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Conhecimento em que se declara que D. Guiomar de Ataíde, que foi mulher de Afonso Lopes da Costa, moradora na vila de Santarém, em seu nome e de seus filhos, de quem era administradora, recebeu do almoxarife de Lamego 830.000 réis, à conta de outra maior quantia proveniente de várias fazendas do dito seu marido que na Índia se venderam.
Cópia de uma carta testemunhável que, em Vila Francia do Campo, da ilha de São Miguel, no porto dela, se fez a favor de António de Macedo, corregedor nas ilhas dos Açores, pela qual consta que ele e seu escrivão foram a bordo de uma nau do rei D. João III, de que era capitão Pedro Quaresma, cavaleiro fidalgo da Casa Real, e intimando-lhe a ordem do mesmo senhor, neste documento incorporada, lhe mandara dar, com toda a cautela precisa, os mantimentos necessários e guardara e mandara guardar de noite e de dia a dita nau, não consentindo que pessoa dela saisse para terra nem para ela entrasse, na forma das determinações do dito senhor.
Tem junto uma certidão, com ditos de testemunhas, donde consta que ao tempo que se carregavam, sobreveiu um epidemia de que morriam por dia 170 pessoas e que depois de partir, a dita caravela se perdeu por efeito de um temporal.
Conhecimento em que se declara que Diogo Lopes Machado, da cidade do Porto, recebeu de João Pardo, recebedor da Alfândega de Aveiro, 90.000 réis à conta de outra maior quantia que no dito almoxarifado era devida a seu irmão João Machado, já falecido, e isto em virtude de uma sentença pela qual os ditos 90.000 réis foram julgados.
Certidão passada na vila de Guimarães a requerimento de Francisco de Melo, fidalgo da Casa Real, em que se declara que constava dos autos que Brites de Sousa era filha legitima de Pedro de Magalhães e de Isabel Nunes, e irmã de Francisco de Magalhães, e que este falecera na Índia por cuja morte ficara ela por sua universal herdeira por serem irmãos de pai e mãe e não haver outros alguns herdeiros legítimos.
Procuração que na vila de Guimarães fez Brites de Sousa, filhe de Isabel Nunes, irmã de Francisco de Magalhães, a Francisco de Melo, filho de Pedro de Magalhães, para que por ele e em seu nome podesse receber do recebedor dos portos de Trás-os-Montes 12.200 réis, que o ano antecedente tinham sido desembargados aos herdeiros de Francisco de Magalhães, de quen era única herdeira, por ser sua irmã.
Procuração que na vila de Alvaizere fez Catarina Esteves, viúva, a seu genro Luís Pires, para que por ela e em seu nome podesse pedir e arrecadar todo o dinheiro que se achasse lhe era devido do tempo que Fernando Rodrigues, seu filho, servira ao rei D. João III nos estados da Índia, onde falecera por cuja morte ficara ela universal herdeira do dito seu filho.