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O Convento de Santa Clara de Coimbra era feminino, pertencia à Ordem dos Frades Menores, e à Província de Portugal da Observância.Era também designado por Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, Mosteiro de Santa Isabel, Convento de Santa Clara-a-Velha, Convento de Santa Clara-a-Nova.Em 1286, a 28 de Abril, foi lançada a primeira pedra do convento de religiosas, na margem esquerda do rio Mondego. A iniciativa partiu de D. Mor Dias, dama nobre de Coimbra, filha de D. Vicente Dias, sobrejuíz de D. Afonso III e alcaide-mor de Coimbra, e de D. Boa Peres, neta do chanceler Julião Pais, que, ao tempo, e desde 1250, se encontrava recolhida em São João das Donas, convento feminino dependente dos crúzios de Coimbra.Desde 1278, que D. Mor Dias, já empreendia esforços para a sua instituição. Mas na situação em que se encontrava, vivendo num mosteiro crúzio, iniciou-se uma contenda que durou cerca de trinta anos. De facto, estes religiosos opuseram-se veementemente à fundação que lhes retirava a posse de inúmeros bens e rendimentos, dizendo que D. Mor era soror professa de Santa Cruz e, por isso, dele dependente no espiritual e temporal. Não obstante a oposição, D. Mor Dias levou consigo algumas religiosas de São João das Donas, e fundou o novo cenóbio (junto dos franciscanos que tinham vindo dos Olivais para aí se instalarem em 1247).Em 1302, morreu D. Mor, deixando em testamento os seus bens ao novo convento por ela fundado, mas o pleito prosseguiu e levou à extinção do cenóbio. Em 1311, a 2 de Dezembro, foi extinto.Em 1307, no entanto, começara a mediação e protecção da Rainha Santa Isabel, acabando por promover a refundação do convento de clarissas em 1314, com autorização concedida pelo papa Clemente V a 10 de Abril, do mesmo ano.Em 1314, foi restaurado e o pleito entre as duas instituições terminou em 1319. Em 1316, foi iniciada a segunda construção, custeada pela Rainha, que mandou ainda edificar junto do convento um hospital para trinta pobres, concluído em 1333, e um paço onde, em 1325, quando enviuvou, se recolheu. O mestre e arquitecto régio responsável pela obra, até 1325, foi Domingos Domingues, que trabalhou igualmente no claustro de Alcobaça, a quem sucedeu Estêvão Domingues.Entre 1326 e 1327, iniciou-se a construção dos claustros.Em 1328, data do seu testamento deixou por vontade expressa para ser sepultada no mosteiro e, simultaneamente, doou bens e dinheiro para a construção de uma capela e para as obras do convento e mantimento das donas. Em 1330 a 7 de Julho, foi sagrada a igreja conventual.Logo no ano de 1331, o convento que constantemente estava submetido à acção das águas, foi fustigado pelas cheias do Mondego, que chegaram a cobrir o túmulo real, obrigando à construção de uma capela sepulcral a um nível superior da Igreja, onde em 1336, foi sepultada a Rainha. Neste convento viveu e esteve sepultada Inês de Castro até à trasladação para Alcobaça. Também, em 1480, nele professou a princesa D. Joana, perante a abadessa D. Margarida de Meneses. No início do século XVI, D. Manuel mandou redecorar o templo, revestindo-o parcialmente com azulejos mudéjares e sevilhanos, dotando as capelas de altares com pinturas e esculturas flamengas e alemãs. Em 1559 desmoronou-se o Paço da Rainha. Em 1568, a comunidade passou de Claustral a Observante.Entre 1612 e 1615, o pavimento sobreelevado foi estendido a toda a igreja, ficando a parte inferior, que entretanto ficou permanentemente inundada, transformada em cisterna. Em 1649, o rei D. João IV, para remediar esta situação recorrente, das cheias do Mondego, mandou edificar um novo mosteiro, conhecido por Santa Clara a Nova, a meio da encosta do fronteiro monte, junto à ermida de Nossa Senhora da Esperança.Em 1677, trasladou-se, então, a comunidade, para um local mais elevado na cidade de Coimbra, bem como o túmulo da Rainha Santa, abandonando assim aquela casa conventual, que passou a designar-se por Santa Clara-a-Velha.Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo. Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.Em 1886, foi encerrado por falecimento da última freira.Localização / freguesia: Santa Clara (Coimbra, Coimbra)
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