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A Portaria de 30 de dezembro de 1854 nomeou uma Comissão para procurar os ossos de Luís de Camões, presidida pelo visconde de Monção.
Em 15 de maio de 1855, o secretário e membro da Comissão, José Tavares de Macedo lavrou um Auto na presença do Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino, Rodrigo Fonseca Magalhães e dos membros da Comissão nomeada, para registar o seu achado, no coro de baixo da igreja do Convento, precedido da compilação, pelos membros da Comissão, das notícias que foi possível obter relativas ao jazigo dos mesmos ossos, não só em histórias e memórias impressas e em diversos manuscritos, « [...] não deixando de ser procuradas as que porventura pudessem existir no cartório do mesmo Convento e no da freguesia de Nossa Senhora da Pena, informando-se das tradições da Casa, e examinando toda a Igreja e outros lugares do referido Convento, e que em virtude de tudo isto a Comissão se confirmara na opinião de que não podendo duvidar-se de que os ossos do Poeta existiam no seu antigo jazigo pelos anos de 1736, é igualmente fora de dúvida que de então para cá não foram dali removidos, de que tudo a Comissão tem feito um relatório para ser presente ao Governo e que por isso juntara os ossos que achara no local, aonde todas as memórias dignas de fé designam a sua sepultura: que estes ossos são os que estão no caixão que estava à vista. E logo foi aberto um caixão preto em que estão metidos os ossos que se acharam, e em que a Comissão não pode deixar de reconhecer, que estão restos do grande Poeta. Seguidamente foi o mesmo caixão colocado sobre o local onde jaziam os ossos; e em sinal de respeito foi coberto com uma pano preto e a guarda dele encomendada à guarda das religiosas do Convento para serem os ossos passados para outro caixão de pau santo, que não foi possível estar pronto nesta ocasião, e ulteriormente trasladados para o novo jazigo em que o Governo tenciona depositá-los». Assinado pelas pessoas presentes: o citado Ministro, membros da Comissão, secretário, deputados nomeados, o padre Henrique de Paiva Nunes Leal, confessor das religiosas, o beneficiado António A. de Azevedo.
A Portaria, assinada pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino, Rodrigo Fonseca Magalhães, informa que o Auto foi integralmente transcrito e publicado no Diário do Governo n.º 114 de 16 de maio de 1855.