O processo diz respeito à morte de Frei António de São Diogo, religioso de São Francisco, filho de D. Francisca Manuel de Vilhena Sequeira, do seu cafre António, do cativeiro dos frades de São Francisco e de Pedro de Alcântara criado de Francisco António Pereira, assassinados na vêspera da festa de Nossa Senhora da Saúde de Valverde, na província de Bardês, aos quais foram cortadas as cabeças e as "partes viris", tendo as cabeças sido enterradas no quintal das casas de D. Henrique de Noronha, capitão da fortaleza e capitania de Goa e os corpos lançados aos tigres. Os assassinos foram D. Henrique de Noronha que perdeu a capitania e foi condenado à morte por degolação e seus filhos D. Gil Enes de Noronha, D. Francisco de Noronha e D. Luís de Noronha, o único que não foi preso e ainda D. Carlos Caetano Henriques, cunhado e tio destes. Frei António era sobrinho de D. Henrique e teria tido relações ilicitas com D. Maria sua prima filha deste, segundo as testemunhas. No processo composto de 10 apensos vem o depoimento de testemunhas oriundas de Agoada, Pangim, Coluale, Piderne, Betim, Velur, Charão, Chorão, calecute, Bardês e Veram, terras da Índia. No 5º apenso vem o traslado de cartas de D. Henrique de Noronha, já na prisão, enviadas a um amigo e a alguém a quem trata por "meu coração meu amor querido".