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Manufatura de Tapeçarias de Portalegre. Integra o Catálogo da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva. "Exposição das Tapeçarias Murais de Jean Lurçat". Maio.1960. Entre outros.
Contém a carta do Dr. Nicolau Firmino, residente em Lisboa, Professor e Proprietário da Livraria e Papelaria "Académica de D. Filipa", Rua Desidério Beça, Lisboa, dirigida ao Dr. Salazar. O autor informa que recebeu do Brasil uma encomenda de "um desconhecido maçónico para eu divulgar em Portugal a sua obra recente e clandestinamente intitulada "A Maçonaria e o Cristianismo". A mesma tem na capa final, exterior, "um parecer dum patife - Agripino Grieco -, que tem escrito em vários jornais do Brasil", a difamar o Governo e Instituições de Portugal. Remete a obra ao Dr. Salazar. O Dr. Nicolau Firmino também dá a sua opinião sobre a aprendizagem do latim, dizendo "defendo o latim livre de interesses materiais. Enquanto nos Seminários de Portugal e no Brasil se estudar latim, dispenso que os alunos dos Liceus comprem os meus livrecos, e que sejam ou não aprovados". Integra "Reclamações contra o ensino liceal", nas quais o autor faz reparos ao elevado peso dos livros "calhamaços" que os alunos carregam, porque rebentam as pastas escolares e nem todos os pais dispõem de meios económicos para "pagar a um moço que leve as pastas dos filhos às aulas e lá volte a buscá-las". Por outro lado, os guaches e tintas de desenho devem ser portugueses e não ingleses - estes últimos secam mais depressa, e são mais caros, entre outros. As cartas do Dr. Nicolau Firmino, católico, antigo seminarista, nacionalista, são de uma riqueza de pormenores impressionante, critica tudo o que acha injusto passando por simples funcionários "vigaristas", personalidades, até a "legislação incompreensível" (portuguesa). Diz o autor, a propósito de uns instrumentos musicais doados por Napoleão Estêves, português, empreendedor, residente no Brasil, que após a sua morte deixou à mulher e ao filho a incumbência de remetê-los para Portugal. Ora, como tinham de passar pela Alfândega, ocorreram uma série de peripécias devido ao pagamento dos direitos. Assim o autor diz: "há três meses que ando neste fadário, de casa de Pilatos para casa de Caifás, no sentido de levantar os instrumentos (...) o Erário Português não está tão pelintra que precise destes mil escudos para equilíbrio do Orçamento da Nação". Contempla 3 exemplares da Revista "Careta", Diretor Roberto Schmidt, N.º 2.426, 2.427, e 2.544 dos anos 1954-1955; 1957. Trata-se de uma revista humorística, com notícias de factos políticos, variedades, sociedade, entre outros. O Professor Nicolau Firmino é correspondente da mesma. O N.º 2.426 contém um artigo da sua autoria acerca de Goa. O N.º 2.544 de março de 1957 cobre o evento da vinda da Rainha Isabel II de Inglaterra a Portugal, cujo artigo é da autoria de Nicolau Firmino. Reúne cartas, recortes de jornais, jornais, relacionados com diversos assuntos políticos, mas também sobre personalidades do Governo Brasileiro, Igreja Portuguesa, jornalistas, entre outros. O autor acompanha muitos dos visitantes a Portugal ao Hotel. Paga-lhes a estadia, visita os arredores de Lisboa, e dá conta de tudo ao Doutor Salazar, até do péssimo estado das estradas. Ao mencionar a visita do engenheiro eletrotécnico Frantz Manach, chefe do seu sobrinho e afilhado Nicolau Firmino Júnior "que nas Minas da Panasqueira aprendeu a profissão de eletricista com um engenheiro inglês. Emigrante na Venezuela onde trabalha numa Companhia Francesa, é responsável por "100 operários portugueses". De modo que em Portugal, Nicolau Firmino serviu de cicerone ao engenheiro e esposa. Todavia, aponta um facto negativo, isto é: "é lamentável que nos outros Museus e Palácios os cicerones não percebam nem falem uma palavra de Francês ou de Inglês (...)". Fiel ao Estado Novo, o autor em uma das cartas diz: "Com a veneração, o reconhecimento e a lealdade de sempre tenho a honra de comunicar alguns assuntos luso-brasileiros, e outros, e de os documentar com papeis diversos, cuja devolução dispenso, podendo ser rasgado...". Vai enumerando várias informações ou chamadas de atenção, veja-se a primeira quando refere: "Afinal vai prestar provas orais do exame do segundo ano do Liceu de Pedro Nunes, o menino Reinaldo Paes Barreto, filho do Cônsul Dr. Ruy Barreto (...). Também no Liceu de Oeiras faz exame do 5.º ano o menino Jorge Câmara Canto, filho do Ministro Dr. António Câmara Canto, moço que tenciona ir concluir os estudos de engenharia na Bélgica. Convém providenciar para evitar que tais jovens sejam reprovados...". Outro conjunto de jornais e cartas, importante, reporta-se ao General Humberto Delgado. Inclui uma nota manuscrita de Nicolau Firmino a acompanhar um "Brevíssimo Catálogo de Bibliografia Portuguesa". 1950, pago à sua custa, "na divulgação do livro português, no Ministério da Educação do Brasil, mais de 40.000$00" imp. A mencionada nota tem o título sugestivo: "Um escandalozinho... Álvaro Lins esteve preso em Madrid!!!", prossegue "o meu filho chegou hoje de Madrid, trazendo na sua bagagem umas malas do Embaixador Câmara Canto que contou ao meu filho o enxovalho, a humilhação que notou no Álvaro Lins, quando teve de recorrer ao seu inimigo, para ser libertado da prisão, onde fora metido com a mulher, o deputado comunista Julião, das Ligas Operárias, e outros comunistas vindos de Cuba, para Madrid, de avião, sem passaportes... E o Embaixador disse que teve dificuldade de os libertar e de os recambiar para o Brasil. Que vergonha!! Irá ele agora escrever também um livro contra Franco: Missão (comunista) em Espanha?". Integra fotografias com o Dr. Salazar, e privadas: uma da sua filha a Dr.ª Fernanda Firmino com 22 anos, professora de Latim, dos prédios urbanos e rústicos situados em Póvoa de Midões, Beira Alta, bem como da doação de alguns bens à sua terra natal. Neste conjunto documental refira-se o "Relatório sobre umas férias de Natal 'Bucólicas e Geórgicas' muito ocupadas na Agricultura, na Beira Alta", entre outros.
Contém a carta de Manuel Roseta Fino, dirigida ao Dr. Salazar. O autor é sócio gerente da firma "Francisco Fino, Lda. - Fábrica de Lanifícios de Portalegre".