Biography or history
A colaboração do arquiteto Luís Benavente com o Ministério das Obras Públicas (MOP) teve início na década de 1930, prolongando-se até cerca de década de 1970. Foram diversos os programas em que atuou, compreendendo diversas escalas de projeto: urbano, arquitetónico, até trabalhos específicos de restauro, reabilitação e adaptação de monumentos. Teve uma ativa participação com a Direção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), na esfera da qual desenvolveu projetos bastante distintos, mas acompanhando, igualmente, a atuação doutras direções na esfera do MOP, como sucedeu com a Direção Geral de Serviços de Urbanização (DSUO), entre outros órgãos, dependentes ou na esfera destas direções. Destaca-se pelo volume e extensão de trabalho, o projeto de remodelação e adaptação do Palácio Foz (ou Palácio Castelo Melhor), aos Restauradores (1941 - 1950), destinado a instalar os serviços do Secretariado Nacional de Informação e Inspeção Geral dos Espetáculos. Ainda neste domínio da reabilitação, são de notar os projetos que desenvolveu para a instalação dos serviços da Embaixada de Portugal em Londres (1947-1954), os trabalhos de remodelação do Palácio de Belém (1951 – 1952), o arranjo dos interiores do Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães (1954-1956), assim como, os diversos projetos de adaptação de antigos palácios e ou monumentos a pousadas e hotéis, como sucedeu com, entre outros, para o Castelo de Óbidos (1944), no Forte da Arrábida (1955-1956) e no Palácio de Seteais em Sintra (1954). Com programas afins, mas de natureza distinta, o projeto de construção do Altar da Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Roma (1948 - 1951) e os estudos para a Igreja de Santa Engrácia em Lisboa (1953).No domínio da escala urbana, destaque para a participação no Programa das Casas Económicas (Decreto-Lei n.º 23 052, de 23-09-1933), em articulação com os Serviços de Construção de Casas Económicas (SCCE) da DGEMN, no contexto do qual elabora o Plano de Urbanização do Agrupamento do Bairro de Casas Económicas da Madre de Deus (1939) e no qual estará envolvido, no estudo de ampliação e de diversas infraestruturas de apoio, até à década de 1960, ou no trabalho conjunto, elaborado com o arquiteto Paulino Montês (1897-1988), para os Olivais (não concretizado), em 1943. Paralelamente, salienta-se a participação no programa de construção de Bairros de Casas para Famílias Pobres (Decreto-lei n.º 34486, 06-04-1945), em articulação com os Serviços de Estudos Urbanos, da DGSU, no âmbito do qual elabora o estudo de um plano de urbanização de um bairro na Golegã (1947-1948). E, por fim, os Planos de Urbanização desenvolvidos para diversas Câmaras Municipais, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 24802, de 21-12-1934, para a Golegã (1945-1950), Algés (1944-1945), Anadia (1948-1949), entre outras. À escala do projeto de arquitetura, neste contexto associada à construção de edifícios públicos, nota para os estudos de diversos projetos de edifícios escolares, no contexto do programa do plano dos centenários (Decreto-Lei n.º 1985, de 17 dezembro de 1940), para o Agrupamento de Escolas Primárias da Madre de Deus (1954-1963) e ou para a Escola Primária da Freguesia de S. José (1941-1946), em Lisboa. Com maior peso institucional e representação simbólica, os projetos elaborados para o Palácio da Justiça (1955-1960) e Liceu Martins Sarmento (1955-1962), ambos em Guimarães. Por último, nota para os diversos projetos hospitalares em que trabalhou, Hospital Sanatório da Colónia Portuguesa do Brasil e Hospital da Conraria, em Coimbra (1933-1934), Hospital para Misericórdia de Penela (1938), Posto Hospitalar em Proença-a-Nova (1947-1948) e a elaboração de um projeto hospitalar tipo (1943).