1817), descrição minuciosa do estado do país durante a ocupação francesa, da crise económica e política, apontando meios para a debelar (Ms. em 2 volumes encadernados). Refira-se, ainda, os "Papeis relativos à fazenda da Sé Patriarcal de Lisboa", relativos aos anos de 1790 a 1815 (relações de lezírias e seu rendimento, rendas, honorários e mesadas, orçamentos, rendeiros, dívidas, listas de promoções, bulas, pastorais); os documentos respeitantes à Companhia dos Vinhos do Alto Douro entre 1782 e 1816 ( consultas, representações de lavradores, relatórios, alegações, pareceres, avisos régios ordenando o fabrico de aguardentes, Balanço da Companhia em 1782, estatísticas - originais e copias); as considerações sobre o estabelecimento da Real Companhia das Pescarias do Algarve; os apontamentos sobre o comércio de vinhos do Porto.4. D. Vitório Maria Francisco de Sousa Coutinho, 2º Conde de Linhares, encontra-se correspondência particular (1823-1841) e documentos da Campanha de Montevideu e de Turim (1821); de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, 3º Conde de Linhares, além de documentação particular, inclui condecorações e diplomas, gravuras, jornais e fotografias. 5. D. Francisco Maurício de Sousa Coutinho; D. Maria Ana e D. Maria Balbina de Sousa Coutinho (correspondência particular - 1780-1829); D. José Maria de Sousa Coutinho (correspondência); De referir ainda a documentação relativa a D. Luís da Cunha (diário; memórias - Utrecht, 1714; biografias, discursos, reflexões, relatórios, planos, instruções), e fragmentos de 2 cartas de dirigidas a seu sobrinho e a seu filho, acerca da política no reinado de D. João V.